ESTRIAS NA GRAVIDEZ

O QUE SÃO ESTRIAS?

A nossa pele possui propriedades elásticas que a tornam capaz de se esticar conforme o indivíduo cresce ou engorda. Entretanto, essa flexibilidade tem um limite. Se a distensão da pele ocorrer de forma rápida, ou seja, ao longo de semanas, a pele não consegue acompanhar o ritmo de expansão, sofrendo lesões nas suas fibras elásticas. Estas lesões das fibras elásticas da pele formam cicatrizes, que nada mais são do que as estrias. As estrias surgem normalmente nas áreas sujeitas a contínuo e progressivo esgarçamento, como é o caso da região abdominal durante a gravidez.

FATORES DE RISCO PARA O APARECIMENTO DE ESTRIAS NA GRÁVIDA

O rápido crescimento do volume da região abdominal, principalmente a partir da parte final do segundo trimestre de gravidez, é o principal fator risco para o aparecimento da striae gravidarum. Porém, outros fatores presentes na gravidez também influem no desenvolvimento das estrias, como:

  • Alterações hormonais naturais da gestação – hormônios como estrogênio, cortisol, relaxinas e outros tornam as fibras elásticas da pele mais frágeis, facilitando o seu rompimento quando sujeitas a grandes distensões.
  • Tendência familiar para formação de estrias – há um claro componente genético na formação das estrias durante a gravidez. Mulheres que apresentam história familiar de estrias, principalmente striae gravidarum, apresentam um maior risco de desenvolverem moderadas a graves estrias na gravidez.
  • Idade da gestante –  mulheres mais novas (com menos de 25 anos) têm uma pele mais “firme”, apresentando maior facilidade de rompimento das fibras elásticas. Quanto mais jovem for a gestante, maior será o risco de desenvolvimento de estrias. Gestantes acima de 30-35 anos têm um risco bem mais baixo.
  • Primeira gestação – o risco de aparecerem estrias é muito maior na primeira gravidez que nas gravidezes subsequentes. Após uma primeira gestação, a pele já se encontra mais flácida e mais apta a distender-se novamente. A gestante também  costuma estar, pelo menos, dois ou três anos mais velha que na primeira gravidez.
  • Peso do feto – quanto maior for o crescimento da barriga na gestação, maior será a esgarçamento da pele e, consequentemente, maior será o risco de aparecerem estrias. Por isso, o tamanho do bebê é um fator de risco relevante. Por motivos óbvios, uma gravidez gemelar também aumenta muito as chances de surgirem estrias.
  • Ganho de peso na gravidez – quanto maior for o ganho de peso na gravidez, maior será o risco de surgirem estrias.
  • Etnia da gestante – grávidas de etnia não-branca apresentam um maior risco de desenvolverem estrias na gravidez.
  • Existência de estrias antes da gravidez – mulheres que mesmo antes de estarem grávidas já se mostram propensas a desenvolverem estrias, principalmente na barriga e nos seios, apresentam elevado risco de terem striae gravidarum.

Apesar da distensão do abdômen ser o principal fator de risco para o surgimento das estrias, os fatores descritos acima explicam o porquê de algumas mulheres desenvolverem poucas ou nenhuma estria durante a gravidez, enquanto outras padecem com dezenas de novas cicatrizes na região abdominal e seios, mesmo que ambas tenham barrigas  de tamanho semelhante.

APARÊNCIA DAS ESTRIAS NA GRAVIDEZ

As estrias da gravidez costumam surgir a partir do 6ª mês de gestação. Inicialmente, as estrias são de cor rosa. As novas lesões podem coçar e ao redor das estrias a pele se parece fina. Gradualmente, as estrias podem crescer em comprimento e largura, e sua coloração torna-se mais arroxeada ou avermelhada. As estrias mais antigas vão perdendo sua coloração. Nos primeiros meses após a gravidez, elas começam a desvanecer, tornando-se pálidas ou levemente prateadas. As estrias antigas também podem ficar ligeiramente deprimidas e com forma irregular.

As estrias na gravidez surgem proeminentemente na região abdominal, mas também são comuns nas mamas, nas nádegas, nos quadris, região lombar e até nos braços, se houver  grande ganho de peso na gestação.

Quais são as formas de prevenção de estrias na gravidez?

Ingerir muita água

A água é ótima em qualquer momento da vida e na gravidez é indispensável. Além de ajudar a manter toda a homeostase do organismo, para que órgãos e hormônios trabalhem da melhor forma, ela mantém a hidratação interna do corpo.

Controlar o peso

É muito importante você se alimentar bem e de maneira saudável para que o bebê se desenvolva sadio. Essa não é a fase de fazer regimes restritos, contudo, exagerar também não é legal. Se você constantemente ingerir mais alimentos do que o necessário, ou pior, se eles não forem saudáveis, além de poder prejudicar o crescimento do bebê, você ganha quilos além do necessário.

Alimentar-se bem

Os alimentos ricos em vitaminas C e E são bons aliados. Quanto à vitamina C, os alimentos têm antioxidantes que estimulam o colágeno e combatem o envelhecimento, portanto, consuma frutas cítricas. Quanto à vitamina E, ela protege as células do organismo, assim, invista também em cereais integrais e castanhas.

