Prematuridade: entenda como é feito o rastreamento e prevenção

O parto pré-termo pode ser previsto e prevenido com algumas técnicas em exames de imagem. É considerado pré-termo um parto que ocorre antes de 37 semanas de gestação. No entanto, podemos classificar essa prematuridade dependendo do quanto antes das 37 semanas esse parto acontece.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como:

Ginecologista e Obstetra Dra. Claudiani fala sobre prematuridade.
  • Pré-termo moderado/tardio: 32 – 36+6 sem
  • Muito pré-termo: 28 – 31+6 sem
  • Pré-termo extremo: < 28 sem

Já o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos, a classificação é:

  • Pré-termo: < 37 sem
  • Pré-termo tardio: 34 – 36+6 sem
  • Pré-termo precoce: < 34 sem

No Brasil, 30% dos fetos que nascem antes das 37 semanas de gestação vêm à óbito. Para evitar isso, é feito o rastreamento e prevenção da prematuridade.

História da gestante

Existem alguns fatores de risco que aumentam as chances de parto prematuro, como parto prematuro prévio e um intervalo menor de 18 meses entre gestações. Para entender o risco de prematuridade, também é importante analisar fatores da gestação atual, como:

  • Gravidez de múltiplos;
  • Etnia dos genitores;
  • Gravidez fruto de reprodução assistida;
  • Presença de hematomas ou sangramentos;
  • Presença de malformação uterina.
  • Marcadores biométricos

Há ainda um importante marcador biométrico, localizável via ultrassom, que é a medida do colo uterino no segundo semestre:

  • < 25 mm → 12,5% de chance de um parto prematuro
  • 25 – 29 mm → 2,4% de chances de um parto prematuro
  • ≥ 30 mm → 0,1% de chances de um parto prematuro

A visibilidade para medição do colo uterino é melhor pelo US transvaginal (100%) do que pelo abdominal (49%). As boas práticas no momento dessa medição são:

  • Bexiga vazia;
  • Posição de litotomia;
  • Transdutor endovaginal de 5MHz;
  • Identificação do orifício interno, externo, canal cervical e mucosa cervical;
  • Posicionamento do transdutor sem compressão sobre o colo;
  • Magnificação da imagem até que o colo ocupe pelo menos 75% da tela;
  • Medida da distância entre o OI e o OE de forma linear;
  • Executar 3 medidas durante pelo menos 3 minutos e considerar a menor;
  • Notar as mudanças dinâmicas do segmento inferior do útero.

Com esse biomarcador e a história da gestante, já é possível prever as chances de um parto prematuro usando outro algoritmo da The Fetal Medicine Foundation. No entanto, existem outros marcadores, relacionados ao líquido amniótico e ao conteúdo vaginal.

Como prevenir?

A administração do hormônio progesterona é considerada uma estratégia eficiente. Foi verificado que o uso do hormônio (seja por injeção intramuscular ou através de um anel vaginal) trouxe benefícios, reduzindo até mesmo o risco de óbito do recém-nascido. Outro método apontado é a cerclagem, um ponto no colo uterino que visa reduzir o risco do parto prematuro, ao impedir que ele se abra muito cedo.

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Os 3 Pilares do Parto Humanizado

  • Protagonismo da mulher
  • Acolhimento
  • Respeito

Dói. Dói, é incômodo, é assustador. Mas se a mulher se sente acolhida e respeitada em suas decisões, é possível parir naturalmente, com segurança. Essa é a ideia do parto humanizado: respeitar e dar condições seguras para mãe e bebê no momento do parto.

No parto humanizado, a protagonista é a parturiente. Afinal, é ela quem faz o parto, é ela quem sabe se quer ficar em pé, sentada, deitada ou andando.

Ginecologista e Obstetra Dra. Claudiani fala sobre Parto Humanizado

Ela quem sabe o limite da dor, a hora – talvez – de pedir analgesia, ou uma massagem nas costas, ou um banho morno, metodologias não farmacológicas que ajudam a reduzir a dor.

É muito importante que a gestante faça seu plano de parto e que os 3 pilares do parto humanizado seja seguido, assim este momento de tanta incerteza e fragilidade se tornaram inesquecível de forma saudável.

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A Dieta Durante a Amamentação e Puerpério

Logo após o nascimento do seu bebê, não é apenas com a alimentação dele que você deve se preocupar, mas com a sua também. Amamentar gasta muita energia e você deve repô-la consumindo alimentos e líquidos além do normal. É muito importante saber quais são as melhores opções para a dieta nesse período.

