Pólipos Endometriais

Dra Claudiani Branco Ginecologista fala sobre os pólipos endometriais. Imagem: Evie S no Unsplash.

Os pólipos endometriais caracterizam-se pelo crescimento hiperplásico das glândulas endometriais, e de seu estroma, ao redor de um núcleo vascular, formando uma projeção séssil ou pediculada a partir da superfície do endométrio. Podem ser únicos ou múltiplos, com tamanho variando de poucos milímetros a vários centímetros de diâmetro.

Trata-se de afecção rara entre as mulheres com menos de 20 anos de idade, no entanto, sua incidência aumenta progressivamente com o aumento da idade, atingindo sua máxima incidência na quinta década de vida, e regredindo gradualmente após a menopausa. A prevalência de pólipos endometriais é de 10 a 24 por cento em mulheres submetidas à biópsia endometrial ou histerectomia.

A maioria dos pólipos endometriais é benigna, mas a malignidade pode ocorrer em algumas mulheres. Em revisão sistemática que incluiu mais de 10.000 mulheres observou-se que a incidência de doenças malignas ou pré-malignas (hiperplasia simples ou complexa – com e sem atipias – e pólipos endometriais com hiperplasia) associada aos pólipos foi significativamente maior na pós-menopausa em comparação com as mulheres na pré-menopausa(5,4% x 1,7%, respectivamente; RR 3,86, IC 95% 2,9-5,1) e também naqueles nas mulheres com sangramento em comparação com aquelas sem sangramento (4,2% e 2,2%, respectivamente; RR 2,0, IC 95% 1,2-3,1) [22]. O estudo não permitiu concluir sobre a possível associação entre o tamanho dos pólipo e a malignidade. 

O uso de tamoxifeno, em mulheres após a menopausa, é um factor de risco para o desenvolvimento de pólipos endometriais, com incidência mais elevada e variando de 8% a 36% [2]. Nestas mulheres os pólipos podem ser grandes (> 2 cm),múltiplos, e mostrar alterações vasculares sugestivas dos processos hiperplásicos. 

A transformação maligna dos pólipos parece ocorrer mais freqüentemente nas mulheres em uso de tamoxifeno (3% a 11%) do que em outras mulheres [2].Não há evidências sobre a associação entre malignidade e tamanho dos pólipos ou duração da terapia com tamoxifeno

Fisiopatologia 

A fisiopatologia dos pólipos endometriais ainda é incerta, no entanto vários mecanismos moleculares têm sido propostos para justificar o desenvolvimento dos pólipos endometriais. Estes incluem a hiperplasia endometrial monoclonal [7], a super-expressão da aromatase p450 no endométrio [8,9], presença de mutações de genes responsáveis pela proliferação celular, bem como daqueles responsáveis pelo processo apoptótico. 

A ausência de receptores de progesterona nos pólipos sugere que, como no tecido endometrial normal, a progesterona pode exercer uma função anti-proliferativa nos pólipos. Isto foi recentemente demonstrado em um subgrupo de mulheres com pólipos submetidas ao tratamento tamoxifeno.

Enquanto no endométrio os andrógenos podem causar a atrofia endometrial, um estudo observacional em mulheres na pós-menopausa sugere que a testosterona não substitua a atividade progestacional nos pólipos. Tal pensamento foi confirmado nesta coorte de pacientes na qual evidenciou-se que a reposição de estrogênio mais testosterona foi associada a um risco aumentado de hiperplasia endometrial simples.

Os Sintomas 

Os pólipos endometriais são responsáveis por aproximadamente um quarto dos casos de sangramento genital anormal em mulheres na pré-menopausa e na pós-menopausa.

A metrorragia e a mancha intermenstrual (“spotting”) é o sintoma mais freqüente em mulheres com pólipos endometriais, ocorrendo em cerca de metade dos casos sintomáticos. Outros sintomas menos frequentes incluem sangramento na pós-menopausa e sangramento de escape durante a terapia hormonal. Deve-se ressaltar no entanto que muitos pólipos são  assintomáticos e seu diagnóstico se faz somente como achado ocasional em exames de imagem realizados durante a visita de rotina anual ao ginecologista.

As opções de diagnóstico diferencial de sangramento genital em mulheres na pós-menopausa são menos amplas que as observadas em muheres na menacme, pois as várias causas de sangramento anormal nesta faixa etária, como a anovulação, são menos relevantes.

Os achados histológicos mais frequentes em mulheres com sangramento anormal na pós menopausa são:

  • Atrofia (59%)
  • Pólipos (12%)
  • Câncer de endométrio (10%)
  • Hiperplasia de endométrio (9,8%)
  • Reposição hormonal (7%)
  • Câncer do colo uterino (< 1%)

É controverso se o pólipo endometrial contribuir para a infertilidade ou mau prognóstico gestacional, como abortamento. O achado de uma anomalia uterina não é, em si, uma indicação de intervenção cirúrgica, pois não há a comprovação das repercussões desta anomalia sobre os aspectos funcionais da fertilidade. No entanto, quando um mioma submucoso, um pólipo endometrial, o útero septado ou sinéquias uterinas são descobertos em uma paciente com dificuldades para engravidar ou com abortos de repetição, a terapia cirúrgica com remoção, ou correção destas afecções deve ser considerada.

Sugere-se que a remoção histeroscópica de pólipos endometriais possa  aumentar a taxa de gravidez em mulheres submetidas à inseminação intra-uterina. Assim, considerando-se estes dados e outras evidências de que a distorção da cavidade uterina por miomas submucosos e, possivelmente, intramurais possa diminuir a taxa de gestação a termo, recomenda-se a remoção dos pólipos endometriais antes de um ciclo de FIV.

Diagnóstico

O diagnóstico definitivo dos pólipos endometriais só se obtém por meio do exame microscópico amostras de tecido obtidas por meio da curetagem uterina, da biópsia endometrial, da histeroscopia diagnóstica ou terapêutica, ou eventualmente do próprio útero obtido em cirurgia de histerectomia. A excisão dos pólipos permite o diagnóstico e cura destas lesões. 

Não obstante saber-se que os métodos de diagnóstico por imagem, ultrassonografia e histeroscopia, não detém o poder de distinguir de forma confiável os pólipos benignos dos malignos, o emprego destes métodos na atualidade é altamente recomendado na rotina diagnóstica do sangramento uterino anormal. 