Use roupas adequadas

As roupas justas prendem a circulação sanguínea e atrapalham a respiração da pele. Esses fatores aumentam a possibilidade do aparecimento das estrias.

Escolha a roupa íntima apropriada

Nesse período, usar aquelas roupas que ajudam a segurar a barriga e as mamas costuma ser útil. As de algodão são melhores para ajudar na respiração da pele.

Faça massagens

Massagear as áreas que costumam ser mais afetadas, como abdome, mamas, bumbum e coxas ajuda a ativar a circulação sanguínea e a aumentar a elasticidade da pele. As massagens podem ser feitas diariamente, com produtos especiais para gestantes. Caso contrate um profissional, sempre avise da sua gestação e só faça os procedimentos adequados.

Mas se você tiver dificuldades para aceitar, não se preocupe porque hoje já existem muitos tipos de tratamentos disponíveis no mercado e que garantem bons resultados para a mulher.

Só não faça tratamentos para estrias durante a gravidez e a lactação sem o consentimento de um médico, ok? Isso porque há alguns procedimentos que não são indicados ainda. Espere ele dizer quando é o momento ideal para você procurar esses caminhos.

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Hiperêmese gravídica

A hiperêmese gravídica é o agravamento do quadro de êmese(vômito), geralmente no 1º trimestregestacional, podendo determinar alterações hidroeletrolíticas, nutricionais e metabólicas.

Hiperêmese Gravídica por Dra Claudiani Branco. Seus sintomas e tratamentos. Foto: Pavel Danilyuk no Pexels.

Quadro clínico

  • Náuseas
  • Vômitos
  • Sialorréia
  • Ansiedade
  • Mal estar
  • Astenia
  • Graus variáveis de desidratação e perda de peso
  • Cetoacidose
  • Hipoglicemia

Fatores predisponentes

  • Primigestas
  • Gestantes orientais
  • Concepstos femininos
  • Gemelidade
  • Diabete melito
  • Aloimunização Rh
  • Gastrites

Causas

Ainda não é totalmenteconhecida. Envolve níveis elevados de gonadotrofina coriónica, fatores emocionais, nutricionais, imunológicos e metabólicos. Pode também estar relacionada a outras alterações hormonais(tireoidianas, AACTH, cortisol) e a presença do Helicobacter pilorii.

Tratamento

Nos casos mais leves em que não existe perda de peso acentuada, nem risco para a saúde da mãe ou do bebê, o tratamento pode ser feito com repouso e boa hidratação. Um nutricionista pode aconselhar um tratamento nutricional, fazendo a correção dos distúrbios ácido-básicos e eletrolíticos no organismo. 

Nos casos mais graves necessita de internação hospitalar, onde será ofetado dieta fracionada em carbohidratos a cada 2 horas, incentivando a ingestão de líquidos gelados e sorvetes.

Hidratação endovenosa conforme necessidade, com oferta calórica, reposcição eletrolítica e vitaminas do complexo B. Pode ser necessário manter a gestante em jejum oral entre 24 e 48 horas.

Tratamento medicamentoso com Metoclopramida endovenosa e Dimenidrinato, piridoxina, glicose, frutose endovenosa, são muitas vezes necessários.

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12 de Abril: Dia do Obstetra

Dia do Obstetra comemora-se no dia 12 de abril.

O médico obstetra ou a médica obstetra, são aqueles profissionais da medicina que acompanham a mulher em gestação. Por norma, um obstetra aconselha e acompanha a mulher antes da gravidez, durante a gestação, durante o parto e acompanha a saúde da mulher também no pós-parto.

12 de Abril - Dia do Obstetra - Dra Claudiani Branco trazendo um bebê ao mundo.
Dra. Claudiani Branco trazendo um bebê ao mundo.

O médico obstetra acompanha assim a saúde da mãe e do bebê durante todo o processo, ajudando a prevenir e tratar eventuais problemas de saúde para qualquer um dos dois.

O Que Significa

Obstetra é uma palavra que vem do latim obstetrix, do verbo obstare, que significa “ficar ao lado de”. Por isso, o obstetra é literalmente alguém que fica do lado, que acompanha e ajuda!

Quer saber mais ou tem mais dúvidas sobre Obstetrícia, me contacte através de um dos canais abaixo:

O que é Aborto espontâneo?

Dra Claudiani Branco explica o aborto espontâneo.

O aborto espontâneo é a perda de uma gravidez antes da 20 ª semana. A maioria dos abortos espontâneos ocorre porque o feto não está se desenvolvendo normalmente. As causas de abortamento muitas vezes são difíceis de determinar.

O aborto espontâneo é a complicação mais comum da gravidez precoce. A frequência diminui com o aumento da idade gestacional. De 8 a 20% das gestações clinicamente reconhecidas com menos de 20 semanas de gestação sofrerão aborto, sendo 80% destes nas primeiras 12 semanas de gestação.

Há ainda a perda do bebê sem que a mãe perceba, que totalizam entre 13 e 26% de todas as gestações – no entanto, esse número pode ser ainda maior, uma vez que muitas mães podem sofrer um aborto espontâneo antes de perceberem que estão grávidas.

O aborto é uma experiência relativamente comum – mas isso não faz com que seja fácil. Pode ser necessário suporte psicológico para superar a perda do bebê.