Dra. Claudiani Branco Ginecologista e Obstetra fala sobre a dieta da Mãe durante a amamentação.

O mais indicado é uma dieta variada, que inclua pães, cereais, frutas, legumes, verduras e derivados de leite e de carne. Dividir as refeições em torno de seis vezes por dia em quantidades moderadas pode ser uma boa ideia para garantir que você se alimente da forma certa e ingira a quantidade recomendada de calorias.

Outra dica é evitar os excessos no consumo de sal. Por isso, alimentos prontos como sopas em pó, temperos e caldos em tabletes, molhos em geral, ketchup, mostarda e conservas podem não ser uma boa escolha. Também evite café, chá preto ou refrigerantes, pois podem causar cólicas no bebê.

Também é recomendável que você evite alimentos que fermentem durante o processo de digestão, como feijão, cebola, alho, ovos e outros. Peixes e crustáceos como camarão podem fazer parte da dieta. Também evite as bebidas alcoólicas e o cigarro, você deve suspendê-los durante esse período.

A hidratação também é importante. Boa parte do leite materno é água, então, quanto mais hidratada você estiver, mais leite vai produzir. O recomendado é três litros por dia que podem ser água, sucos.

ALIMENTOS QUE PODEM AJUDAR QUEM ESTÁ AMAMENTANDO

Carne, frango, ovos, queijo, leite e iogurte são fontes de proteína. O leite, iogurte, suco de laranja ou queijos duros são alimentos ricos em cálcio. E as frutas e verduras são boas fontes de vitaminas.

Se você estiver com anemia, talvez precise tomar algum suplemento de ferro, podendo ser em comprimidos, cápsulas ou líquido. Mas, alguns alimentos, como carnes, frutos do mar, frutas secas e a gema de ovo já são fontes de ferro. Portanto, antes de repor os nutrientes por conta própria, converse com seu médico para ter certeza se é mesmo necessário.

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Plano de Parto

Dra Claudiani Branco fala sobre o Plano de Parto.

O Plano de Parto nada mais é que uma carta onde a gestante/casal decidem juntos como será o parto do seu bebê. Onde o casal listará suas preferências em relação ao parto e nascimento de seu filho, caso tudo transcorra bem. Sempre que os planos não puderem ser seguidos, o casal deverá ser previamente avisado e consultado a respeito das alternativas.

Exemplo de Plano de Parto:

Trabalho de parto:
– Presença de meu marido e doula.
– Sem tricotomia (raspagem dos pelos pubianos) e enema (lavagem intestinal).
– Sem perfusão contínua de soro e ou ocitocina 
– Liberdade para beber água e sucos enquanto seja tolerado. 
– Liberdade para caminhar e escolher a posição que quero ficar. 
– Liberdade para o uso ilimitado da banheira e/ou chuveiro. 
– Monitoramento fetal: apenas se for essencial, e não contínuo. 
– Analgesia: peço que não seja oferecido anestésicos ou analgésicos. Eu
 pedirei quando achar necessário.
– Sem rompimento artificial de bolsa.

Parto:
– Prefiro ficar de cócoras ou semi-sentada (costas apoiadas).
– Prefiro fazer força só durante as contrações, quando eu sentir vontade, em vez de ser guiada.
Gostaria de um ambiente especialmente calmo nesta hora.
– Não vou tolerar que minha barriga seja empurrada para baixo.
– Episiotomia: só se for realmente necessário. Não gostaria que fosse uma intervenção de rotina.
– Gostaria que as luzes fossem apagadas (penumbra) e o ar-condicionado desligado na hora do nascimento. – Gostaria que meu bebê nascesse em ambiente calmo e silencioso.
– Gostaria de ter meu bebê colocado imediatamente no meu colo após o parto com liberdade para amamentar.
– Gostaria que o pai cortasse o cordão após ele ter parado de pulsar.

Após o parto:
– Aguardar a expulsão espontânea da placenta, sem manobras, tração ou massagens. Se possível ter auxílio da amamentação.
– Ter o bebê comigo o tempo todo enquanto eu estiver na sala de parto, mesmo para exames e avaliação.
– Liberação para o apartamento o quanto antes com o bebê junto comigo. Quero estar ao seu lado nas primeiras horas de vida.
– Alta hospitalar o quanto antes.

Cuidados com o bebê:
– Administração de nitrato de prata ou antibióticos oftálmicos apenas se necessário e somente após o contato comigo nas primeiras horas de vida.
– Administração de vitamina K oral (nos comprometemos em dar continuidade nas doses).
– Quero fazer a amamentação sob livre demanda.
– Em hipótese alguma, oferecer água glicosada, bicos ou qualquer outra coisa ao bebê.