A histerossonografia (ultrassonografia pélvica transvaginal que aplica a infusão intra-uterina de soro fisiológico) é outra modalidade minimamente invasiva útil para avaliar pólipos em mulheres com sangramento uterino anormal. Trata-se de procedimento mais preciso que a ultrassonografia pélvica transvaginal no diagnóstico dos pólipos endometriais  (93%  e 65%, respectivamente).

Em casos duvidosos, em pacientes com sangramento uterino anormal, a histeroscopia diagnóstica ainda é o exame padrão ouro para a confirmação das lesões intra-cavitárias. O advento da histeroscopia cirúrgica ambulatorial tem permitido a realização simplificada e simultânea do diagnóstico e remoção dos pólipos endometriais de dimensões pequenas ou moderadas.

Evolução Clínica

São escassos os estudos que tratam da história natural dos pólipos endometriais. Assim, pouco se sabe sobre a possível regressão ou recorrência dos pólipos endometriais. Em estudo prospectivo que avaliou 64 mulheres assintomáticas em idade reprodutiva, que apresentavam sangramento uterino anormal, identificou-se que 7 delas (10%) apresentavam pólipos endometriais. O acompanhamento destas pacientes demonstrou a regressão das imagens sugestivas de pólipo endometrial em quatro das sete mulheres com diagnóstico prévio de pólipo endometrial. Novos pólipos foram diagnosticados nestas mulheres após dois anos e meio de seguimento.

A formação de novos pólipos endometriais, apesar de rara, deve ser encarada com mais prudência na confirmação histológica das lesões e na técnica cirúrgica empregada na remoção dos mesmos. Nesses casos, deve-se redobrar os cuidados técnicos, certificando-se da remoção completa dos mesmos, com remoção superficial do endométrio e do miométrio adjacente aos pólipos. Fica, portanto, limitada a definição de protocolos de conduta adequados para estas situações clínicas. Uma opção terapêutica a ser considerada nestas situações é o emprego de terapia hormonal com progestogênios como, por exemplo, acetato de medroxiprogesterona, 10 mg por dia durante três a seis meses. O uso do dispositivo intra-uterino medicado com levonorgestrel é outra alternativa adequada para os casos de recorrência dos pólipos repetidas vezes. A ablação histeroscópica do endométrio é também uma opção a ser considerada para mulheres que não desejam mais gestação.

Tratamento 

O seguimento clínico (2 a 52 meses) das pacientes submetidas a polipectomia demonstram melhora dos sintomas em 75% a 100% das pacientes operadas. O método mais eficaz para a remoção dos pólipos endometriais é a histeroscopia cirúrgica, que pode ser realizada de forma ambulatorial com o set de Bettocchi ou hospitalar com o ressectoscópio. Outras técnicas como a curetagem ou a aspiração manual intra-uterina, são menos eficazes na remoção completa dos pólipos, permitindo por consequência maior porcentagem de reformação dos mesmos. 

Recomenda-se a utilização rotineira da histeroscopia cirúrgica para a remoção dos pólipo endometriais pois as outras técnicas, em especial a curetagem uterina, pode “perder”ou não identificar pequenos pólipos ou outras anormalidades estruturais uterinas.

O emprego dos análogos do GnRH, em pacientes com desejo de gestação, foi relatado por alguns autores em algumas situações especiais e deve ser considerada como terapia de exceção pois os sintomas podem reaparecer após a descontinuação da terapia medicamentosa. 

A polipectomia pode melhorar a fertilidade em mulheres subférteis com pólipos endometriais assintomáticos. Esta conduta encontra suporte na literatura em estudo que demonstrou que a remoção histeroscópica dos pólipos endometriais em mulheres submetidas a inseminação artificial intra-uterina, melhorou significativamente a taxa de gravidez (63% e 28%, respectivamente). Esta conduta conduta é referendada por outros estudos observacionais e séries de casos que propõe a polipectomia histeroscópica em mulheres inférteis, mesmo na ausência de sangramento anormal.

Considerando que não existem dados de ensaios clínicos randomizados para orientar a terapia nas mulheres assintomáticas portadoras de pólipos endometriais. Sugere-se portanto a remoção de pólipos endometriais de qualquer tamanho em mulheres assintomáticas com fatores de risco para hiperplasia endometrial ou carcinoma, como por exemplo: na pós-menopausa ou na menacme com história familiar ou pessoal de câncer de ovário, de mama, de cólon, na usuárias de tamoxifeno, nas anovuladoras crônicas, nas obesas, nas usuárias de terapia estrogênica e naquelas com antecedente de  hiperplasia endometrial antes). Em mulheres assintomáticas sem fatores de risco, recomenda-se realizar a polipectomia quando há múltiplos pólipos ou, em mulheres na pré-menopausa, um pólipo único superior a 2 cm ou, em mulheres na pós-menopausa, um pólipo único superior a 1 cm.

Em mulheres na menacme, e na ausência de fatores de risco para hiperplasia endometrial / câncer, os pólipos assintomáticos com menos de 2 cm podem regredir e, por isso, são passíveis de acompanhamento clínico com conduta expectante.

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Vulvodínia

A vulvodínia, também conhecida como vestibulite vulvar, é uma situação caracterizada pela dor e/ou desconforto crônico na região da vulva da mulher e que dura pelo menos três meses. Além disso, é comum que na vulvodínia a mulher apresente vermelhidão e sensação de picada na região genital, o que pode fazer com que seja confundida com outras situações como dermatose e infecções na região genital, por exemplo.

A vulvodínia é uma situação bastante desconfortável para a mulher e a dor pode durar horas ou dias após a relação sexual. Por isso, é importante que a mulher consulte o ginecologista para que seja feita uma avaliação e possa ser indicado o tratamento mais adequado para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Dra Claudiani Branco para sobre os cuidados e tratamento para a Vulvodinia, também chamada vestibulite vulvar.