Causas

Genes ou cromossomos anormais

A maioria dos abortos espontâneos ocorre porque o feto não está se desenvolvendo normalmente. Problemas com genes ou cromossomas do bebê são erros que ocorrem por acaso conforme o embrião se divide e cresce – dificilmente são problemas herdados dos pais.

Exemplos de anormalidades incluem:

  • Não há formação de embriões.
  • Óbito embrionário: o embrião está presente, mas parou de se desenvolver.
  • Gravidez molar: ocorre quando um conjunto extra de cromossomos paternos ou maternos em um ovo fertilizado. Este erro transforma o que poderia se tornar normalmente a placenta em uma massa crescente de cistos. Esta é uma causa rara de perda da gravidez.

Condições de saúde materna

Em alguns casos, o estado de saúde da mãe pode levar ao aborto. Os exemplos incluem:

  • Diabetes não controlada.
  • Infecções.
  • Problemas hormonais.
  • Problemas no útero ou colo do útero.
  • Doenças da tireoide.
  • Trombofilias.

O que não causa aborto

Atividades de rotina como estas não provocam um aborto espontâneo:

  • Exercícios.
  • Relações sexuais.
  • Sustos.
  • Quedas da própria altura.
  • Trabalho, desde que não haja exposição a produtos químicos ou radiação prejudiciais.

Fatores de risco

Idade

Mulheres com mais de 35 anos de idade têm um maior risco de aborto do que as mulheres mais jovens. Aos 35 anos, você tem um risco cerca de 20% maior. Aos 40 anos, o risco é de cerca de 40% maior, podendo chegar aos 80% aos 45 anos.

A idade paterna também pode desempenhar esse papel. Algumas pesquisas também sugerem que as mulheres que engravidam de homens mais velhos estão em maior risco de aborto espontâneo.

Abortos anteriores

Pessoas que tiveram dois ou mais abortos espontâneos consecutivos estão em maior risco de aborto espontâneo.

Condições crônicas

Pessoas que têm uma condição crônica, como diabetes não controlada e trombofilias, têm um maior risco de aborto espontâneo.

Problemas uterinos ou cervicais

Certas anomalias uterinas ou dos tecidos do colo do útero podem aumentar o risco de aborto.

Vícios

Vícios como fumar, ingerir álcool ou usar drogas ilícitas aumentam o risco de aborto. Pessoas que fumam durante a gravidez têm um risco maior de aborto espontâneo do que os não-fumantes. Uso abusivo de álcool e uso de drogas ilícitas também aumentam o risco de aborto.

Peso

Estar abaixo do peso ou com excesso de peso aumenta o risco de aborto espontâneo.

Testes pré-natais invasivos

Alguns testes genéticos pré-natais invasivos, como a biópsia de vilo corial e amniocentese, podem causar um pequeno risco de aborto.

Sintomas de Aborto espontâneo

A maioria dos abortos espontâneos ocorre antes da 12ª semana de gravidez, e a mulher pode não saber que sofreu um, quando este ocorrer nas primeiras seis semanas. No entanto, sinais e sintomas de um aborto espontâneo podem incluir:

  • Sangramento vaginal, com ou sem cólicas, que pode ocorrer muito cedo em sua gravidez, antes de você saber que está grávida, ou mais tarde, depois de ter conhecimento da gravidez
  • Leve a intensa dor lombar, dor abdominal ou cólicas, que podem ser constantes ou intermitentes
  • Um coágulo de sangue ou um jato de líquido claro ou rosa que passa pela vagina
  • Diminuição de sinais de gravidez, como a perda da sensibilidade da mama ou náuseas.

Tenha em mente que a maioria das mulheres que experimentam sangramento vaginal no primeiro trimestre tem gravidezes bem sucedidas.

Tipicamente, os sintomas de um aborto espontâneo tendem a piorar conforme ele progride. Pequenos sangramentos se transformam em um sangramento mais intenso; cólicas começam e se tornam mais fortes.

Exames

  • Exame pélvico, para verificar se o colo do útero começou a dilatar
  • Ultrassonografia pélvica, para verificar o batimento cardíaco fetal e determinar se o embrião está se desenvolvendo normalmente
  • Exames de sangue: se você já sofreu o aborto espontâneo, medições do hormônio da gravidez, beta HCG, podem ser úteis para determinar se você expeliu completamente o tecido placentário
  • Testes de tecidos: se você expeliu tecido, ele pode ser enviado para o laboratório a fim de confirmar se um aborto espontâneo ocorreu – e que seus sintomas não estão relacionados a uma outra causa de sangramento na gravidez.

Diagnóstico de Aborto espontâneo

Possíveis diagnósticos incluem:

  • Ameaça de aborto: se você está sangrando, mas o colo do útero não começou a dilatar, há uma ameaça de aborto. Esses tipos de gravidez podem frequentemente prosseguir sem quaisquer problemas
  • Aborto inevitável: se você está sangrando, o útero está se contraindo e seu colo do útero está dilatado, o aborto é inevitável
  • Aborto incompleto: se você expelir algum material fetal ou placenta, mas alguns restos em seu útero, é considerado um aborto incompleto
  • Aborto retido: os tecidos placentários e embrionárias permanecem no útero, mas o embrião já morreu ou nunca se formou
  • Aborto completo: se você já expeliu todos os tecidos da gravidez, é considerado um aborto completo. Isso é comum para abortos ocorridos antes das 12 semanas
  • Aborto séptico: Se você desenvolver uma infecção no útero, ele é conhecido como um aborto séptico. Esta pode ser uma infecção muito grave, que exige atendimento imediato.