– Alojamento conjunto o tempo todo. Pedirei para levar o bebê caso esteja muito cansada ou necessite de ajuda.
– Gostaria de dar o banho no meu bebê e fazer as trocas (ou eu ou meu marido).

Caso a cesárea seja necessária:
– Exijo o início do trabalho de parto antes de se resolver pela cesárea.
– Quero a presença da doula e de marido na sala de parto.

– Anestesia: peridural, sem sedação em momento algum.
– Na hora do nascimento gostaria que o campo fosse abaixado para que eu possa vê-lo nascer.
– Gostaria que as luzes e ruídos fossem reduzidas e o ar condicionado desligado.
– Após o nascimento, gostaria que colocassem o bebê sobre meu peito e que minhas mãos estejam livres para segura-lo.
– Gostaria de permanecer com o bebe no contato pele a pele enquanto estiver na sala de cirurgia sendo costurada.
– Também gostaria de amamentar o bebê e ter alojamento conjunto o quanto antes. 

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Parto normal

O que é um parto normal?

A organização mundial de saúde (OMS) define parto normal como se tratando do momento do nascimento do bebé de forma natural, ou seja, aquele que começa espontaneamente, de baixo risco e assim se mantém até terminar. O recém-nascido nasce espontaneamente, de cabeça para baixo e normalmente entre as 37 e as 42 semanas de gestação.

Dra Claudiani Branco explica o parto normal.

Como calcular a data provável do parto?

A data provável do parto pode ser calculada da seguinte forma:

Idade gestacional cronológica: definida a partir da data da última menstruação; quando a menstruação é regular (certa) começamos a datar a gravidez a partir do primeiro dia da última menstruação (DUM). A data provável do parto é calculada somando 40 semanas (280 dias) a partir desta data (DUM).

Pode-se usar a regra de Naegele para fazer a datação do parto (DPP). Soma-se 7 dias ao dia da última menstruação e tira-se 3 meses. Exemplo: DUM 7/5/2021 DPP 14/2/2022

Depois, a data provável do parto deve ser revista com os dados da ecografia inicial.

  • Idade gestacional efetiva: definida pelo comprimento craniocaudal (CRL) na ecografia do 1º trimestre. A partir daqui mantém-se inalterável ao longo da gravidez.
  • Quando a gravidez resulta de técnicas de reprodução assistidas, a idade gestacional é calculada utilizando a idade do embrião no dia da transferência (2 semanas).
  • Quando o início da vigilância é tardio, devem ser usados dados da história clínica (padrão menstrual e altura uterina) e dados ecográficos (biometrias fetais) para cálculo aproximado da idade gestacional.

Trabalho de parto

trabalho de parto é uma combinação de fenómenos fisiológicos que uma vez postos em marcha conduzem à dilatação e extinção do colo do útero, à progressão do feto através do canal de parto e à sua expulsão para o exterior, culminando com a expulsão da placenta.

É possível identificar alguns sinais e sintomas de que o trabalho de parto se aproxima, a saber:

  • Contrações uterinas inicialmente indolores (contrações de Braxton-Hicks) que vão ficando cada vez mais frequentes e fortes;
  • Dores e pressão nas virilhas que são devidas à descida do feto na pélvis;
  • Aumento da secreção vaginal (muco vaginal em maior quantidade e mais espesso);
  • Saída do tampão mucoso;
  • Diminuição dos movimentos do feto.

Tipos de parto: eutócico, distócico

Podemos identificar dois tipos de parto:

  • Parto eutócico – designa-se por parto eutócico quando o nascimento do bebé ocorre por via vaginal sem qualquer intervenção instrumental durante o parto (veja o tipo de instrumentais abaixo). Este tipo de parto divide-se em 3 estágios:
    • 1º estágio: vai desde a instalação das contrações uterinas regulares à dilatação completa do colo. Há extinção e dilatação do colo uterino.
    • 2º estágio: vai desde a dilatação completa do colo à expulsão do feto. É denominado de período expulsivo.
    • 3º estágio: inicia-se após a expulsão do feto e termina após a expulsão da placenta e membranas fetais. É o período da dequitadura.
  • Parto distócico – designa-se por parto distócico quando é realizado, em algum momento, uso de instrumentos para facilitar o parto.
    • Parto vaginal instrumentado (ventosa, fórceps ou espátula);
    • Parto por cesariana.

