Obesidade pode diminuir a eficácia do anticoncepcional?

A gravidez indesejada é especialmente preocupante em mulheres obesas, pois pode trazer riscos à saúde da mãe e do bebê. Para planejá-la, é importante o uso de método contraceptivo e esperar o momento ideal para engravidar. Embora os estudos sobre o tema sejam controversos, a conclusão é que a obesidade compromete pouco ou nada o desempenho dos métodos anticoncepcionais.

A exceção é o adesivo transadérmico, cuja taxa de falha pode ser significativamente maior para mulheres com mais de 90 quilos. Outro ponto importante é que, ao iniciar um método hormonal, a proteção só é garantida após 14 dias, porque os níveis de progesterona demoram mais para se estabilizar em obesas.

Mulher obesa pensativa, em relação a dúvida sobre obesidade reduzir eficácia do anticoncepcional. Foto por Khorena Sanders no Unsplash.

Além disso, o implante contraceptivo pode ter eficácia por menos tempo para quem está acima do peso, mas os dados são conflitantes com outros estudos que demonstram não haver diferença na eficácia.

Em relação ao dispositivo intrauterino (DIU), as evidências apontam que o método é igualmente eficaz para usuárias com sobrepeso ou obesidade. Ou seja, mais de 99% de eficácia.

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Sou diabética. Qual contraceptivo posso usar?

A diabetes, tanto a do tipo 1 quanto a do tipo 2, pode causar riscos durante uma gravidez não planejada. Para evitar isso, as mulheres que têm a doença devem usar contraceptivos de alta confiabilidade. O dispositivo intrauterino (DIU), por exemplo, tem alta taxa de eficácia.

Mulher pensativa, em alusão a dúvida sobre diabetes e método contraceptivo. Foto por Icons8 Team no Unsplash.

Há dois tipos de DIU. O de cobre, com validade de até dez anos, elimina os espermatozoides antes de penetrarem no útero. Já o hormonal, que pode tem validade de até cinco anos, libera progesterona, o que modifica a secreção do colo uterino e impede a passagem dos espermatozoides. O DIU de cobre tem uma taxa de falha de 0,4% nos primeiros 12 meses, enquanto a chance de falha do DIU hormonal no primeiro ano de uso é de 0,2%. Diabéticas podem usar tanto um quanto o outro.

As pílulas anticoncepcionais podem diminuir o efeito de hipoglicemiantes orais, anti-hipoglicemiantes e da insulina. Em alguns casos específicos, contraceptivos hormonais podem não ser indicados, devido ao tempo da doença, idade, tabagismo, hipertensão, obesidade e complicações em determinados órgãos. No entanto, antes de qualquer coisa, consulte o ginecologista para saber qual é a melhor opção para você.

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Contracepção e lúpus: como me proteger?

Mulher de olhos claros olhando para a câmera e a frase Contracepção e Lúpus, como me proteger? Foto por Velizar Ivanov no Unsplash.

O lúpus é uma doença autoimune que atinge, principalmente, mulheres na idade fértil. Uma gestação não planejada nessas mulheres pode gerar riscos para a saúde da mãe e do feto. Portanto, o planejamento da gestação é essencial.


Por outro lado, os métodos contraceptivos são pouco utilizados, seja pela falta de informação da paciente ou por dúvidas ao prescrever os anticoncepcionais hormonais.

Os LARCs (DIU de cobre, SIU-LNG e implante de ENG) representam as opções contraceptivas mais eficazes e devem ser encorajados em todas as pacientes, mesmo em nulíparas e adolescentes que não tenham contraindicações ao uso. Eles apresentam altas taxas de satisfação e continuidade de uso entre todos os contraceptivos reversíveis.

O método contraceptivo escolhido pela paciente com lúpus deve ser discutido com o ginecologista e o reumatologista, sempre combinando segurança, eficácia, conveniência e outras necessidades individuais da mulher.

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Em que idade o sangramento uterino anormal (SUA) é mais comum?

O sangramento uterino anormal (SUA) pode acontecer em todas as idades da vida reprodutiva das mulheres, porém é mais comum que o problema aconteça em dois momentos: no início e no fim da vida reprodutiva.