Tratamento de Aborto espontâneo

Se você está sofrendo uma ameaça de aborto, o médico pode recomendar repouso até que o sangramento ou dor desapareça. Você pode ser solicitada para evitar o exercício e o sexo também.

Embora essas medidas não sejam comprovadas para reduzir o risco de aborto, elas podem melhorar o seu conforto.

Também é uma boa ideia para evitar viajar – especialmente em áreas onde seria difícil receber atendimento médico imediato.

Um exame de ultrassonografia determinará se o embrião morreu ou nunca se formou. Um resultado positivo significa que o aborto vai certamente ocorrer. Nessa situação, você pode ter várias opções:

Eliminação Natural

Se você não tem sinais de infecção, pode optar por deixar que o progresso do aborto seja natural. Geralmente isso acontece em duas semanas após determinar que o embrião tenha morrido, mas pode levar de três a quatro semanas em alguns casos.

Esse pode ser um momento emocionalmente difícil. Se expulsão a não acontece por si só, será necessário tratamento médico ou cirúrgico.

Tratamento médico

Se após um diagnóstico certo da perda de gravidez você preferir acelerar o processo, pode ser receitada uma medicação que ajuda seu corpo a expulsar o tecido da placenta.

Embora você possa tomar a medicação por via oral, o médico pode recomendar a inserção da medicação por via vaginal para aumentar a sua eficácia e minimizar os efeitos colaterais, como náuseas e diarreia.

Para a maioria das mulheres esse tratamento funciona em 24 horas.

Tratamento cirúrgico (curetagem)

Uma opção é um pequeno procedimento cirúrgico chamado dilatação e curetagem. Durante este procedimento, o médico dilata o colo do útero e remove o tecido de dentro do seu útero.

As complicações são raras, mas podem incluir os danos para o tecido conjuntivo do colo do útero ou da parede uterina.

O tratamento cirúrgico é necessário se você tiver um aborto acompanhado por sangramento ou sinais de uma infecção.

Há também a aspiração manual intrauterina (AMIU), onde é introduzida uma cânula pelo colo uterino que chega até a cavidade uterina e o material é aspirado por meio de sucção. Não é necessário dilatar o colo do útero.

Convivendo/ Prognóstico

Recuperação física

A recuperação física do aborto na maioria dos casos será de apenas algumas horas ou dias. Ligue para o seu médico se você experimentar sangramento intenso, febre ou dor abdominal. A menstruação irá retornar dentro de quatro a seis semanas.

Você pode começar a usar qualquer tipo de contracepção imediatamente após um aborto espontâneo. No entanto, o ideal é evitar ter relações sexuais ou colocar qualquer coisa em sua vagina – como um absorvente interno – nas primeiras duas semanas depois de um aborto espontâneo.

Futuras gestações

É possível engravidar após um aborto espontâneo. Mas se você e seu parceiro decidem tentar uma nova gravidez, verifique se você está fisicamente e emocionalmente pronta. Converse com o médico para obter orientação sobre quando poderá tentar engravidar.

Tenha em mente que o aborto é geralmente uma ocorrência única. A maioria das mulheres que abortam podem ter uma gravidez saudável após o aborto. Menos de 5% das mulheres têm dois abortos consecutivos, e apenas 1% têm três ou mais abortos espontâneos consecutivos.

Se você tiver vários abortos espontâneos – mais do que três em linha – considere o teste para identificar quaisquer causas subjacentes, como anomalias uterinas, problemas de coagulação ou anormalidades cromossômicas.

Em alguns casos, o médico pode sugerir o teste depois de duas ocorrências consecutivas.

Se a causa dele não for identificada, não perca a esperança. Cerca de 60% a 70% das mulheres com abortos de repetição inexplicáveis passam a ter uma gravidez saudável.

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Eclâmpsia e pré-eclâmpsia

Eclâmpsia é uma doença caracterizada pela liberação, por parte do feto, de proteínas na circulação materna que provocam uma resposta imunológica da gestante, agredindo as paredes dos vasos sanguíneos e causando vasoconstrição. 

Eclâmpsia e Pré-eclâmpsia por Dra Claudiane Branco.  Foto: Devon Divine no Unsplash.

A gravidez pressupõe o crescimento de um ser geneticamente diferente dentro do útero da mulher, uma vez que herdou metade dos genes do pai. Ela não rejeita esse corpo estranho porque desenvolve mecanismos imunológicos para proteger o feto. Em alguns casos, porém, ele libera proteínas na circulação materna que provocam uma resposta imunológica da gestante. Essa resposta agride as paredes dos vasos sanguíneos, causando vasoconstrição e aumento da pressão arterial.

A hipertensão arterial específica da gravidez recebe o nome de pré-eclâmpsia e, em geral, instala-se a partir da 20ª semana, especialmente no 3° trimestre. A pré-eclâmpsia pode evoluir para a eclâmpsia, uma forma grave da doença, que põe em risco a vida da mãe e do feto.

As causas dessas enfermidades ainda não foram bem estabelecidas. O que se sabe é que estão associadas à hipertensão arterial, que pode ser crônica ou especifica da gravidez.