Sintomas de vulvodínia

Os sintomas de vulvodínia normalmente estão presentes por mais de três meses e podem ser constantes ou não. Normalmente a dor e o desconforto são mais intensos após a relação sexual, podendo durar horas ou dias após a relação e podendo dificultar a realização de atividades diárias básicas, como sentar, por exemplo. Os principais sintomas de vulvodínia são:

  • Dor ao toque e irritação na região da vulva;
  • Vermelhidão e sensação de picada na região genital;
  • Sensibilidade aumentada;
  • Sensação de picada e queimação na região da vulva;
  • Dificuldade para inserir tampões ou aplicadores vaginais;
  • Dor durante a relação sexual.

É importante que na presença desses sintomas a mulher consulte o ginecologista, que irá realizar exames de observação e toque, para identificar os pontos de sensibilidade ou dor.

Além disso, são normalmente indicados exames que ajudem a descartar outras situações como infecção genital, dermatose, neoplasia na região genital e alterações neurológicas, e, assim, confirmar o diagnóstico de vulvodínia e indicar o tratamento mais adequado.

Possíveis causas

As causas da vulvodínia ainda não são totalmente esclarecidas, no entanto acredita-se que pode acontecer devido a uma combinação de fatores, como por exemplo:

  • Dor neuropática;
  • Fatores genéticos;
  • Problemas ou disfunções no assoalho pélvico;
  • Alterações hormonais;
  • Alterações nas vias nervosas.

Além disso, o surgimento desta doença encontra-se também associado a outros fatores que incluem fibromialgia, síndrome do intestino irritável, estresse pós-traumático, depressão, enxaqueca ou candidíase recorrente.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a vulvodínia pode variar de acordo com a intensidade dos sintomas apresentados pela mulher e tem como objetivo aliviar os sintomas e promover a qualidade de vida, uma vez que não tem cura.

Assim, o tratamento pode envolver o uso de remédios com estrogênio, que podem ajudar no alívio dos sintomas, antidepressivos ou antiepilépticos que ajudam a relaxar a musculatura da região. Além disso, o médico pode indicar o uso de lubrificantes e anestésicos tópicos, como o gel de lidocaína, por exemplo, antes e durante a relação sexual, além de também poder ser aplicado nos dias em que a dor é mais intensa.

Nos casos mais graves, em que não há melhora dos sintomas com o uso de remédios, pode ser recomendada a realização de uma cirurgia chamada vestibulectomia. Além disso, os cuidados diários com a região genital também são muito importantes, especialmente os cuidados com a pele e higiene da vulva, uma vez que a utilização de produtos agressivos ou irritantes podem agravar os sintomas.

O tratamento também pode ser complementado através da realização de fisioterapia ginecológica com aparelhos como TENS para diminuir a dor e exercícios que fortaleçam o assoalho pélvico, como exercícios de Kegel, pompoarismo ou com cones vaginais.

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APARELHO GENITAL FEMININO

O aparelho genital feminino é formado pelos órgãos genitais internos e externos. Os órgãos internos são: vagina, ovários, trompas de Falópio(ou tubas) e útero.

Dra Claudiani fala sobre o aparelho genital feminino

Os órgãos externos são: monte de Vênus (monte púbico) e vulva, que engloba os grandes lábios, os pequenos lábios e o clitóris.

O sistema reprodutor feminino, além de produzir os hormônios sexuais e óvulos, é onde se dá a fecundação. É no seu interior que o feto se desenvolve por nove meses.

A vagina é um espaço tubular fibromuscular, recoberto por uma mucosa pregueada, com aproximadamente 10 centímetros de comprimento. Ela que faz a comunicação entre a vulva e o útero. Sua função é dar saída ao fluxo menstrual, receber o pênis durante a relação sexual e formar o canal do parto. Devido a essa última função, a vagina possui grande elasticidade.

Os ovários são as gônadas femininas, e produzem os hormônios femininos (estrogênio e progesterona). São pequenas estruturas ancoradas por ligamentos como mesovário e o ligamento útero-ovárico. É neles que o óvulo se desenvolve.

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O útero é um órgão oco, com paredes musculares espessas. Serve como caminho para os espermatozoides chegarem à tuba uterina para a fertilização e também abriga o feto durante o seu desenvolvimento. O seu volume pode chegar até cinco litros. Em seu interior, na parte superior, encontra-se o colo do útero. É ligado às tubas uterinas ou Trompas de Falópio.

Trompas de Falópio são tubas compostas por um canal, com forma de funil, recoberto em sua extremidade por franjas, as fímbrias, por uma ampola e por um istmo.

Dra Claudiani fala sobre o aparelho genital feminino

Fazendo parte dos genitais externos, está o monte de Vênus, ou monte púbico, uma elevação de tecido adiposo, recoberto por pelos, que protege a superfície ósseo-cartilaginosa.

Os grandes lábios são dobras constituídas de pele e tecido adiposo, recobertas por pelos. Os pequenos lábios são tecidos sem gordura. Na parte superior dos pequenos lábios encontra-se o clitóris, uma massa de tecido erétil de aproximadamente 2 cm de comprimento. O clitóris tem a função exclusiva de proporcionar prazer sexual.

Entre os pequenos lábios fica a abertura da vagina, que é recoberta por uma fina membrana altamente vascularizada chamada de hímen. É importante perceber que o hímen não “fecha” o canal: ele está presente ao redor do orifício. As mulheres que nascem com o canal obstruído por esse tecido precisam passar por cirurgia corretora, para que o fluxo menstrual possa ser eliminado do organismo. O hímen não necessariamente ainda estará presente na primeira relação sexual, pois pode desaparecer bem antes da puberdade, em atividades como abrir as pernas na ginástica, andar de bicicleta, masturbação, entre outros. Outro mito sobre o hímen é que ele será rompido na primeira relação: em muitas mulheres, a penetração vaginal não leva ao rompimento do hímen e ao sangramento, especialmente se for feita com delicadeza.

O que são as CONTRAÇÕES DE BRAXTON HICKS?

As contrações de Braxton Hicks, também conhecidas como contrações de treinamento ou falso trabalho de parto, são contrações uterinas que podem ser percebidas habitualmente a partir do terceiro trimestre de gravidez.

Dra Claudiani Branco fala sobre As contrações de Braxton Hicks. Foto: Pelayo Arbues no Unsplash.

Apesar de frequentemente causarem alguma apreensão na grávida, essas contrações são inocentes, não provocam mal ao bebê e não têm nenhuma relação como o início do trabalho de parto.