Nos dois primeiros anos após a primeira menstruação, é comum que as adolescentes tenham queixas de menstruações irregulares, com sangramento excessivo e intervalo de tempo diferentes. Durante a perimenopausa (fase antes da menopausa), por volta dos 45 anos, os ciclos menstruais podem se tornar mais irregulares e é comum que o sangramento uterino anormal ocorra. Também é normal pular períodos ou o sangramento ser menor durante a perimenopausa.

Mulher pensativa elucidando as dúvidas a respeito da idade com que o SUA ocorre. Foto por Ernest Brillo no Unsplash.

Fique atenta aos sinais e sintomas do corpo, especialmente durante esses períodos da vida. Apenas um médico poderá identificar e diagnosticar problemas na saúde reprodutiva. Nunca se automedique.

É importante conversar com o seu médico sobre o método contraceptivo mais indicado para o seu caso.

Câncer de colo do útero

O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos).

A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou ou Papanicolau), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica desse exame.

Ele é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

O que aumenta o risco:

  • Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros. 
  • Tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados).
  • Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.

Sinais e sintomas

Fonte INCA

O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.

Como prevenir?

A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). A transmissão da infecção ocorre por via sexual, o uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.

Vacinação contra o HPV

O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.  Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

A vacinação e a realização do exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de prevenção desse tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV.

Sangramento Uterino Anormal de causas orgânicas ou disfuncionais?

O sangramento uterino anormal (SUA) de causa orgânica pode ser provocado por vários problemas, tais como: pólipos e miomas (tumores benignos no útero), adenomiose (endométrio crescendo na parede muscular do órgão) e tumores malignos. Já o sangramento uterino disfuncional ou endócrino é causado por estímulo hormonal inadequado.

Mulher preocupada sobre um sofá, foto por Alex Boyd no Unsplash
Identificar o tipo de sangramento é essencial para um tratamento de sucesso.

Primeiramente, o médico precisa identificar o tipo de sangramento uterino para, depois, estabelecer a melhor forma de tratamento.

No caso dos pólipos, estes podem ser removidos ambulatorialmente. Se a razão do sangramento for adenomiose ou mioma, pode ser feito tratamento hormonal ou, em alguns casos, procedimento cirúrgico.

Por outro lado, o único tratamento para o sangramento uterino disfuncional é hormonal. Se você tem sangramento e suspeita que seja SUA, nunca se automedique. Converse com o médico para que ele faça o diagnóstico e indique o tratamento mais adequado para você.

LARCs: Contraceptivos reversíveis de longa ação

Os métodos contraceptivos mais eficazes existentes são os métodos de longa ação, também conhecidos como LARCs. A alta eficácia é garantida por não dependerem da memória da usuária e, como o próprio nome diz, sua ação é prolongada: entre 3 a 10 anos, dependendo do método escolhido. São eles os DIUs hormonais, DIU de cobre e implante.

Implante, DIU hormonal e de cobre são os métodos contraceptivos mais eficientes. Foto por Health Supplies Coalition no Unspash.
Escolha seu método contraceptivo de longo prazo

Os DIUs hormonais possuem eficácia superior à laqueadura, de apenas duas a três gestações a cada 1000 usuárias, e ação por até 5 anos. Os dois DIUs hormonais reduzem o fluxo menstrual com o passar do tempo.

O DIU de cobre é um contraceptivo sem hormônios e com ação de até 10 anos, mas sua alta eficácia é garantida pelo cobre, que causa um processo inflamatório no local e é tóxico para os espermatozóides. A eficácia do DIU de cobre é de cinco gestações a cada 1000 usuárias.

Já o implante é um contraceptivo inserido no braço da usuária por um médico e com ação garantida por até 3 anos. Ele também possui uma eficácia de duas gestações a cada 1000 mulheres, sendo um dos métodos contraceptivos mais eficazes do mercado.

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DIU

DIUs são dispositivos intrauterinos com eficácia de longa ação, que pode variar de 5 a 10 anos, dependendo do tipo escolhido. Atualmente, estão disponíveis dois tipos de DIU: o hormonal, que contém levonorgestrel (um hormônio similar à progesterona), e o de cobre. Eles estão entre os contraceptivos mais eficazes que existem, pois não dependem da disciplina da usuária para fazerem efeito, ou seja, você não precisa lembrar de tomar.

O mais novo DIU hormonal, recém chegado no Brasil, possui 19,5 mg de hormônio e menores dimensões ou, em outras palavras, é o método com menor dose hormonal disponível no mercado brasileiro.