Cuidados antes do parto

Para avaliar se a grávida está a entrar em trabalho de parto, normalmente, faz-se o toque vaginal para avaliar se existe dilatação ou extinção do colo do útero.

É realizada uma cardiotocografia (traçado). Esta avalia se a grávida tem contrações uterinas e simultaneamente observa o bem-estar fetal através do registo da frequência cardíaca do feto.

ecografia obstétrica complementa a avaliação do bem-estar fetal através da avaliação do peso e dinâmica fetal, quantidade de líquido amniótico e doppler fetal.

O que são contrações?

As contrações uterinas resultam do encurtamento e relaxamento do músculo do útero e que levam ao endurecimento do ventre materno.

Elas normalmente são dolorosas provavelmente por hipóxia do músculo ou estiramento do colo do útero durante a dilatação. São involuntárias pois pace-makers iniciam a contração e o impulso é propagado através de gap junctions. E são rítmicas, de intervalos variáveis e intercaladas por períodos de relaxamento.

O intervalo entre as contrações diminui gradualmente desde cerca de 10 minutos no início do parto até cerca de 1 minuto durante a expulsão do feto.

Controle da dor, analgesias de parto

A dor do parto é bastante variável de mulher para mulher. A dor de parto pode ser ligeira a moderada para algumas mulheres, enquanto para outras pode ser uma dor muito forte, intensa e por vezes insuportáveis.

O uso da anestesia no parto vaginal é possível de ser realizada, reduzindo muito a quantidade de dor no trabalho de parto. O uso de anestesia não provoca qualquer efeito no feto e ajuda a manter a grávida tranquila.

No parto normal a mulher pode escolher se quer ou não receber a anestesia, basta que ela apresente o desejo ao seu médico.

A anestesia pode ser ministrada em qualquer fase do trabalho de parto. O uso da anestesia em qualquer fase depende da vontade da grávida.

No parto vaginal, a anestesia mais usada é a epidural. A anestesia epidural tira a sensibilidade da dor apenas da cintura para baixo e por isso desaparecem as dores das contrações. O desaparecimento da dor não interrompe as contrações, ou seja, elas continuam a ocorrer normalmente durante o trabalho de parto.
Quando utilizada a anestesia é aplicada entre a 3ª e a 4ª vertebra da coluna lombar através de uma agulha fina e injetam o líquido (fármaco anestésico) no espaço peridural. O uso da anestesia em certas doses acaba por condicionar mais a grávida à cama. Contudo, a mulher pode receber uma dose que alivie a dor e ao mesmo tempo permita que a grávida se levante e caminhe para ajudar na evolução do parto.

Algumas mulheres não querem fazer anestesia epidural no parto e preferem controlar a dor de forma mais natural através de exercícios de respiração, exercícios e massagens corporais, banhos em água quente, acunpuntura ou medicação apenas endovenosa.

Como induzir o trabalho de parto e em qual situação?

O parto normal poderá ser induzido quando o trabalho de parto não se iniciou sozinho e é necessário intervir, pelo bem-estar da saúde da mãe e do bebé. O parto vaginal induzido não deixa de ser um parto natural!

Normalmente, a intervenção é realizada quando a gravidez ultrapassou as 41 semanas, houve rotura de membranas e as contrações não começaram em 24 horas, a Mãe é hipertensa ou diabética, ou ainda quando há diminuição de líquido amniótico (oligoâmnios).

O método utilizado para induzir o parto depende das condições do colo do útero. Quando o colo do útero é favorável utiliza-se a perfusão endovenosa com ocitocina. Quando é desfavorável usam-se dispositivos com prostaglandinas que podem ser vaginais ou orais.

Vantagens do parto normal

O parto normal ou natural tem mais vantagens em relação aos outros tipos de parto. E quanto mais natural for, com o menor número de toques vaginais, manobras ou episiotomia (corte do períneo para evitar lacerações vaginais), melhor! Mas nem sempre é possível e todos os trabalhos de parto são diferentes! O ideal é ter um parto o mais humanizado possível!

O parto normal ou natural tem muitas vantagens em relação ao parto por cesariana, a saber:

  • Menor risco de infecção;
  • Menor tempo de internação (normalmente 48 horas);
  • Tempo de recuperação menor;
  • Os riscos com complicações anestésicas são menores;
  • O útero volta ao tamanho natural mais rapidamente;
  • Aumenta os hormônios responsáveis pelo bem-estar;
  • Os laços afetivos ocorrem de maneira mais intensa e rápida.