As contrações de Braxton Hicks foram descritas pela primeira vez em 1872, pelo médico John Braxton Hicks, e são consideradas uma forma do útero “treinar” para o momento do parto; elas não são contrações expulsivas e, portanto, não acarretam em risco de parto prematuro. Nenhuma gestante entra em trabalho de parto devido as contrações de Braxton Hicks.

As contrações de treinamento já podem estar presentes desde o primeiro trimestre de gravidez, porém, na maioria dos casos, elas são discretas e a grávida só passa realmente a percebê-las a partir do final do segundo trimestre. À medida que a gravidez avança, as contrações de Braxton Hicks tendem a se tornar cada vez mais comuns, estando presentes até as suas últimas semanas da gestação.

As contrações de Braxton Hicks são curtas e ocorrem em intervalos irregulares e imprevisíveis. Situações triviais podem desencadeá-las, tais como aumento da atividade por parte da mãe ou do bebê, palpação do abdômen, relações sexuais, desidratação ou ter a bexiga cheia.

DIFERENÇAS ENTRE AS CONTRAÇÕES DE BRAXTON HICKS E AS CONTRAÇÕES DO PARTO

Umas das diferenças mais marcantes entre as contrações de Braxton Hicks e as contrações do parto é o fato da primeira ser habitualmente indolor e de frequência irregular. As contrações de treinamento podem até ser incômodas em alguns casos, mas elas são bem diferentes das intensas e dolorosas contrações do trabalho de parto.

A forma de descrever as contrações de treinamento pode ser diferente de mulher para mulher. Há algumas grávidas que descrevem as contrações de treinamento como algo semelhante a leves cólicas menstruais ou cólicas intestinais, apesar desta não ser apresentação mais comum. Na maioria dos casos, o que as mulheres descrevem mesmo são apenas contrações uterinas indolores.

Como já referido, as contrações de Braxton Hicks são irregulares, os seus intervalos são imprevisíveis e elas não vão se tornando cada vez mais fortes e frequentes com o passar das horas, que é exatamente o comportamento das contrações do parto.

Outro fato que é típico das contrações de treinamento é o alívio das contrações após uma simples mudança de posição. Se a mulher está em pé, muitas vezes basta ela sentar-se ou deitar-se para que as contrações desapareçam. Deitar-se de lado também costuma ajudar.

De maneira oposta, durante o trabalho de parto, mudar de posição não tem nenhum efeito sobre as contrações. Quando se iniciam as contrações expulsivas, nada funciona para aliviá-las.

Características das contrações de Braxton Hicks:

  • São habitualmente indolores.
  • Surgem poucas vezes por dia.
  • Não surgem mais do que 2 vezes por hora.
  • São irregulares e imprevisíveis.
  • São de curtas, geralmente com duração menor que 30 segundos.
  • Não vão se tornando mais intensa com o passar das horas.
  • Quando uma contração é intensa, a contração a seguir costuma ser mais fraca.
  • Costumam estar localizadas em apenas uma parte do abdômen, geralmente na porção frontal.
  • Melhoram com mudanças de posição.
  • Melhoram com hidratação ou com micção.

Características das contrações normais do trabalho de parto:

  • São dolorosas.
  • Quando surgem, elas não param de vir.
  • Vão se tornando progressivamente mais fortes.
  • Vão se tornando progressivamente mais frequentes e previsíveis.
  • Os intervalos entre as contrações vão se tornando cada vez mais curtos.
  • Têm duração de 30 a 70 segundos.
  • Não melhoram com mudança de posição ou hidratação.
  • Costumam se localizar nas costas e na frente do abdômen (pode começar atrás e migrar para frente ou o inverso).

O QUE FAZER PARA ALIVIAR AS CONTRAÇÕES?

Apesar das contrações de Braxton Hicks serem tipicamente indolores, elas podem ser desconfortáveis. Para aliviar esse desconforto, algumas medidas podem ser tentadas:

  • Mude de posição. Se você está em pé, sente-se; se está sentada, fique em pé.
  • Beba bastante água.
  • Urine se tiver vontade.
  • Evite fazer esforços.
  • Tome um banho morno.
  • Tente comer.
  • Utilize técnicas de relaxamento (caso conheça alguma).

Não se preocupe com as contrações de treinamento. Elas são benignas e fazem parte de uma gestação saudável. E, se mesmo assim, ainda tiver dúvidas sobre o assunto, converse comigo usando os canais abaixo:

Tireoide

A tireoide é uma glândula localizada na frente dos anéis da traqueia, entre o pomo de adão e a base do pescoço e pesa entre 15 e 25 gramas no adulto. Tem a forma de um H ou de um escudo e consiste num istmo central com dois lobos, um de cada lado. Está fixada à laringe por um tecido conjuntivo e se movimenta com a deglutição.

Dra Claudiani Branco fala sobre os distúrbios da Tireóide. Foto: Taylor Deas no Unsplash.

Produz os hormônios tireoidianos (T3 e T4), responsáveis por diversos controles do organismo, como os batimentos cardíacos, os movimentos intestinais, a capacidade de concentração do cérebro, o tônus da musculatura, a regulação dos ciclos menstruais, do humor e da respiração celular. Controla, também, o armazenamento e a utilização de iodo e cálcio.

A tireoide também recebe comandos de outra glândula, a hipófise, que fica no cérebro e libera o hormônio estimulador da tireoide (TSH).

Essas siglas não merecem ser conhecidas à toa. Em geral, se os níveis de TSH não batem com o que é esperado para os hormônios tireoidianos, se suspeita de algo errado — são exames de sangue que apuram isso. TSH alto com T3 e T4 baixos é sinal de hipotireoidismo, desequilíbrio que, pelas estimativas, afeta um em cada dez brasileiros. No hipertireoidismo, presente em 2% da população, acontece o contrário: há tanto T3 e T4 no sangue que o TSH, que instiga a tireoide a trabalhar, é menos necessário e acaba diminuindo.

As projeções sobre o número de pessoas acometidas por esses problemas não são precisas, pois os critérios utilizados nos estudos e as características do grupo examinado podem variar —pessoas com uma dieta deficiente em iodo, por exemplo, correm maior risco, tanto é que o mineral é adicionado ao sal de cozinha.

