A nutrição pós-parto deve envolver toda a família

Nove meses se passaram, chegou o grande momento de receber o seu bebê e agora todas as atenções e cuidados são para ele. Mas é fundamental que, mesmo que já tenha outros filhos, a mulher tenha uma rede de apoio que entre outras tantas coisas possa também auxiliar na organização das refeições, para que ela possa manter um padrão de alimentação saudável.

Ginecologista e Obstetra Dra Claudiani Branco comenta sobre a nutrição da família pós-parto.

As necessidades nutricionais no pós-parto vão depender se a mulher amamenta ou não, mas em ambas as situações é preciso manter uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes, preferir carnes magras, consumir leite e derivados, leguminosas e cereais integrais.

Nesse momento também é importante adequar as necessidades energéticas para que a mulher caso tenha tido um ganho de peso excessivo na gestação, possa adequar seu peso, sem prejudicar a sua saúde.

Durante a amamentação as necessidades são maiores por causa da produção do leite e as demandas de algumas vitaminas também estão aumentadas nessa fase, como é o caso das vitaminas A, B12, B6, C e E.

Além disso, os nutrientes cálcio, ferro e vitamina D, apesar de não apresentarem uma necessidade maior com relação à gestação, são essenciais para a manutenção da saúde materna e do recém-nascido. Vale lembrar que a qualidade da alimentação consumida pela mãe influencia na composição dos ácidos graxos do leite humano assim, devemos incentivar o consumo de gorduras como o ômega 3, que são encontradas nos peixes.

Mas atenção ao consumo de gorduras, especialmente a de origem animal! Embora a quantidade de gordura na dieta materna não interfira nos níveis de colesterol e gorduras presentes no leite, o consumo equilibrado de lipídios faz parte de uma alimentação saudável. Esse consumo não deve ser maior que 30% do valor energético total das refeições do dia, e devemos sempre priorizar as gorduras monoinsaturadas, como abacate, azeite, gergelim castanhas e gorduras poli-insaturadas, como o ômega 3, presente no salmão, atum e sardinha, e o ômega 6 que encontramos nos óleos vegetais, castanhas, sementes.

 A ingestão de gorduras saturadas, em geral, proveniente de alimentos de origem animal, não deve ultrapassar 10% do valor energético total da alimentação.

E é muito importante também que a mulher que amamenta se lembre de ingerir mais líquidos (principalmente água) nessa fase.

Voltando ao peso

Muitas mulheres se preocupam em como voltar ao peso ideal sem prejudicar a amamentação e é totalmente possível ter uma alimentação adequada durante essa fase e perder peso. Lembrando que essa perda de peso durante a amamentação acontece naturalmente, deve ser gradual e pode ser acompanhada por um profissional nutricionista, restrições severas, afetam o estado de saúde materno e da criança e são totalmente proscritas.

Durante o pós-parto é muito importante priorizar alimentos in natura ou minimamente processados e abusar da “comidinha caseira”. “Deve-se evitar o consumo de alimentos como os embutidos, refrigerantes, sucos artificiais, guloseimas, que em geral, favorecem o ganho de peso e oferecem poucos nutrientes”, explica a nutricionista.

O consumo de alimentos ricos em cafeína, como café, refrigerantes de cola, energéticos, chá verde, chá mate e chá preto também deve ser evitado ou consumido em pequenas quantidades durante a amamentação, pois podem causar dificuldade para dormir e irritação no bebê.

E as bebidas alcoólicas não são recomendadas durante a amamentação, pois o álcool vai para o leite materno e pode trazer consequências graves, entre elas comprometer o desenvolvimento neurológico e psicomotor da criança. Essa é uma fase de muito carinho, mas também que exige demais da mulher. Por isso, se for possível, ter alguém ajudando com a rotina de cuidados da criança e como preparo das refeições é recomendado.

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