Entretanto, não é apenas para as mães que o parto normal oferece diversos benefícios, mas para o bebé também, alguns deles são:

  • Mais tranquilidade;
  • Maior receptividade ao toque;
  • Maior facilidade para respirar (ao passar pelo canal de parto, o tórax é comprimido, fazendo com que os líquidos de dentro do pulmão sejam naturalmente expelidos);
  • Mais atividade ao nascer (antes de ter o cordão umbilical cortado, o bebé consegue achar a mama da mãe sem auxílio de terceiros).

Recuperação após o parto

recuperação após o parto normal é muito rápida. Nas primeiras 2 horas após o parto é necessário fazer repouso e uma vigilância mais rigorosa, mas se estiver tudo bem após esse período já pode iniciar o levante e fazer uma vida normal.

Durante a internação a involução uterina é avaliada pela consistência e pelo tamanho do útero. Os lóquios (sangramento no pós-parto) devem ser observados, no sentido de despistar perdas hemáticas abundantes ou cheiro fétido.

A mobilização precoce (nas primeiras 6 a 8 horas após o parto) deve ser promovida, uma vez que diminuiu a incidência de fenómenos tromboembólicos e melhora o trânsito intestinal.

Quanto ao ingurgitamento mamário, ocorre geralmente entre as 24-72 horas após o parto e pode acompanhar-se de desconforto significativo. Habitualmente, resolve-se em poucos dias sem necessidade de medicação.

A hemorroida é muito frequente no pós-parto. Se forem sintomáticas, devem ser devidamente tratadas: gelo local, venotrópicos e antihemorroidários tópicos e analgésicos.

Às puérperas RH negativas com recém-nascido RH positivo devem ser administradas imunoglobulina anti-D. Nas mulheres não imunizadas contra a rubéola o pós-parto é a altura ideal para se proceder à respectiva vacinação.

A alta hospitalar deve ser dada, regra geral, 48 horas após o parto.

Recomendações na alta

As principais recomendações após a alta são:

  • A mãe deve manter uma dieta rica em cálcio (principalmente aquelas que amamentam);
  • Tomar ferro oral pode ser útil para compensar as perdas hemáticas após o parto;
  • A atividade física deve ser retomada de forma gradual;
  • As relações sexuais podem ser reiniciadas após a cessação do lóquios, desde que não provoquem desconforto ou dor e tenham decorrido, pelo menos 2 a 3 semanas após o parto;
  • É normal no primeiro mês após o parto haver alterações de humor, irritabilidade, labilidade emocional, ansiedade, insónia, crises de choro. Normalmente, é uma situação transitória que normalmente desaparece ao final de 2 semanas. Se se prolongar por muito mais tempo o melhor é procurar ajuda pois podemos estar perante uma depressão pós-parto;
  • É habitual haver uma queda de cabelo mais exuberante até aos 6 meses após o parto;
  • Importância de não esquecer a consulta do puerpério, que deve ser realizada entre a 4ª a 6ª semana após o parto;
  • Importância do teste do pezinho que é realizado no recém-nascido no 3º dia de vida e da primeira consulta que deve ser feita aos 15 dias de vida.

Contraceptivos, menstruação no pós-parto

A mulher que amamenta normalmente tem ciclos anovulatórios e por isso normalmente não menstrua. De qualquer forma a amamentação é um método de contracepção muito falível e por isso devem ser usados métodos contraceptivos eficazes no pós-parto:

  • Métodos de barreira;
  • Métodos hormonais apenas com progestativo: progestagénio oral contínuo (chamada pílula da amamentação) ou implante subcutâneo. Devem ser iniciados na 3º a 4ª semana após o parto;
  • Métodos hormonais estroprogestativos: só devem ser iniciados em mulheres que não amamentam e apenas na 4ª semana após o parto;
  • Dispositivos intrauterinos: podem ser colocados imediatamente após o parto, mas as taxas de expulsão são maiores. A altura ideal de colocação é entre a 4ª a 6ª semana após o parto.

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Partograma

O que é o partograma?

Ginecologista e Obstetra Dra Claudiani Branco fala sobre o Partograma. Foto por Canva.com.

O partograma é um documento oficial que deve ser preenchido a partir do momento que a gestante entra em trabalho de parto. Como o partograma é parte do prontuário, ele deve ser corretamente preenchido e aberto na hora correta.

Mas como sabemos isso? Existem dois critérios importantes para determinar o trabalho de parto: dilatação de pelo menos 3 centímetros e pelo menos 2 contrações efetivas.

Como preencher um partograma.

O partograma compreende 4 partes, que devem ser preenchidas de hora em hora, ou quando a gestante for reavaliada.