Um exame de sangue tira a dúvida, mas, antes dos 40 anos, idade a partir da qual a encrenca se torna mais comum, é difícil fazer um check-up da tireoide. A solução passa por uma boa investigação médica em que o paciente deve informar, entre outras coisas, se tem histórico familiar de disfunções e procedimentos na glândula.

Distúrbios da Tireoide.

Hipotireoidismo

A glândula produz menos hormônio do que deveria. Como a tireoide regula o metabolismo, quando isso ocorre o organismo tende a ficar mais devagar. O tratamento é a reposição hormonal pelo resto da vida.

Sintomas:

  • pele ressecada;
  • sonolência;
  • dores nas articulações;
  • sensação de frio;
  • lentidão na fala;
  • prisão de ventre; 
  • ressecamento ou queda de cabelo; 
  • menstruação irregular;
  • inchaço facial; 
  • pálpebras caídas;
  • aumento de peso;
  • retenção de líquido; 
  • depressão;
  • palidez; 
  • batimentos cardíacos mais lentos;
  • fadiga;
  • falhas de memória;
  • mãos e pés frios; 
  • unhas frágeis; 
  • baixa libido.

Hipertireoidismo

É o oposto: a tireoide libera hormônios demais, acelerando o metabolismo. A detecção é um pouco mais fácil, uma vez que os sintomas são mais específicos (caso da perda de peso). Remédios e outras terapias equilibram esta disfunção.

Sintomas:

  • alterações no ritmo cardíaco (arritmia, taquicardia ou palpitações); 
  • insônia;
  • suor excessivo; 
  • sensação de cansaço; 
  • ansiedade; 
  • irritabilidade; 
  • fraqueza muscular; 
  • menstruação irregular (por vezes muito curta ou com pouco fluxo); 
  • diarreia; 
  • aumento do apetite;
  • queda de cabelo; 
  • tremores nas mãos;
  • perda de peso;
  • pele quente e intolerância ao calor;
  • dificuldade de raciocínio e concentração;
  • aumento visível da glândula (bócio) ou presença de nódulos na região;
  • agitação e hiperatividade;
  • olhos inchados ou saltados;
  • unhas quebradiças.

Nódulos

Costumam aparecer com o envelhecimento e, em geral, são benignos e pequenos, sem gerar risco nem exigir remoção. Pode ser necessário fazer acompanhamento caso aumentem de tamanho ou passem por transformações.

Câncer

Quando o nódulo é maligno, o caminho normalmente é extrair a tireoide. A maioria dos tumores ali é pouco agressiva e tem alta taxa de cura. Após a retirada da glândula, é preciso fazer reposição hormonal pela vida inteira também.

Quem deve ficar mais atento

Embora problemas na tireoide não dependam de sexo nem idade, alguns grupos são mais suscetíveis:

Mulheres

São dez vezes mais reféns de disfunções na glândula —o que pode prejudicar o sonho de ser mãe. As alterações costumam pintar na gestação e aumentam em incidência com a menopausa.

Idosos

Pessoas a partir de 65 anos devem ficar atentas, mas nem todos os casos de hipotireoidismo necessitam de tratamento, uma vez que o organismo tende a ficar mais lento com o envelhecimento.

Bebês

O teste do pezinho, feito em recém-nascidos, detecta o hipotireoidismo congênito. Se confirmada, a disfunção deve ser tratada o mais rápido possível para evitar sequelas e impactos no desenvolvimento.

Casos na família

Quem tem histórico familiar de problemas na tireoide e outras doenças autoimunes (psoríase, artrite reumatoide, diabetes tipo 1 etc.) precisa acompanhar mais de perto a situação da glândula.

Expostos à radiação

Ela eleva o risco de câncer e distúrbios na tireoide caso o indivíduo sofra muita exposição durante a infância. Os raios ionizantes utilizados em diagnósticos de imagem não são nocivos.

Profissões de risco

A preocupação rondaria pessoas que trabalham expostas cronicamente à radiação. Mas, com os devidos cuidados, médicos apontam que isso representa menos perigo que outros fatores.

PAra entender o impacto de alterações na TIreóide em mais detalhes, agende uma conversa comigo através dos canais abaixo:

Incontinência urinária

Incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. Distúrbio mais frequente no sexo feminino, pode manifestar-se tanto na quinta ou sexta década de vida quanto em mulheres mais jovens.

Dra Claudiani Branco fala sobre a Incontinência Urinária. Foto: Max Bohme no Unsplash.

Atribui-se essa prevalência ao fato de a mulher apresentar, além da uretra, duas falhas naturais no assoalho pélvico: o hiato vaginal e o hiato retal. Isso faz com que as estruturas musculares que dão sustentação aos órgãos pélvicos e produzem a contração da uretra para evitar a perda urinária e o músculo que forma um pequeno anel em volta uretra sejam mais frágeis nas mulheres.

CAUSAS

A eliminação da urina é controlada pelo sistema nervoso autônomo, mas pode ser comprometida nas seguintes situações:

  • Comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico;
  • Gravidez e parto;
  • Tumores malignos e benignos;
  • Doenças que comprimem a bexiga;
  • Obesidade;
  • Tosse crônica dos fumantes;
  • Quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal;
  • Bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador;

TIPOS E SINTOMAS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA

  • Incontinência urinária de esforço: O sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se;
  • Incontinência urinaria de urgência. Mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro;
  • Incontinência mista: Associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra.

DIAGNÓSTICO

São dados importantes para o diagnóstico o levantamento da história dos pacientes e a elaboração de um diário miccional onde eles devem registrar as características e frequência da perda urinária.

Outro recurso para firmar o diagnóstico é o exame urodinâmico, que é pouco invasivo e registra a ocorrência de contrações vesicais e a perda urinaria sob esforço.

TRATAMENTO

O tratamento da incontinência urinária por esforço é basicamente cirúrgico, mas exercícios ajudam a reforçar a musculatura do assoalho pélvico. Atualmente, a cirurgia de Sling, em que se coloca um suporte para restabelecer e reforçar os ligamentos que sustentam a uretra e promover seu fechamento durante o esforço, é a técnica mais utilizada e a que produz melhores resultados.