SINTOMAS

  • Sintomas da pré-eclâmpsia (que também pode ser assintomática): Hipertensão arterial, edema (inchaço), principalmente nos membros inferiores, que pode surgir antes da elevação da pressão arterial, aumento exagerado do peso corpóreo e proteinúria, isto é, perda de proteína pela urina.
  • Sintomas característicos da eclâmpsia: Convulsão(às vezes precedida por dor de cabeça, de estômago e perturbações visuais), sangramento vaginal e coma.

DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO

O diagnóstico de eclâmpsia é estabelecido com base nos níveis elevados da pressão arterial, na história clínica, nos sintomas da paciente e nos resultados de exames laboratoriais de sangue e de urina.

São fatores de risco:

  • Hipertensão arterial sistêmica crônica;
  • Primeira gestação;
  • Diabetes;
  • Lúpus;
  • Obesidade;
  • Histórico familiar ou pessoal das doenças supra-citadas;
  • Gravidez depois dos 35 anos e antes dos 18 anos;
  • Gestação gemelar.

TRATAMENTO E PREVENÇÃO

A única maneira de controlar a pré-eclâmpsia e evitar que evolua para eclâmpsia é o acompanhamento pré-natal criterioso e sistemático da gestação.

Pacientes com pré-eclâmpsia leve devem fazer repouso, medir com frequência a pressão arterial e adotar uma dieta com pouco sal.

Medicamentos anti-hipertensivos e anticonvulsivantes são indicados para o controle dos quadros de eclâmpsia mais graves, que podem exigir a antecipação do parto. A doença regride espontaneamente com a retirada da placenta.

RECOMENDAÇÕES

  • Vá ao ginecologista antes de engravidar para avaliação clínica e início da administração de ácido fólico;
  • Compareça a todas as consultas previstas no pré-natal e siga rigorosamente as recomendações médicas durante a gestação;
  • Lembre que a hipertensão é uma doença insidiosa, que pode ser assintomática. Qualquer descuido e a ausência de sintomas podem fazer com que uma forma leve de pré-eclâmpsia evolua com complicações;
  • Faça exercícios físicos compatíveis com a fase da gestação e suas condições orgânicas no momento;
  • Reduza a quantidade de sal nas refeições, não fume e suspenda a ingestão de álcool durante a gravidez.

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Como tratar os sintomas da Menopausa?

Ginecologista Dra. Claudiani Branco explica sobre os sintomas da menopausa e como tratá-los.  Foto por Averie Woodard no Unsplash.

A idade média da instalação da menopausa é por volta dos 45 anos. Este é o período em que a mulher deixa de produzir hormônios e poderá ter sintomas muito fortes, o que interfere no dia a dia e na qualidade de vida. Conheça os principais sintomas da menopausa e como tratá-los.

Sintomas da menopausa

A interrupção na produção de estrogênio, hormônio responsável pelo controle da ovulação, é a principal responsável pelos sintomas da menopausa. Saiba quais são as principais alterações que a ausência desse hormônio pode causar:

Sintomas vasomotores (SVM) – são as ondas de calor no pescoço, face e peitos que atingem até 80% das mulheres;

Síndrome geniturinária (SGM) – alterações na vulva, vagina, uretra e bexiga. A mulher pode apresentar desconforto vaginal, dificultando manter relações sexuais.

Irritabilidade e depressão – o estrogênio está associado a sentimentos de bem-estar e autoestima elevada, a falta dele pode causar depressão;

Osteoporose – por causa da ausência de estrogênio, após a menopausa a mulher pode ter osteoporose, doença que causa enfraquecimento ósseo, o que pode levar à fraturas;

Alterações no corpo – é possível que a falta do hormônio cause a diminuição do brilho da pele e favoreça a concentração de gordura na barriga;ü Alterações no corpo – é possível que a falta do hormônio cause a diminuição do brilho da pele e favoreça a concentração de gordura na barriga;

Descontrole do colesterol – o estrogênio também está relacionado ao equilíbrio entre colesterol bom (HDL) e colesterol ruim (LDL) no sangue.

Tratamento para a menopausa

A terapia hormonal (TH), que é a reposição dos hormônios estrogênio e progesterona por meio de medicamentos, alivia efetivamente os sintomas da menopausa e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida da mulher nessa nova fase.

Entretanto, é preciso manejar os riscos. A terapia hormonal aumenta as chances do desenvolvimento de algumas doenças, como tromboembolia pulmonar, câncer de mama, câncer de endométrio e doença hepática, além de apresentar sangramento vaginal não diagnosticado ou porfiria (distúrbio provocado por deficiências de enzimas).

O tratamento deve ser individualizado e é preciso acompanhar a manutenção dos benefícios, a melhora da qualidade de vida e o aparecimento de efeitos adversos nas mulheres que optarem por este tratamento. Converse com um médico de confiança para entender o que é melhor para o seu caso.

E precisando, você pode entrar em contato comigo através dos canais abaixo no modo de consulta online:

CÓLICA

Ginecologista Dra. Claudiani Branco explica sobre o que é a cólica, sintomas e as formas de lidar com isso no dia a dia.  Foto por Averie Woodard no Unsplash.

A cólica, também conhecida por dismenorreia, é o sintoma mais natural e comum que acompanha a menstruação. Juntamente com a tensão pré-menstrual, é uma das principais queixas das mulheres.