Identificação da paciente

primeira parte é a identificação da paciente. Cada serviço pode ter um cabeçalho especificado, mas normalmente temos o nome completodocumento/atendimento, idade da gestante e idade gestacional.

Dilatação e altura do feto

segunda parte refere ao acompanhamento da dilatação e a altura do feto, duas informações que devem ser anotadas a cada toque vaginal que for realizado. O preenchimento é feito a partir da esquerda para a direita e além das outras duas informações, é necessário anotar a hora real e/ou a hora de registro.

Vamos ver o que cada símbolo significa:

• O triângulo é referente a dilatação e está correlacionado com a escala à esquerda.

• Já o círculo representa a altura do feto, respeitando os planos de De Lee ou de Hodge.

Temos também duas linhas: a linha de alerta e a linha de ação. Elas podem estar presentes ou não no partograma, se não estiverem será de responsabilidade de quem abre o partograma desenhá-las.

Ambas estão em um ângulo de 45 graus e devem estar espaçadas em 4 quadrados. E a linha de alerta deve começar na segunda hora do partograma.

●     Linha de Alerta: o trabalho de parto deve acompanhar a linha, por isso, se a representação do parto ultrapassar essa linha, devemos prestar atenção.

●     Linha de Ação: mostra a necessidade de intervenção, não necessariamente cesárea!

Batimentos Fetais

A terceira parte é o registro de Batimentos Fetais e deve ser marcado apenas com um ponto na frequência que o feto apresenta no momento do exame.

Em seguida, há o registro das contrações. Para as contrações efetivas, deve-se preencher todo o quadrado. Se elas não forem efetivas, mas durarem entre 20 e 39 segundos, pinta-se apenas metade do quadrado, traçando uma linha na diagonal. O número de quadrados que pintar, representa a quantidade de contrações em 10 minutos.

Uso (ou não) de ocitocina, aspecto do líquido amniótico e aspecto da bolsa

A quarta e última parte, é onde será anotado se há ou não uso de ocitocina, o aspecto do líquido amniótico e o aspecto da bolsa.

• BOLSA: A bolsa pode estar íntegra (I) ou rota (R)

• LÍQUIDO AMNIÓTICO (LA): o líquido pode ser claro (LC) ou meconial (LM). Lembrando que apenas com o rompimento da bolsa é possível avaliar o líquido amniótico.

• OCITOCINA: é importante marcar a dose que está sendo utilizada

O partograma faz parte do prontuário médico, portanto ao preencher uma coluna (correspondente a uma hora) o examinador deve assinar, indicando que ele realizou o exame.

O que é Violência Obstétrica?

Violência Obstétrica é um termo utilizado para caracterizar abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde na hora do parto. Tais abusos podem ser apresentados como violência física ou psicológica e são responsáveis por tornar um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher em um momento traumático.

Não existe uma definição fechada para o termo, mas sim definições complementares apresentadas por diferentes organizações e governos. É importante notar que o termo “violência obstétrica” não se refere apenas ao trabalho de profissionais de saúde, mas também a falhas estruturais de hospitais, clínicas, e do sistema de saúde como um todo.

A busca pela definição do significado de Violência Obstétrica é importante para que seja encontrado um equilíbrio entre as expectativas da mãe, o serviço oferecido e a necessidade médica que possa surgir. O uso deste termo é importante para garantir que as mulheres possam exercitar seus direitos quando buscam serviços de maternidade, e a sua definição clara é importante para que não haja nenhum impacto negativo na prática da medicina.

Em uma definição abrangente Violência Obstétrica seria:

A intersecção entre violência institucional e violência contra a mulher durante a gravidez, parto e pós-parto. Ocorre nos serviços de saúde públicos e privados. Para muitas mulheres como consequência da violência obstétrica, a gravidez é um período associado a sofrimento, humilhações, problemas de saúde e até a morte.

A violência obstétrica pode se manifestar através de

Negação de tratamento durante o parto, humilhações verbais, desconsideração das necessidades e dores da mulher, práticas invasivas, violência física, uso desnecessário de medicamentos, intervenções médicas forçadas e coagidas, detenção em instalações por falta de pagamento, desumanização ou tratamento rude. Também pode se manifestar através de discriminação baseada em raça, origem étnica ou econômica, idade, status de HIV, não-conformidade de gênero, entre outros.