Para a incontinência urinária de urgência, o tratamento é farmacológico e fisioterápico. O farmacológico pressupõe o uso ininterrupto de várias drogas que contêm substâncias anticolinérgicas para evitar a contração vesical. Esses remédios provocam efeitos colaterais, como boca seca, obstipação e rubor facial.

Um dos métodos mais modernos é o laser íntimo. Por meio da termoterapia (aplicação terapêutica de calor), ele atua de forma local no estímulo da vascularização do canal vaginal. Com o procedimento, foi observada uma melhora significativa em mais de 60% das mulheres com incontinência urinária leve.
 
A aplicação do laser é rápida, indolor, sem sangramento e, imediatamente, a paciente retorna às atividades normais. As sessões, que podem variar de duas a três, vão de acordo com o perfil de cada pessoa e duram cerca de 15 minutos.

RECOMENDAÇÕES

  • Procure um médico para diagnóstico e identificação da causa e do tipo de perda urinária que você apresenta;
  • Não pense que incontinência urinária é um mal inevitável na vida das mulheres depois dos 50, 60 anos. Se o distúrbio for tratado como deve, a qualidade de vida melhorará muito;
  • Considere os fatores que levam à incontinência urinária do idoso – uso de diuréticos, ingestão hídrica, situações de demência e delírio, problemas de locomoção – e tente contorná-los. Às vezes, a perda de urina nessa faixa de idade é mais um problema social do que físico;
  • Evitar a obesidade e o sedentarismo, controlar o ganho de peso durante a gestação, praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvico, são medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência urinária.

Se houver mais dúvidas sobre este assunto, converse comigo através dos canais abaixo.

Câncer de ovário

O câncer de ovário é difícil de ser diagnosticado e o mais letal entre os cânceres ginecológicos. Os sintomas costumam aparecer em estágios mais avançados — daí a necessidade de consultar o médico regularmente. 

Câncer de ovário é o câncer ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o mais letal. Sua incidência está associada a fatores genéticos, hormonais e ambientais. A história familiar é o fator de risco isolado mais importante (cerca de 10% dos casos). O tumor pode acometer a mulher em qualquer idade, mas é mais frequente depois dos 40 anos.

FATORES DE RISCO DO CÂNCER DE OVÁRIO

Certas mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 estão amplamente relacionados a tumores de ovário e também ao câncer de mama. As portadoras de mutações no primeiro gene apresentam 45% de possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer durante a vida; mutações no segundo gene oferecem risco de 25%.

Há também relação entre esse tumor e o grau de atividade hormonal feminina. Mulheres que não tiveram filhos nem nunca amamentaram, as que tiveram menopausa tardia ou câncer de mama, assim como as que têm parentes de primeiro grau com histórico da doença apresentam risco mais elevado de desenvolver esse câncer.

SINTOMAS DO CÂNCER DE OVÁRIO

A maioria das mulheres não apresenta sintomas até a doença atingir estágio avançado. Quando eles se manifestam, os mais característicos são:

  • Dor;
  • Aumento do volume abdominal;
  • Prisão de ventre (Constipação);
  • Alteração da função digestiva;
  • Massa abdominal palpável.

É essencial conhecer seu corpo para que os sintomas sejam percebidos rapidamente e a assistência médica possa ser buscada o quanto antes.

DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE OVÁRIO

Medição do marcador tumoral sanguíneo CA 125 (80% das mulheres com câncer de ovário apresentam CA 125 elevado) e ultrassonografia pélvica são dois exames fundamentais para estabelecer o diagnóstico da doença. A laparoscopia exploratória seguida de biópsia do tumor, além de úteis para confirmar o diagnóstico, permitem observar se há comprometimento de outras regiões e órgãos.

Raio X do tórax, tomografia computadorizada, avaliação da função renal e hepática e exames hematológicos podem auxiliar no diagnóstico dos casos avançados.

TRATAMENTO DO CÂNCER DE OVÁRIO

Se houver suspeita de tumor de ovário, a paciente deve ser submetida a uma avaliação cirúrgica. Para tumores em estágio inicial, é preciso realizar o estadiamento (verificar precisamente qual o estágio do câncer) por meio de cirurgia e promover a remoção do útero e dos ovários. Em estágios avançados da doença, é possível aumentar a taxa de sobrevivência com a remoção agressiva de todos os tumores visíveis.

Exceção feita às mulheres portadoras de câncer de baixo grau em estágio inicial, as pacientes devem ser submetidas à quimioterapia após a cirurgia. Elas podem contar com vários regimes disponíveis, como a combinação de cisplatina ou carboplatina com paclitaxel, que oferecem taxas de resposta clínica de até 70%.

RECOMENDAÇÕES PARA EVITAR O CÂNCER DE OVÁRIO

  • Consulte um ginecologista regularmente e levante a possibilidade da doença tão logo reconheça algum dos sintomas;
  • Controle o peso e evite alimentos gordurosos, pois há estudos que indicam relação entre esse câncer com obesidade e alto consumo de gordura;
  • Faça exames clínicos e ultrassonografias com mais frequência, de acordo com orientação médica, se tiver um parente de primeiro grau com história de câncer de ovário e/ou de mama;
  • Respeite as datas dos retornos ao ginecologista, especialmente se você faz terapia de reposição hormonal; nesse caso, é maior o risco de a mulher desenvolver esse câncer;

Passe por avaliação ginecológica regularmente se você tem mais de 40 anos. O prognóstico é sempre melhor quando a doença é diagnosticada precocemente. Mais dúvidas, converse comigo usando os canais abaixo:

Grávidas, puérperas e lactantes são incluídas em grupo prioritário da vacina contra covid19

O Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica que prevê a inclusão de gestantes e puérperas no grupo prioritário de vacinação contra a covid19. Segundo o documento, o grupo será vacinado em duas etapas – sendo o primeiro a mulheres grávidas ou no pós-parto que tenham comorbidades. A vacinação destes grupos deve começar a ser oferecida até o final de maio, segundo o governo, mas a data exata depende da disponibilidade das doses.

Dra Claudiani Branco comenta sobre nota

A indicação das vacinas para gestantes e puérperas, segundo a nota técnica, considera que a gestação e puerpério são fatores de risco para desfechos desfavoráveis da covid-19, tanto no que diz respeito ao risco de hospitalização e óbito, mas também em desfechos gestacionais desfavoráveis como parto prematuro, abortamento entre outros.