Há dois tipos de cólica: a primária, que existe desde a menarca (nome dado à primeira menstruação) juntamente com o início dos ciclos ovulatórios; e a secundária, que surge após um período sem dor.

A cólica primária é de natureza desconhecida e inata ao organismo feminino. Já a cólica secundária pode ser provocada por doenças como inflamações pélvicas, endometriose e fibromiomas.

Não há como prever a duração da cólica, mas geralmente a dismenorreia precede a menstruação por alguns dias e se intensifica com a chegada do fluxo menstrual.

Sintomas

Os principais sintomas que acompanham a cólica são:

  • Enjoos;
  • Diarreia;
  • Vômitos;
  • Cansaço;
  • Dor de cabeça;
  • Nervosismo;
  • Vertigem e desmaios.

Nas cólicas secundárias, os sintomas aparecem após algum tempo de uma doença orgânica ou de algum fato específico. As causas mais comuns da dismenorreia secundária são: endometriose, alteração nos ovários e/ou útero, uso de DIU, miomas, doença inflamatória pélvica, má- formações uterinas e hímen não perfurado (que não permite a saída do fluxo menstrual).

Diagnóstico

Para as sortudas ela nem dá as caras, para outras se trata apenas de um pequeno incômodo, já para algumas ela é uma verdadeira tortura. A cólica menstrual ou dismenorreia é uma dor na região pélvica que aparece um pouco antes ou junto com a menstruação e pode variar de intensidade. Em alguns casos ela pode ser tão forte que incapacita as mulheres de seguir com suas rotinas, podendo causar até mesmo transtornos gastrointestinais e cefaleia.

Nesses casos mais severos é preciso procurar um ginecologista para que, através de exames clínicos e laboratoriais, possa realizar um diagnóstico correto sobre o motivo das fortes dores. Cólicas sem causa patológica, ou seja, que são exclusivamente provocadas pelas contrações uterinas normais do período menstrual, têm início de 6 a 12 meses após a primeira menstruação e ocorrem de 8 a 72 horas do início do fluxo sanguíneo e são diagnosticadas através do exame clínico em consultório e conversa com a paciente. Quando a dor é muito intensa e foge dos padrões de duração anteriormente mencionados é preciso realizar alguns exames como ultrassonografia pélvica ou transvaginal, tomografia computadorizada ou bacterioscopia da secreção vaginal para investigar possíveis patologias como inflamações do colo do útero, miomas, endometriose, entre outras.

Procurar ajuda médica quando as cólicas menstruais passam de um simples incômodo para um problema que afeta sua rotina é o primeiro passo para obter um diagnóstico. As dores muitas vezes escondem problemas que podem até mesmo afetar a fertilidade feminina, mas que quando diagnosticados precocemente são resolvidos com o uso de medicamentos ou intervenções cirúrgicas simples.

Exames

A cólica menstrual é um dos motivos mais frequentes de visitas aos consultórios ginecológicos. Conhecida também como dismenorreia, ela consiste na dor pélvica antes ou durante a menstruação que atinge cerca de 90% das mulheres em idade reprodutiva, sendo que 10% dessas sentem dores incapacitantes.

A cólica pode coincidir apenas com o ciclo menstrual ou estar associada a alguma enfermidade orgânica. Doenças como adenomiose, inflamação pélvica e endometriose podem estar diretamente relacionadas às fortes dores que podem até mesmo causar náuseas, vômitos, cefaleia e vertigens.

Para detectar a causa desse incomodo é possível que o ginecologista realize o exame físico geral e ginecológico buscando identificar uma possível causa orgânica da dor por meio da avaliação do colo, presença de hérnia, sinais de herpes, corrimentos, inflamação do colo uterino, vaginite ou uretrite (inflamação da uretra).

Caso haja suspeita de alguma causa orgânica o médico poderá solicitar exames complementares que podem variar de exames de sangue e urina até exames de imagem, podendo, inclusive ser necessária a realização de laparoscopia, pocedimento cirúrgico que serve para entre outras coisas pesquisar e tratar a endometriose.

Prevenção

As tão indesejadas cólicas menstruais que insistem em visitar todos os meses grande parte das mulheres em idade fértil não precisam ser um transtorno eterno. Caso as fortes dores não tenham nenhuma causa orgânica ou patológica, algumas atitudes e mudanças de hábitos podem te ajudar a passar pelo período menstrual sem sofrimento. É possível prevenir ou amenizar as cólicas menstruais ao longo de todo o mês. Manter uma alimentação saudável e equilibrada, ingerindo todos os nutrientes necessários e sem pular refeições auxilia a saúde como um todo. Praticar exercícios físicos com frequência também colabora para a redução do fluxo menstrual e de possíveis processos inflamatórios graças à liberação da endorfina, o hormônio que gera a sensação de satisfação.

Uma técnica antiga, simples e eficiente é colocar uma bolsa de água quente na região pélvica quando a cólica começar a dar sinais de que está vindo, pois o calor dilata os vasos sanguíneos, relaxando e diminuindo a dor.

Procure estar atenta aos sinais do seu corpo, ele é a sua casa e conhecer onde você vive e o que pode provocar alguma dor é essencial para evitar tais comportamentos e viver melhor. Se as cólicas menstruais persistirem e se mostrarem severas procure seu ginecologista, apenas um especialista pode diagnosticar a causa dor e receitar o melhor tratamento.

Tratamentos e Cuidados

Um mal que atinge grande parte das mulheres em idade fértil, a cólica menstrual é uma dor na região pélvica que é provocada pela liberação da prostaglandina, substância que faz com que o útero se contraia para a eliminação da sua camada interna em forma de sangramento. As fortes dores podem ter como causa o ciclo menstrual ou patologias do aparelho reprodutivo, como miomas, tumores ou endometriose.

Quando as dores severas passam a ser rotina na vida de uma mulher, é preciso procurar um ginecologista para investigar o motivo desse incomodo, estabelecendo o diagnóstico correto por meio de exames clínicos e laboratoriais para iniciar o tratamento.

Se o motivo da dor é apenas reflexo dos hormônios do período menstrual, o melhor tratamento consiste em praticar exercícios físicos para a liberação de endorfina e relaxamento do corpo, ingestão e alimentos ricos em fibra e a aplicação de bolsas de água quente já são suficientes para aliviar as dores. Mas, se a for causada por alguma patologia, é necessário tomar a ingestão de medicamentos de acordo com orientação médica.

Para saber o tratamento ideal para a cólica menstrual procure um médico ginecologista para que ele possa fazer o diagnóstico correto e iniciar o melhor tratamento para você.

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Atualização: recomendações sobre vacinas covid-19 em gestantes, puérperas e lactantes

Dra Claudiani Branco fala sobre a Atualização da Norma Técnica do Ministério do Trabalho sobre a vacina de covid-19 e gestantes. Foto por freestocks no Unsplash.

Por meio da nota técnica 01/2021, divulgada em 15 de março, o Ministério da Saúde elencou orientações referentes à administração de vacinas covid-19 em gestantes, puérperas e lactantes.

Faz um ano que enfrentamos a Covid-19. Hoje, 16 de março, os óbitos se aproximam dos 300.000 no Brasil e os casos estão para somar 12 milhões.  É uma doença severa, causada pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2.

A Covid-19 possui espectros clínicos distintos: de infecções assintomáticas a quadros graves. A Organização Mundial da Saúde informa que a maioria (cerca de 80%) dos pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas reduzidos.

Um entre cada 5 casos detectados exige atendimento hospitalar em virtude de dificuldade respiratória. Destes, 5% podem requerer suporte ventilatório.

Focando especificamente no grupo de gestantes e puérperas, o Sistema de Vigilância do Ministério da Saúde vem estudando a evolução de óbitos. Em Boletim Epidemiológico Especial, divulgou que “a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em gestantes foi 0,9% e ocorreram 199 óbitos por SRAG em gestantes. Em 135 (67,8%) desses óbitos, a SRAG foi causada por SARS-CoV-2”.  

A nota técnica 01/2021, registra que no Brasil, as mortes maternas associadas a Covid-19 são mais comuns no 3º trimestre ou no puerpério. Alerta o quadro recente da pandemia, entre 8 a 11% das gestantes e lactantes infectadas pelo SARS-CoV-2 necessitam de hospitalização; de 2% a 5% são casos de internação em unidades de terapia intensiva, com risco objetivo de morte.

Ainda aponta que os óbitos maternos são mais usuais em gestantes e puérperas com comorbidades preexistentes associadas: obesidade, diabetes mellitus, doenças autoimunes, doença cardiovascular, entre outras.

SOBRE VACINAS

Diz a NT que as vacinas Covid-19 disponíveis no País ainda não passaram por testagem em gestantes, puérperas e lactantes. Daí não haver dados e informações consolidados sobre efeitos específicos. Porém, pela urgência “de se posicionar sobre essa parcela da população mesmo com a ausência de evidências, surge da necessidade mundial de combater a pandemia causada pelo SARS-CoV-2 e, principalmente, no caso das gestantes, devido ao maior risco de complicações que elas e seus bebês enfrentam quando infectados pelo vírus, podendo-se citar a maior probabilidade de parto prematuro”.

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POR QUE A VACINA DO HPV É DESTINADA SÓ UMA FAIXA ETÁRIA?

Ginecologista Dra. Claudiani Branco explica o porquê de vacinas para HPV se destinarem a faixas etárias específicas.  Foto por Matheus Ferrero no Unsplash.

As faixas etárias específicas que fazem parte do grupo não foram escolhidas aleatoriamente. A faixa etária foi escolhida por dois motivos:

Primeiro, a vacina é mais efetiva em meninas que ainda não tiveram contato sexual e não foram expostas ao HPV. Segundo, porque é nessa idade que o sistema imunológico apresenta melhor resposta às vacinas.

Com base em pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 28% dos jovens  começam a ter contato sexual a partir dos 13 anos. Então, vacinando essa faixa etária conseguimos um melhor aproveitamento dos efeitos da vacina.

Isso não quer dizer que a vacina perca efeito depois do inicio da vida sexual. A vacina é eficaz tanto para as meninas que nunca tiveram relações sexuais como para aquelas que já iniciaram a vida sexual. É claro que a efetividade é menor por uma questão: a menina que já iniciou a vida sexual pode ter tido contato com o vírus antes de se vacinar. O vírus pode já estar ali no organismo sem se manifestar. Ela toma a vacina hoje e depois de um tempo o vírus pode ‘acordar’. Não quer dizer que a vacina não fez efeito, mas que a menina já estava infectada quando foi imunizada.

A HPV é um dos principais agentes que causam o Câncer de Colo de Útero, se vacinar é a forma mais eficiente de prevenção.

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Estratégias para a erradicação do câncer de colo do útero.

Ao lado da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) inicia um esforço conjunto para a erradicação do câncer de colo de útero. Altamente prevenível, a neoplasia ainda é um dos mais frequentes na população feminina brasileira. Até o final do ano de 2020, foram estimados o surgimento de 16590 novos casos da doença, sobretudo, na região norte do país. Nos últimos dez anos (2008-2018), a taxa de mortalidade decorrente de doença saltou 33%, resultando em uma vítima a cada 90 minutos, segundo dados do Ministério da Saúde.

Febrasgo e OMS estabelcem meta de erradicar o câncer de colo de útero até 2030.

Em agosto de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou uma resolução chamando a atenção e defendendo a eliminação do câncer de colo de útero. No último dia 17 de novembro, ao final da 73º Assembleia Mundial da Saúde, a OMS reforçou este compromisso e lançou oficialmente a estratégia de eliminação em um evento online.

No Brasil, a Febrasgo se engaja na responsabilidade de contribuir para as metas previstas a serem trabalhadas até 2030. A adoção da “Estratégia Global para Acelerar a Eliminação do Câncer de Colo do Útero, como um Problema de Saúde Pública”, da OMS, é baseado em três pilares. Garantir que:

1) 90% das meninas recebam a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) até os 15 anos de idade;

2) 70% das mulheres realizem um exame de rastreamento com teste efetivo até os 35 e outro até os 45 anos de idade;

3) 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras ou câncer invasivo recebam tratamento.

O compromisso da Febrasgo e OMS é rastrear, com o teste de HPV, 70% das mulheres, por duas vezes, nas idades de 35 e 45 anos. Tal ação deve acarretar a redução da mortalidade feminina em cerca de um terço.

Ações a serem feitas pela Febrasgo

Partindo do princípio que o câncer de colo de útero é uma das formas de câncer mais evitáveis e tratáveis, com medidas de prevenção primária (vacina contra o HPV) e prevenção secundária (exames de rastreamento), a Febrasgo endossa a campanha da OMS e traça como estratégia a conscientização da população. A entidade realizará diversas ações.

Para tanto, a Febrasgo elaborou um documento por meio de suas Comissões Nacionais Especializadas (CNE) em Ginecologia Oncológica, em Trato Genital Inferior e em Vacinas em que se realiza uma chamada para a eliminação do câncer de colo de útero na próxima década no Brasil. Em seu site, a entidade disponibiliza além de informações sobre a doença, um vídeo institucional explicando a parceria com a OMS.

Números e Cenário no Brasil

Apesar de ser uma doença prevenível, curável e com potencial para ser totalmente eliminada no Brasil e do Mundo, o Câncer de Colo de Útero ainda apresenta altas taxas de incidência e mortalidade. No mundo, são mais de 570.000 novos casos e morrem mais de 311.000 mulheres a cada ano. De acordo com a OMS, a maioria das mortes acontece nos países com baixo índice de desenvolvimento, como o Brasil, onde o câncer de colo uterino ocupa o terceiro lugar entre as neoplasias malignas nas mulheres, com 15,43 casos por 100.000 mulheres ao ano, e o quarto em mortalidade. A doença ocorre predominantemente em mulheres não brancas (62.7%) e com baixa escolaridade (62.1%).

O sistema público de saúde brasileiro atende 75,32% dos pacientes com câncer, ou seja, cerca de 448.959 casos de câncer foram atendidos na rede pública em 2016. O período entre o diagnóstico e o primeiro tratamento dura mais de 60 dias em 58% dos casos, ocorrendo mortes precoces em 11% delas.

Referente aos óbitos, quase nove de cada dez óbitos por câncer do colo do útero ocorrem em regiões menos desenvolvidas, onde o risco de morrer de câncer cervical antes dos 75 anos de idade é três vezes maior.

Os cânceres invasivos do colo do útero são, geralmente, tratados com cirurgia ou radioterapia combinada com quimioterapia. A escolha da melhor opção terapêutica depende do estadiamento clínico do tumor, da idade, da história reprodutiva, do estado geral da paciente e das condições disponíveis no serviço de saúde. No Brasil, aproximadamente 80% das mulheres com diagnóstico de doença invasiva, estão na fase avançada, fora de condições técnicas de cirurgia, sendo necessárias a radioterapia e a quimioterapia como tratamento, gerando, assim, um enorme custo social e financeiro.

A importância da vacinação

As vacinas para HPV são altamente efetivas e promovem uma diminuição significativa das infecções e, consequentemente, também das lesões neoplásicas do colo do útero, responsáveis pela potencial perda do órgão. Entretanto, no nosso país, a cobertura da vacinação tem sido abaixo do necessário para uma ação efetiva nas próximas décadas. As razões para explicar as baixas coberturas são principalmente as barreiras logísticas de acesso e a falta de educação contínua da população.

Em 2014, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) introduziu a vacina quadrivalente para meninas de 9 a 14 anos em esquema de duas doses com intervalo de seis meses. Em 2017, o programa passou a contemplar também os meninos de 11 a 14 anos, também no esquema de duas doses.

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