Uma outra maneira de explicar violência obstétrica é a colocar como os casos que caem nos espectros de atendimentos que acontecem cedo demais, com intervenções demais ou tarde demais, com intervenções de menos. O primeiro caso seria o da transformação de processo naturais em patológicos e, por conta disso, tratar a mulher com intervenções desnecessárias trazendo malefícios para a mãe e para o bebê. O segundo caso seria o caso da negligência ou impossibilidade de prover mãe e bebê com o atendimento necessário para garantir a sua saúde.

Como prevenir a Violência Obstétrica?

Para se prevenir contra a violência obstétrica é importante que a mulher se informe durante o pré-natal e tome conhecimento das opções que possui para a hora do parto. Além disso, é importante que a mulher tome conhecimento dos tipos de intervenções que podem ser necessárias para poder optar pelas quais não aceita ser submetida.

Na questão do atendimento médico durante o pré-natal e o parto, a comunicação entre a equipe médica e a futura mãe é essencial. Isso torna possível lidar de maneira efetiva com as necessidades médicas que posam surgir e evita que a mulher passe por alguma experiência desagradável desnecessária.

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Prematuridade

Graças ao avanço tecnológico e ao conhecimento na área da medicina, muitos bebês que antigamente nasciam antes do tempo e morriam, hoje estão sobrevivendo. Mesmo com um desenvolvimento dentro do esperado, as crianças prematuras necessitam de um olhar mais atento. Estudos mostram que uma criança que nasceu prematuramente necessita mais de atendimentos na área de saúde do que os bebês que nasceram no tempo correto entre 37 e 42 semanas, ou 9 meses.

Ginecologista e obstetra Dra Claudiani Branco explica a prematuridade.

O que é considerado “prematuridade”?

O bebê prematuro é aquele que nasce antes das 37 semanas de gestação. São divididos em “prematuros extremos”, os que vieram ao mundo antes das 28 semanas e correm mais risco de vida do que os bebês que nascem algum tempo depois, pois apresentam um estado de saúde muito frágil. Temos também a faixa de prematuros considerados “intermediários” que nascem entre 28 e 34 semanas, que constituem a maior parte dos prematuros. E os chamados “prematuros tardios” que nascem entre 34 até 37 semanas. Este é um grupo que aumentou bastante no Brasil nos últimos anos e que preocupa bastante em termos de saúde pública.

Quais são as características mais comuns dos bebês prematuros?

A dificuldade de cuidado do prematuro está, não só na fragilidade dos órgãos, mas principalmente do cérebro. O baixo peso, considerado abaixo de 1500g também é um fator que preocupa muito, pois é um grande desafio conseguir fazer uma recuperação nutricional ao longo das primeiras semanas de vida desse bebê.

Todo bebê que nasce antes do tempo precisa necessariamente ficar internado?

Não necessariamente. A faixa dos prematuros tardios tem gerado muitas internações por uma série de fatores, principalmente a imaturidade pulmonar. No entanto, muitos bebês que nascem de 35 semanas podem nascer bem e não precisam de internação e UTI.

O aleitamento fica comprometido pelo fato de o bebê ainda estar na incubadora?

Não. Quando o bebê ainda é muito pequeno, não tem peso, nem maturidade para sucção, ele fica com uma sonda e a própria mãe pode administrar a quantidade de leite materno que é dada ao seu bebê, até que ele tenha condições de sugar. Enquanto isso, ele está sendo avaliado por uma série de profissionais para estimular mais precocemente esta sucção.

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Para que serve e quando ir à consulta pós-parto

Ginecologista e obstetra Dra Claudiani Branco fala sobre a consulta pós-parto.

A primeira consulta da mulher após o parto deve ser cerca de 7 a 10 dias após de nascimento do bebê, quando o ginecologista ou obstetra que a acompanharam durante a gravidez irá avaliar a recuperação depois do parto e o seu estado de saúde em geral.

Para que servem as consultas?

As consultas de acompanhamento da mulher após o nascimento do bebê são importantes para detectar problemas como anemia, infecção urinária, pressão alta, diabetes, problemas na tireoide e trombose, além de avaliar a amamentação e a recuperação da vagina, em caso de parto normal, e dos pontos da cirurgia, em caso de cesariana.

Essas consultas também ajudam a identificar infecções na mãe que podem acabar passando para o bebê, além de o médico conseguir avaliar o estado emocional da mãe e diagnosticar casos de depressão pós-parto, quando é necessário acompanhamento de psicoterapia.

Além disso, a consulta pós-parto também tem como objetivo avaliar o estado de saúde do recém-nascido, apoiar e orientar a mãe em relação à amamentação e orientar os cuidados básicos a ter com o recém-nascido, assim como avaliar a sua interação com a mãe.

Quando fazer as consultas

Em geral, a primeira consulta deve ser feita cerca de 7 a 10 dias depois do parto, quando o médico irá avaliar a recuperação da mulher e pedir novos exames. A segunda consulta ocorre no fim do primeiro mês, e depois a frequência diminui para cerca de 2 a 3 vezes por ano. No entanto, caso algum problema seja detectado, as consultas deverão ser mais frequentes, podendo também ser necessário o acompanhamento com outros profissionais, como um endocrinologista ou um psicólogo.

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Exames que o recém-nascido deve fazer

Logo após o nascimento o bebê precisa realizar uma série de exames com o objetivo de identificar alterações que indiquem a presença de doenças genéticas ou metabólicas, como fenilcetonúria, anemia falciforme e hipotireoidismo congênito, por exemplo. Além disso, esses exames podem ajudar a identificar problemas de visão e de audição e a presença de língua presa, por exemplo.

Ginecologista e obstetra Dra Claudiani Branco fala sobre os exames que o recém nascido deve fazer.

Os testes obrigatórios para o recém-nascido são o teste do pezinho, a tipagem sanguínea, o teste da orelhinha, do olhinho, do coraçãozinho e da linguinha e são indicados logo na primeira semana de vida, de preferência ainda na maternidade, pois caso seja identificada qualquer alteração, o tratamento pode ser iniciado logo em seguida, promovendo o desenvolvimento normal e a qualidade de vida do bebê.

1. Teste do pezinho

O teste do pezinho é um exame obrigatório, indicado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. O exame é feito  a partir de gotas de sangue tiradas do calcanhar do bebê e serve para identificar doenças genéticas e metabólicas, como a fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita, fibrose cística e deficiência de biotinidase.

Existe também o teste do pezinho ampliado, que é indicado quando a mãe teve alguma alteração ou infecção durante a gravidez, sendo importante que o bebê seja testado para outras doenças. Este exame não faz parte dos exames gratuitos obrigatórios e deve ser realizado em clínicas particulares.

2. Teste da orelhinha

O teste da orelhinha, também chamado de triagem auditiva neonatal, é um exame obrigatório e oferecido gratuitamente pelo SUS que tem como objetivo identificar alterações auditivas no bebê.

Esse exame é feito ainda na maternidade, de preferência entre 24 a 48 horas de vida do bebê, e não causa dor ou desconforto no bebê, sendo muitas vezes realizado durante o sono.

3. Teste do olhinho

O teste do olhinho, também conhecido como teste do reflexo vermelho, normalmente é oferecido gratuitamente pela maternidade ou postos de saúde e é feito para detectar problemas de visão, como catarata, glaucoma ou estrabismo. Esse teste costuma ser realizado na maternidade pelo pediatra.

4. Tipagem sanguínea

A tipagem sanguínea é um teste importante para identificar qual o tipo de sangue do bebê, que pode ser A, B, AB ou O, positivo ou negativo. O teste é realizado com o sangue do cordão umbilical, assim que o bebê nasce.

Neste exame, é possível rastrear o risco de incompatibilidade sanguínea, ou seja, quando a mãe tem o RH negativo e o bebê nasce com o RH positivo ou, ainda, quando a mãe tem o tipo sanguíneo O e o bebê, o tipo A ou B. Dentre os problemas de incompatibilidade sanguínea, podemos destacar o possível quadro de icterícia neonatal.

5. Teste do coraçãozinho

O teste do coraçãozinho é obrigatório e gratuito, feito ainda na maternidade entre 24 e 48 horas após o nascimento. O exame consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do recém-nascido com o auxílio de um oxímetro, que é uma espécie de pulseirinha, colocada no pulso e no pé do bebê.

Caso alguma alteração seja detectada, o bebê é encaminhado para fazer um ecocardiograma, que é um exame que detecta defeitos no coração do bebê.

6. Teste da linguinha

O teste da linguinha é um exame obrigatório feito por um fonoaudiólogo para diagnosticar problemas no freio da língua de recém-nascidos, como a anquiloglossia, popularmente conhecida como língua presa. Esta condição pode prejudicar a amamentação ou comprometer o ato de engolir, mastigar e falar, por isso se detectada logo é possível já indicar o tratamento mais adequado.

7. Teste do quadril

O teste do quadril é um exame clínico, no qual o pediatra examina as perninhas do bebê. É geralmente realizado na maternidade e na primeira consulta com o pediatra.

O objetivo do teste é identificar alterações no desenvolvimento do quadril que podem resultar posteriormente em dor, encurtamento do membro ou osteoartrose.

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