O governo argumenta ainda que, embora a segurança e eficácia das vacinas contra a covid-19 não tenham sido avaliadas neste grupo, as vacinas de vírus inativado já são utilizadas por esse grupo de mulheres no Calendário Nacional de Vacinação. Um levantamento de evidências sobre recomendações nacionais e internacionais de vacinação com vacinas covid-19 de gestantes, puérperas e lactantes, realizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), em sua maioria defende a vacinação das mulheres nessas condições, se pertencentes a algum grupo prioritário, destaca.

Na fase 1 da vacinação de pessoas com comorbidades, serão incluídas gestantes e puérperas com comorbidades, independentemente da idade. Na fase 2, serão vacinadas todas as gestantes e puérperas, independentemente de condições pré-existentes.

Para conseguir se vacinar na fase 1, a gestante precisará apresentar exames, receitas, relatório médico ou prescrição médica que comprove a comorbidade. A vacinação poderá ocorrer independentemente da idade gestacional. No caso de lactantes, a orientação deve ser para que não interrompam o aleitamento materno. Qualquer vacina disponível poderá ser aplicada. Para aquelas que tiverem tomado a vacina contra a gripe, deverá ser respeitado um intervalo mínimo de 14 dias entre as doses.

O governo não determina uma data específica para o início da vacinação de gestantes e puérperas, e destaca que a distribuição das vacinas dependerá de sua disponibilidade. A previsão é que as primeiras doses cheguem ao grupo até o final de maio deste ano.

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VAGINOSE BACTERIANA

Vaginose Bacteriana é uma infecção genital causada por bactérias, principalmente pela Gardnerella Vaginalis.

Não é considerada uma doença sexualmente transmissível para alguns especialistas, uma vez que algumas dessas bactérias podem ser encontradas habitualmente no ser humano. No entanto, a transmissão ocorre também pelo contato íntimo ou relação sexual.

Dra Claudiani Branco explica a Vaginose bacteriana. Foto: Adam Niescioruk no Unsplash.

A Vaginose é a causa mais comum de corrimento genital e a segunda causa de candidíase. Essa infecção desencadeia um desequilíbrio da flora vaginal fazendo com que a concentração de determinadas bactérias aumente. Atualmente, a Vaginose Bacteriana é considerada uma proliferação maciça de uma flora mista, que inclui Gardnella VaginallisPeptoestreptococcus e Micoplasma hominis.

Durante a menstruação, a Vaginose causa um odor desagradável e forte, pois nesse período a ação das bactérias aumenta. Essa doença ocorre principalmente em mulheres na idade reprodutiva.

SINTOMAS

A Vaginose Bacteriana não apresenta uma reação inflamatória, por isso o reconhecimento da doença só pode ser percebido através dos seguintes sintomas:

  • Corrimento branco–acinzentado;
  • Odor fétido;

O não tratamento da Vaginose pode ocasionar problemas mais sérios, como: endometrites e salpingites (inflamação das trompas). No homem, não há sintomas da doença.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da Vaginose ocorre primeiramente em um exame ginecológico, no qual o médico nota se há a alteração do conteúdo vaginal.

Após esse primeiro exame clínico, o médico solicitará um exame de laboratório, como o Papanicolau. Ocasionalmente, poderá ser solicitado uma cultura e testes imunológicos.

EXAMES

A vaginose bacteriana ocorre quando há o desequilíbrio da flora vaginal e a consequente diminuição do número de lactobacilos e aumento de bactérias patogênicas (que causam doença).

O diagnóstico da vaginose bacteriana pode ser feito através da descrição dos sintomas somada ao exame clínico realizado em consultório pelo ginecologista através da análise especular. De forma mais precisa, é possível diagnosticar a enfermidade por meio de exames que analisem a secreção vaginal como bacterioscopia, cultura e análise do pH. O exame preventivo de Papanicolau, em que é realizada a coleta de células da vagina e do colo por uma raspagem, visa rastrear a presença de lesões precursoras do câncer de colo uterino. porém, também pode ajudar a dar o diagnóstico de outras doenças como a vaginose bacteriana.

Após a confirmação do diagnóstico de vaginose bacteriana, o tratamento deve ser iniciado com a utilização de antibióticos em doses prescritas pelo ginecologista, os quais podem ser administrados pela via oral ou vaginal durante sete dias. O tratamento da vaginose bacteriana deve ser realizado da forma correta para garantir a cura e não pré-dispor o organismo a outras infecções genitais.

PREVENÇÃO

A vaginose bacteriana é uma doença ginecológica que ocorre quando há o desequilíbrio da flora vaginal. Esse desequilíbrio normalmente se dá pela diminuição do número de lactobacilos e aumento de alguma bactéria própria da vagina.

Apesar de não ser definida como uma IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis, a vaginose bacteriana pode ser transmitida via relação sexual. Por isso, é importante o uso da camisinha, seja masculina ou feminina, em todas as relações. Também é preciso que o parceiro realize uma consulta com o urologista para verificar se realmente não apresenta nenhum sintoma da doença, prevenindo assim uma reinfecção da mulher.

É essencial dar atenção especial à higiene íntima para não relaxar e nem exagerar na limpeza. Quando for ao banheiro, sempre limpe a vagina da frente para trás a fim de não trazer as bactérias do ânus para o genital. Na hora do banho, evite fazer duchas vaginais , pois desequilibram a flora do trato vaginal. Assim, a vaginose bacteriana ficará mais longe de você e sua saúde ginecológica ficará mais preservada.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O tratamento indicado para a Vaginose Bacteriana é realizado à base de antibiótico, podendo ser por via oral ou de uso tópico com creme vaginal ou óvulos. O uso de medicamento oral é indicado durante sete dias, assim como o creme vaginal, aplicado por sete noites.

Não é recomendado consumir álcool durante o tratamento, pois podem ocorrer reações adversas em razão de interação do álcool com alguns dos medicamentos utilizados para tratar a vaginose bacteriana.

CONVIVENDO

O desequilíbrio da flora vaginal pode, entre tantas doenças ginecológicas, provocar a proliferação das bactérias causadoras da vaginose bacteriana. Ao apresentar esse quadro, a mulher deve procurar um ginecologista que lhe receitará o melhor tratamento, mas em muitos casos a vaginose se torna recorrente, atrapalhando a vida social e profissional. Nesses casos, é preciso mudar a rotina para evitar o retorno da doença.