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Posso ter tromboembolismo usando contraceptivos hormonais?

Alguns tipos de anticoncepcionais hormonais estão associados com o aumento do risco de problemas cardiovasculares. Um deles é o tromboembolismo venoso, que acontece quando coágulos se formam nas veias e bloqueiam a passagem do sangue. Em alguns casos, os coágulos podem até causar acidente vascular cerebral (AVC).

Embora os anticoncepcionais orais combinados à base de estrogênio sejam os mais associados com a ocorrência do tromboembolismo, há outros fatores que também podem aumentar o risco, como obesidade e tabagismo.

Cerca de 61,5% das mulheres que tiveram o problema, por exemplo, eram fumantes. Então, converse com o seu ginecologista para saber quais anticoncepcionais são mais adequados para o seu caso antes de escolher algum.

Ovários Policísticos

A Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida pela sigla SOP, é um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho.

É uma doença caracterizada pela menstruação irregular, alta produção do hormônio masculino e presença de micro cistos nos ovários.
Sua causa ainda não é totalmente esclarecida. A hipótese é que ela tenha uma origem genética e estudos indicam uma possível ligação entre a doença e a resistência à ação da insulina no organismo, gerando um aumento do hormônio na corrente sanguínea que provocaria o desequilíbrio hormonal.

SINTOMAS

A falta crônica de ovulação ou a deficiência dela é o principal sinal da síndrome. Em conjunto, outros sintomas podem ajudar a detectar essa doença, como:

  • Atrasos na menstruação (desde a primeira ocorrência do fluxo);
  • Aumento de pelos no rosto, seios e abdômen;
  • Obesidade;
  • Acne.

Em casos mais graves, pode predispor o desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares, infertilidade e câncer do endométrio.

DIAGNÓSTICO

Para realizar o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos são necessários o exame clínico, o ultrassom ginecológico e exames laboratoriais.

Ovário Policístico

Através do ultrassom, a doença é percebida pelo aparecimento de muitos folículos ao mesmo tempo na superfície de cada ovário. Esse ultrassom deve ser feito entre o terceiro e o quinto dia do ciclo menstrual. Não sendo a mulher virgem, deve-se dar preferência à técnica de ultrassom transvaginal.

É importante definir que esses resultados não se aplicam a mulheres que estejam tomando pílula anticoncepcional. Se houver um folículo dominante ou um corpo lúteo, é importante repetir o ultrassom em outro ciclo menstrual para realizar o diagnóstico corretamente.

Mulheres que apresentam apenas sinais de ovários policísticos ao ultrassom sem desordens de ovulação ou hiperandrogenismo não devem ser consideradas como portadoras da síndrome dos ovários policísticos.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O tratamento da síndrome dos ovários policísticos depende dos sintomas que a mulher apresenta e do que ela pretende. Cabe ao médico e à paciente a avaliação do melhor tratamento, mas para isso é fundamental questionar se a paciente pretende engravidar ou não. Os principais tratamentos são:

Anticoncepcionais orais – Não havendo desejo de engravidar, grande parte das mulheres se beneficia com tratamento à base de anticoncepcionais orais. A pílula melhora os sintomas de aumento de pelos, aparecimento de espinhas, irregularidade menstrual e cólicas. Não há uma pílula específica para o controle dos sintomas. Existem pílulas que têm um efeito melhor sobre a acne, espinhas e pele oleosa. Mulheres que não podem tomar a pílula se beneficiam de tratamentos à base de progesterona.

Cirurgia – Cada vez mais os métodos cirúrgicos para essa síndrome têm sido abandonados em função da eficiência do tratamento com anticoncepcionais orais.

Antidiabetogênicos orais – Estando a síndrome dos ovários policísticos associada à resistência insulínica, um dos tratamentos disponíveis é por meio de medicamentos para diabetes.

Dieta e atividade física – Essas pacientes devem ser orientadas em relação à dieta e atividade física, simultaneamente com as medidas terapêuticas.

Indução da ovulação – Se a paciente pretende engravidar, o médico lhe recomendará tratamento de indução da ovulação, não sem antes afastar as outras possibilidades de causas de infertilidade. Não se deve fazer esse tratamento em mulheres que não estejam realmente tentando engravidar.