O primeiro passo para acabar com o problema da vaginose bacteriana recorrente é manter uma vida saudável. Para isso, é preciso dormir pelo menos oito horas por dia, praticar atividades físicas com regularidade e manter uma alimentação saudável, sem excesso de açúcares.

O corrimento provocado pela vaginose bacteriana tem odor desagradável. Por isso, realizar a higiene íntima de forma adequada, ao menos duas vezes ao dia, é de fundamental importância para curar a enfermidade e evitar novas infecções.

O vestuário também é importante no combate à vaginose recorrente. Prefira sempre calcinhas de algodão, pois esse tipo de tecido deixa a pele “respirar” melhor e, com isso, não há o aumento da temperatura da vagina, uma das causas do desequilibro da flora vaginal. Nos dias mais quentes opte por saias e vestidos mais soltos, que além de deixá-la mais fresca são melhores para sua saúde ginecológica. E claro, nunca deixe de usar camisinha em todas as relações para evitar uma possível recontaminação.

CONTATO

Converse comigo ao vivo pelo whatsapp ou pelo telefone através dos links abaixo e marque uma consulta caso precise de ajuda:

TRICOMONÍASE

É uma infecção genital causada pelo protozoário Trichomonas Vaginalis. Sua transmissão ocorre por meio das relações sexuais ou contato íntimo com secreções de uma pessoa contaminada. Pode ser transmitida por mulher/homem e mulher/mulher. Em geral, afeta mais as mulheres.

Trichomonas vaginalis é um parasita que só infecta o ser humano; costuma viver na vagina ou na uretra, mas pode também ser encontrado em outras partes do sistema geniturinário. Esse protozoário causa microlesões na parte interna da vagina e pode levar ao desenvolvimento de outras ISTs.

 SINTOMAS

Nas mulheres, os sintomas costumam iniciar durante ou após a menstruação.

Entretanto, em alguns casos, essa doença pode permanecer meses sem apresentar nenhum sintoma, dificultando o tratamento após a descoberta.

Os principais sintomas para detectar a tricomoníase são:

  • Corrimento amarelado ou amarelo-esverdeado;
  • Coceira;
  • Odor forte e desagradável;
  • Irritação vulvar;
  • Dor;
  • Dificuldade de urinar.

DIAGNÓSTICO

Após o reconhecimento dos sintomas, a mulher deve procurar o médico ginecologista, que solicitará exames laboratoriais como coleta da secreção vaginal, cultura de secreção ou PCR, exame de sangue que avalia se há infecção no organismo.

Também pode ser realizado o Papanicolau.

EXAMES

A tricomoníase é uma doença causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, que acomete o órgão genital feminino. Em geral, ela atinge a área externa da vagina, como a vulva e uretra.

Os sintomas são corrimento amarelo ou esverdeado de odor forte, ardência ou dor ao urinar, vermelhidão e coceira intensa na região genital, e dor durante a relação sexual. Ao observar alguns desses sinais não tente se automedicar, pois apenas o médico poderá identificar corretamente a enfermidade e prescrever a medicação necessária para o seu tratamento.

O diagnóstico da doença é feito com base na avaliação dos sintomas na análise e aspecto da secreção vaginal. Por meio de um microscópio o médico verifica a possível presença de protozoários.

Se houver a suspeita de tricomoníase, procure o quanto antes um ginecologista. Ele é o profissional capacitado para solicitar os exames que levarão ao diagnóstico correto para iniciar um tratamento. E lembre-se, uso do preservativo pode proteger contra essa doença, considerada uma doença sexualmente transmissível.

PREVENÇÃO

A tricomoníase é considerada uma IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) que acomete milhões de pessoas a cada ano em todo o mundo. Essa enfermidade é causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis e tem cura por meio de tratamento medicamentoso. Mas, melhor do que curar é prevenir.

A transmissão da tricomoníase ocorre, comumente, via contato sexual. São raros os casos de contágio por meio de objetos contaminados, como assentos de vasos sanitários. A doença atinge a parte externa do aparelho genital feminino, como vulva e uretra, causando ardência, coceira, dor abdominal, ao urinar e durante a relação sexual e corrimento amarelado ou esverdeado com mau cheiro.

Sendo uma doença sexualmente transmissível, a melhor forma de prevenção é o uso de preservativo em todas as relações sexuais. Caso você apresente alguns dos sintomas descritos acima, marque uma consulta com seu ginecologista para verificar a possível existência da doença e iniciar o quanto antes o tratamento.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O tratamento da Tricomoníase tem como objetivo erradicar o agente causador. A primeira medida indicada é a abstinência sexual, pois é necessário um reequilíbrio do organismo para assim evitar a piora, o desconforto e o surgimento de novas doenças.

Também é indicado o uso de antibióticos e quimioterápicos, sendo obrigatório o tratamento conjunto do parceiro sexual para evitar a reinfecção. Nas mulheres, o tratamento oral é de dose única simultaneamente ao tratamento tópico, com o uso de creme vaginal.

Recomenda-se evitar o consumo de álcool para prevenir náuseas e vômitos.

CONVIVENDO

Transmitida sexualmente, a tricomoníase é uma doença com a qual não é possível conviver. Ela afeta o órgão genital feminino provocando prurido intenso e ardor, dor na região da pelve, ao urinar e durante o ato sexual, além de corrimento amarelo ou esverdeado com mau cheiro. É uma doença que requer tratamento tão logo apareçam os sintomas.

O tratamento é essencial não só para aliviar os sintomas, mas também para eliminar por completo o agente causador, o protozoário Trichomonas vaginalis. Os medicamentos usados em geral, são apresentados na forma de cremes vaginais e óvulos para uso local ou em comprimidos, para uso oral. Durante o tratamento é recomendada a abstinência sexual para acelerar a restauração da flora vaginal.

Caso apresente algum dos sintomas citados, procure um ginecologista, que é o profissional capacitado para fazer um diagnóstico correto e indicar os medicamentos para um tratamento bem-sucedido. Fale comigo se tiver mais dúvidas usando os contatos abaixo: