Vulvodínia

A vulvodínia, também conhecida como vestibulite vulvar, é uma situação caracterizada pela dor e/ou desconforto crônico na região da vulva da mulher e que dura pelo menos três meses. Além disso, é comum que na vulvodínia a mulher apresente vermelhidão e sensação de picada na região genital, o que pode fazer com que seja confundida com outras situações como dermatose e infecções na região genital, por exemplo.

A vulvodínia é uma situação bastante desconfortável para a mulher e a dor pode durar horas ou dias após a relação sexual. Por isso, é importante que a mulher consulte o ginecologista para que seja feita uma avaliação e possa ser indicado o tratamento mais adequado para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Dra Claudiani Branco para sobre os cuidados e tratamento para a Vulvodinia, também chamada vestibulite vulvar.

Sintomas de vulvodínia

Os sintomas de vulvodínia normalmente estão presentes por mais de três meses e podem ser constantes ou não. Normalmente a dor e o desconforto são mais intensos após a relação sexual, podendo durar horas ou dias após a relação e podendo dificultar a realização de atividades diárias básicas, como sentar, por exemplo. Os principais sintomas de vulvodínia são:

  • Dor ao toque e irritação na região da vulva;
  • Vermelhidão e sensação de picada na região genital;
  • Sensibilidade aumentada;
  • Sensação de picada e queimação na região da vulva;
  • Dificuldade para inserir tampões ou aplicadores vaginais;
  • Dor durante a relação sexual.

É importante que na presença desses sintomas a mulher consulte o ginecologista, que irá realizar exames de observação e toque, para identificar os pontos de sensibilidade ou dor.

Além disso, são normalmente indicados exames que ajudem a descartar outras situações como infecção genital, dermatose, neoplasia na região genital e alterações neurológicas, e, assim, confirmar o diagnóstico de vulvodínia e indicar o tratamento mais adequado.

Possíveis causas

As causas da vulvodínia ainda não são totalmente esclarecidas, no entanto acredita-se que pode acontecer devido a uma combinação de fatores, como por exemplo:

  • Dor neuropática;
  • Fatores genéticos;
  • Problemas ou disfunções no assoalho pélvico;
  • Alterações hormonais;
  • Alterações nas vias nervosas.

Além disso, o surgimento desta doença encontra-se também associado a outros fatores que incluem fibromialgia, síndrome do intestino irritável, estresse pós-traumático, depressão, enxaqueca ou candidíase recorrente.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a vulvodínia pode variar de acordo com a intensidade dos sintomas apresentados pela mulher e tem como objetivo aliviar os sintomas e promover a qualidade de vida, uma vez que não tem cura.

Assim, o tratamento pode envolver o uso de remédios com estrogênio, que podem ajudar no alívio dos sintomas, antidepressivos ou antiepilépticos que ajudam a relaxar a musculatura da região. Além disso, o médico pode indicar o uso de lubrificantes e anestésicos tópicos, como o gel de lidocaína, por exemplo, antes e durante a relação sexual, além de também poder ser aplicado nos dias em que a dor é mais intensa.

Nos casos mais graves, em que não há melhora dos sintomas com o uso de remédios, pode ser recomendada a realização de uma cirurgia chamada vestibulectomia. Além disso, os cuidados diários com a região genital também são muito importantes, especialmente os cuidados com a pele e higiene da vulva, uma vez que a utilização de produtos agressivos ou irritantes podem agravar os sintomas.

O tratamento também pode ser complementado através da realização de fisioterapia ginecológica com aparelhos como TENS para diminuir a dor e exercícios que fortaleçam o assoalho pélvico, como exercícios de Kegel, pompoarismo ou com cones vaginais.

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APARELHO GENITAL FEMININO

O aparelho genital feminino é formado pelos órgãos genitais internos e externos. Os órgãos internos são: vagina, ovários, trompas de Falópio(ou tubas) e útero.

Dra Claudiani fala sobre o aparelho genital feminino

Os órgãos externos são: monte de Vênus (monte púbico) e vulva, que engloba os grandes lábios, os pequenos lábios e o clitóris.

O sistema reprodutor feminino, além de produzir os hormônios sexuais e óvulos, é onde se dá a fecundação. É no seu interior que o feto se desenvolve por nove meses.

A vagina é um espaço tubular fibromuscular, recoberto por uma mucosa pregueada, com aproximadamente 10 centímetros de comprimento. Ela que faz a comunicação entre a vulva e o útero. Sua função é dar saída ao fluxo menstrual, receber o pênis durante a relação sexual e formar o canal do parto. Devido a essa última função, a vagina possui grande elasticidade.

Os ovários são as gônadas femininas, e produzem os hormônios femininos (estrogênio e progesterona). São pequenas estruturas ancoradas por ligamentos como mesovário e o ligamento útero-ovárico. É neles que o óvulo se desenvolve.

Dra Claudiani fala sobre o aparelho genital feminino

O útero é um órgão oco, com paredes musculares espessas. Serve como caminho para os espermatozoides chegarem à tuba uterina para a fertilização e também abriga o feto durante o seu desenvolvimento. O seu volume pode chegar até cinco litros. Em seu interior, na parte superior, encontra-se o colo do útero. É ligado às tubas uterinas ou Trompas de Falópio.

Trompas de Falópio são tubas compostas por um canal, com forma de funil, recoberto em sua extremidade por franjas, as fímbrias, por uma ampola e por um istmo.

Dra Claudiani fala sobre o aparelho genital feminino

Fazendo parte dos genitais externos, está o monte de Vênus, ou monte púbico, uma elevação de tecido adiposo, recoberto por pelos, que protege a superfície ósseo-cartilaginosa.

Os grandes lábios são dobras constituídas de pele e tecido adiposo, recobertas por pelos. Os pequenos lábios são tecidos sem gordura. Na parte superior dos pequenos lábios encontra-se o clitóris, uma massa de tecido erétil de aproximadamente 2 cm de comprimento. O clitóris tem a função exclusiva de proporcionar prazer sexual.

Entre os pequenos lábios fica a abertura da vagina, que é recoberta por uma fina membrana altamente vascularizada chamada de hímen. É importante perceber que o hímen não “fecha” o canal: ele está presente ao redor do orifício. As mulheres que nascem com o canal obstruído por esse tecido precisam passar por cirurgia corretora, para que o fluxo menstrual possa ser eliminado do organismo. O hímen não necessariamente ainda estará presente na primeira relação sexual, pois pode desaparecer bem antes da puberdade, em atividades como abrir as pernas na ginástica, andar de bicicleta, masturbação, entre outros. Outro mito sobre o hímen é que ele será rompido na primeira relação: em muitas mulheres, a penetração vaginal não leva ao rompimento do hímen e ao sangramento, especialmente se for feita com delicadeza.

Cuidados ginecológicos para pessoas LGBTQIA +

Mulheres que fazem sexo com mulheres realizam menos consultas ginecológicas.

Dra Claudiani fala sobre cuidados ginecológicos para pessoas LGBTQIA+. Foto: Sharon McCutcheon no Unsplash.

Pesquisa recente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) aponta que 76% das mulheres (independentemente de sua sexualidade) realizam consultas ginecológicas anualmente. Mas há um fato curioso: o índice cai para 47% quando falamos das mulheres que fazem sexo com mulheres (MSM), de acordo com o relatório Atenção Integral à Saúde das Mulheres Lésbicas e Bissexuais, do Ministério da Saúde.

A rotina ginecológica das MSM não deve ser diferente da preconizada para mulheres heterossexuais. Exames preventivos, como mamografiae o Papanicolau (principal método de detecção e prevenção do câncer de colo do útero) devem ser realizados de acordo com as diretrizes de saúde. Ultrassom da pelve, rastreamento infeccioso de doenças como herpes, HIV e sífilistambém devem fazer parte da rotina.

QUAIS SÃO AS ROTINAS DE CUIDADOS E EXAMES?

O profissional de ginecologia deve atentar às práticas sexuais e/ou exercício de sexualidades adotadas por suas pacientes, independentemente de serem heterossexuais, homossexuais, bissexuais, assexuais ou homens trans. Os exames ginecológicos devem ser discutidos com a paciente, escolhendo juntos o melhor método. Mulheres que já iniciaram atividade sexual devem ser examinadas, com coleta periódica do papanicolaou, por exemplo.

A grande questão por trás disso, é que muitas pacientes não se sentem confortáveis em relevar ao médico ginecologista sua orientação sexual, porque muitos especialistas não dão a devida atenção ou reagem negativamente.

Muitos exames podem ser ajustados de acordo com as práticas sexuais das pacientes – como a presença ou ausência de penetração durante a relação sexual. 

O uso de cotonetes para coleta do exame papanicolaou não é adequado, já que não permite visualizar o colo do úteroe a paciente deve ser informada sobre isso. Há opção de espéculos menores, uso de lubrificantes e delicadeza para que o exame seja confortável e permita adequada análise da vagina e do colo do útero. O toque vaginal deve ser feito cuidadosamente, com apenas um dedo caso a paciente fique mais confortável. Obviamente, esses cuidados devem ser sempre adotados com todas as mulheres.

INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (ISTS)

As ISTs podem surgir pela ação de vírus, bactérias ou protozoários – caso da sífilis, gonorréia, HIV, HPV, hepatites, herpes, tricomonas. A falsa crença de que mulheres lésbicas, bissexuais e homens trans estão menos propensas às ISTs prejudica a prevenção de saúde dessas pessoas. O contágio pode ocorrer por contato entre mucosa oral ou vaginal. O uso de acessórios compartilhados também é responsável pela transmissão de agentes infecciosos. 

A transmissão entre o casal pode ocorrer por penetração vaginal, sexo oral, contato com sangue ou uso de acessórios sexuais. Portanto, independentemente do sexo do parceiro, os riscos de ISTs são reais.

VIDA SEXUAL: MEDIDAS DE PROTEÇÃO QUE PODEM SER ADOTADAS PELO CASAL

– Exames: Converse com a sua parceira e pergunte se os exames dela estão em dia. Mostre seus exames a ela. Essa é uma das formas mais seguras de evitar as ISTs.

– Camisinha: Sempre que for usar um acessório com a parceira, como dildo ou vibrador, use camisinha e troque toda vez que a outra for usar.

– Luva: Utilize luva na penetração com o dedo, caso o dedo esteja machucado ou com ferida.

– Camisinha cortada, plástico filme, dental dam: Para sexo oral ou contato entre vulvas, essas podem ser uma estratégia que cria barreira de proteção.

SAÚDE DO HOMEM TRANSGÊNERO 

A assistência ao homem transgênero (pessoa que foi atribuída como do gênero ou sexo feminino ao nascer e possui uma identidade de gênero masculina) deve ser abrangente e individualizada, assim como ocorre com as mulheres cisgênero (pessoas cuja identidade de gênero corresponde ao gênero que lhes foi atribuído no nascimento). Contudo, aqueles que realizam tratamentos hormonais demandam atenções específicas.

O acompanhamento de um homem transgênero é feito por uma equipe multidisciplinar formada por ginecologistas, endocrinologistas, psicólogos, assistentes sociais e outros especialistas. Realiza-se minuciosa investigação de condições de saúde e identificação de possíveis problemas de base que careçam de cuidados anteriores ao tratamento hormonal.

No primeiro ano, após principiar o uso de androgênios, a rotina de consultas deve ser trimestral.

As dosagens de testosterona ministradas são elevadas. Observamos a evolução do paciente, possíveis alterações no perfil lipídico, alteração glicêmica, coagulação sanguínea, função renal, impactos no fígado e outros indicadores. Pode ainda ocorrer alguma alteração de humor e ansiedade que pode ser acompanhada com o apoio de profissionais de saúde mental. Após esse período, as consultas para avaliações clínicas tendem a ser semestrais e, por fim, anuais.

Muito importante também é manter os cuidados preventivos ao câncer de mama, pois a ação dos andrógenos pode promover uma atrofia das mamas o que diminuiria o estímulo ao surgimento da doença. Entretanto, em alguns casos, o hormônio masculino pode ser convertido perifericamente em estrógeno, mantendo as condições para o aparecimento da doença. Outro ponto de atenção diz respeito à fertilidade desses homens. O uso dos androgênios, a longo prazo, pode comprometer a fertilidade. Dessa forma, aqueles que desejam gestar precisam ponderar os impactos de seu tratamento na capacidade reprodutiva. No momento em que desejarem engravidar, é necessário suspender os hormônios masculinos com muita antecedência e aferir se as condições para fecundação se restabelecem. Por outro lado, ainda que pequena, há possibilidade de gravidezes não planejadas durante a hormonioterapia. Por essa razão, demanda a adoção de cuidados contraceptivos.

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Incontinência urinária

Incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. Distúrbio mais frequente no sexo feminino, pode manifestar-se tanto na quinta ou sexta década de vida quanto em mulheres mais jovens.

Dra Claudiani Branco fala sobre a Incontinência Urinária. Foto: Max Bohme no Unsplash.

Atribui-se essa prevalência ao fato de a mulher apresentar, além da uretra, duas falhas naturais no assoalho pélvico: o hiato vaginal e o hiato retal. Isso faz com que as estruturas musculares que dão sustentação aos órgãos pélvicos e produzem a contração da uretra para evitar a perda urinária e o músculo que forma um pequeno anel em volta uretra sejam mais frágeis nas mulheres.

CAUSAS

A eliminação da urina é controlada pelo sistema nervoso autônomo, mas pode ser comprometida nas seguintes situações:

  • Comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico;
  • Gravidez e parto;
  • Tumores malignos e benignos;
  • Doenças que comprimem a bexiga;
  • Obesidade;
  • Tosse crônica dos fumantes;
  • Quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal;
  • Bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador;

TIPOS E SINTOMAS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA

  • Incontinência urinária de esforço: O sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se;
  • Incontinência urinaria de urgência. Mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro;
  • Incontinência mista: Associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra.

DIAGNÓSTICO

São dados importantes para o diagnóstico o levantamento da história dos pacientes e a elaboração de um diário miccional onde eles devem registrar as características e frequência da perda urinária.

Outro recurso para firmar o diagnóstico é o exame urodinâmico, que é pouco invasivo e registra a ocorrência de contrações vesicais e a perda urinaria sob esforço.

TRATAMENTO

O tratamento da incontinência urinária por esforço é basicamente cirúrgico, mas exercícios ajudam a reforçar a musculatura do assoalho pélvico. Atualmente, a cirurgia de Sling, em que se coloca um suporte para restabelecer e reforçar os ligamentos que sustentam a uretra e promover seu fechamento durante o esforço, é a técnica mais utilizada e a que produz melhores resultados.

Para a incontinência urinária de urgência, o tratamento é farmacológico e fisioterápico. O farmacológico pressupõe o uso ininterrupto de várias drogas que contêm substâncias anticolinérgicas para evitar a contração vesical. Esses remédios provocam efeitos colaterais, como boca seca, obstipação e rubor facial.

Um dos métodos mais modernos é o laser íntimo. Por meio da termoterapia (aplicação terapêutica de calor), ele atua de forma local no estímulo da vascularização do canal vaginal. Com o procedimento, foi observada uma melhora significativa em mais de 60% das mulheres com incontinência urinária leve.
 
A aplicação do laser é rápida, indolor, sem sangramento e, imediatamente, a paciente retorna às atividades normais. As sessões, que podem variar de duas a três, vão de acordo com o perfil de cada pessoa e duram cerca de 15 minutos.

RECOMENDAÇÕES

  • Procure um médico para diagnóstico e identificação da causa e do tipo de perda urinária que você apresenta;
  • Não pense que incontinência urinária é um mal inevitável na vida das mulheres depois dos 50, 60 anos. Se o distúrbio for tratado como deve, a qualidade de vida melhorará muito;
  • Considere os fatores que levam à incontinência urinária do idoso – uso de diuréticos, ingestão hídrica, situações de demência e delírio, problemas de locomoção – e tente contorná-los. Às vezes, a perda de urina nessa faixa de idade é mais um problema social do que físico;
  • Evitar a obesidade e o sedentarismo, controlar o ganho de peso durante a gestação, praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvico, são medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência urinária.

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TRICOMONÍASE

É uma infecção genital causada pelo protozoário Trichomonas Vaginalis. Sua transmissão ocorre por meio das relações sexuais ou contato íntimo com secreções de uma pessoa contaminada. Pode ser transmitida por mulher/homem e mulher/mulher. Em geral, afeta mais as mulheres.

Trichomonas vaginalis é um parasita que só infecta o ser humano; costuma viver na vagina ou na uretra, mas pode também ser encontrado em outras partes do sistema geniturinário. Esse protozoário causa microlesões na parte interna da vagina e pode levar ao desenvolvimento de outras ISTs.

 SINTOMAS

Nas mulheres, os sintomas costumam iniciar durante ou após a menstruação.

Entretanto, em alguns casos, essa doença pode permanecer meses sem apresentar nenhum sintoma, dificultando o tratamento após a descoberta.

Os principais sintomas para detectar a tricomoníase são:

  • Corrimento amarelado ou amarelo-esverdeado;
  • Coceira;
  • Odor forte e desagradável;
  • Irritação vulvar;
  • Dor;
  • Dificuldade de urinar.

DIAGNÓSTICO

Após o reconhecimento dos sintomas, a mulher deve procurar o médico ginecologista, que solicitará exames laboratoriais como coleta da secreção vaginal, cultura de secreção ou PCR, exame de sangue que avalia se há infecção no organismo.

Também pode ser realizado o Papanicolau.

EXAMES

A tricomoníase é uma doença causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, que acomete o órgão genital feminino. Em geral, ela atinge a área externa da vagina, como a vulva e uretra.

Os sintomas são corrimento amarelo ou esverdeado de odor forte, ardência ou dor ao urinar, vermelhidão e coceira intensa na região genital, e dor durante a relação sexual. Ao observar alguns desses sinais não tente se automedicar, pois apenas o médico poderá identificar corretamente a enfermidade e prescrever a medicação necessária para o seu tratamento.

O diagnóstico da doença é feito com base na avaliação dos sintomas na análise e aspecto da secreção vaginal. Por meio de um microscópio o médico verifica a possível presença de protozoários.

Se houver a suspeita de tricomoníase, procure o quanto antes um ginecologista. Ele é o profissional capacitado para solicitar os exames que levarão ao diagnóstico correto para iniciar um tratamento. E lembre-se, uso do preservativo pode proteger contra essa doença, considerada uma doença sexualmente transmissível.

PREVENÇÃO

A tricomoníase é considerada uma IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) que acomete milhões de pessoas a cada ano em todo o mundo. Essa enfermidade é causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis e tem cura por meio de tratamento medicamentoso. Mas, melhor do que curar é prevenir.

A transmissão da tricomoníase ocorre, comumente, via contato sexual. São raros os casos de contágio por meio de objetos contaminados, como assentos de vasos sanitários. A doença atinge a parte externa do aparelho genital feminino, como vulva e uretra, causando ardência, coceira, dor abdominal, ao urinar e durante a relação sexual e corrimento amarelado ou esverdeado com mau cheiro.

Sendo uma doença sexualmente transmissível, a melhor forma de prevenção é o uso de preservativo em todas as relações sexuais. Caso você apresente alguns dos sintomas descritos acima, marque uma consulta com seu ginecologista para verificar a possível existência da doença e iniciar o quanto antes o tratamento.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O tratamento da Tricomoníase tem como objetivo erradicar o agente causador. A primeira medida indicada é a abstinência sexual, pois é necessário um reequilíbrio do organismo para assim evitar a piora, o desconforto e o surgimento de novas doenças.

Também é indicado o uso de antibióticos e quimioterápicos, sendo obrigatório o tratamento conjunto do parceiro sexual para evitar a reinfecção. Nas mulheres, o tratamento oral é de dose única simultaneamente ao tratamento tópico, com o uso de creme vaginal.

Recomenda-se evitar o consumo de álcool para prevenir náuseas e vômitos.

CONVIVENDO

Transmitida sexualmente, a tricomoníase é uma doença com a qual não é possível conviver. Ela afeta o órgão genital feminino provocando prurido intenso e ardor, dor na região da pelve, ao urinar e durante o ato sexual, além de corrimento amarelo ou esverdeado com mau cheiro. É uma doença que requer tratamento tão logo apareçam os sintomas.

O tratamento é essencial não só para aliviar os sintomas, mas também para eliminar por completo o agente causador, o protozoário Trichomonas vaginalis. Os medicamentos usados em geral, são apresentados na forma de cremes vaginais e óvulos para uso local ou em comprimidos, para uso oral. Durante o tratamento é recomendada a abstinência sexual para acelerar a restauração da flora vaginal.

Caso apresente algum dos sintomas citados, procure um ginecologista, que é o profissional capacitado para fazer um diagnóstico correto e indicar os medicamentos para um tratamento bem-sucedido. Fale comigo se tiver mais dúvidas usando os contatos abaixo:

Como tratar os sintomas da Menopausa?

Ginecologista Dra. Claudiani Branco explica sobre os sintomas da menopausa e como tratá-los.  Foto por Averie Woodard no Unsplash.

A idade média da instalação da menopausa é por volta dos 45 anos. Este é o período em que a mulher deixa de produzir hormônios e poderá ter sintomas muito fortes, o que interfere no dia a dia e na qualidade de vida. Conheça os principais sintomas da menopausa e como tratá-los.

Sintomas da menopausa

A interrupção na produção de estrogênio, hormônio responsável pelo controle da ovulação, é a principal responsável pelos sintomas da menopausa. Saiba quais são as principais alterações que a ausência desse hormônio pode causar:

Sintomas vasomotores (SVM) – são as ondas de calor no pescoço, face e peitos que atingem até 80% das mulheres;

Síndrome geniturinária (SGM) – alterações na vulva, vagina, uretra e bexiga. A mulher pode apresentar desconforto vaginal, dificultando manter relações sexuais.

Irritabilidade e depressão – o estrogênio está associado a sentimentos de bem-estar e autoestima elevada, a falta dele pode causar depressão;

Osteoporose – por causa da ausência de estrogênio, após a menopausa a mulher pode ter osteoporose, doença que causa enfraquecimento ósseo, o que pode levar à fraturas;

Alterações no corpo – é possível que a falta do hormônio cause a diminuição do brilho da pele e favoreça a concentração de gordura na barriga;ü Alterações no corpo – é possível que a falta do hormônio cause a diminuição do brilho da pele e favoreça a concentração de gordura na barriga;

Descontrole do colesterol – o estrogênio também está relacionado ao equilíbrio entre colesterol bom (HDL) e colesterol ruim (LDL) no sangue.

Tratamento para a menopausa

A terapia hormonal (TH), que é a reposição dos hormônios estrogênio e progesterona por meio de medicamentos, alivia efetivamente os sintomas da menopausa e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida da mulher nessa nova fase.

Entretanto, é preciso manejar os riscos. A terapia hormonal aumenta as chances do desenvolvimento de algumas doenças, como tromboembolia pulmonar, câncer de mama, câncer de endométrio e doença hepática, além de apresentar sangramento vaginal não diagnosticado ou porfiria (distúrbio provocado por deficiências de enzimas).

O tratamento deve ser individualizado e é preciso acompanhar a manutenção dos benefícios, a melhora da qualidade de vida e o aparecimento de efeitos adversos nas mulheres que optarem por este tratamento. Converse com um médico de confiança para entender o que é melhor para o seu caso.

E precisando, você pode entrar em contato comigo através dos canais abaixo no modo de consulta online:

CÓLICA

Ginecologista Dra. Claudiani Branco explica sobre o que é a cólica, sintomas e as formas de lidar com isso no dia a dia.  Foto por Averie Woodard no Unsplash.

A cólica, também conhecida por dismenorreia, é o sintoma mais natural e comum que acompanha a menstruação. Juntamente com a tensão pré-menstrual, é uma das principais queixas das mulheres.

Há dois tipos de cólica: a primária, que existe desde a menarca (nome dado à primeira menstruação) juntamente com o início dos ciclos ovulatórios; e a secundária, que surge após um período sem dor.

A cólica primária é de natureza desconhecida e inata ao organismo feminino. Já a cólica secundária pode ser provocada por doenças como inflamações pélvicas, endometriose e fibromiomas.

Não há como prever a duração da cólica, mas geralmente a dismenorreia precede a menstruação por alguns dias e se intensifica com a chegada do fluxo menstrual.

Sintomas

Os principais sintomas que acompanham a cólica são:

  • Enjoos;
  • Diarreia;
  • Vômitos;
  • Cansaço;
  • Dor de cabeça;
  • Nervosismo;
  • Vertigem e desmaios.

Nas cólicas secundárias, os sintomas aparecem após algum tempo de uma doença orgânica ou de algum fato específico. As causas mais comuns da dismenorreia secundária são: endometriose, alteração nos ovários e/ou útero, uso de DIU, miomas, doença inflamatória pélvica, má- formações uterinas e hímen não perfurado (que não permite a saída do fluxo menstrual).

Diagnóstico

Para as sortudas ela nem dá as caras, para outras se trata apenas de um pequeno incômodo, já para algumas ela é uma verdadeira tortura. A cólica menstrual ou dismenorreia é uma dor na região pélvica que aparece um pouco antes ou junto com a menstruação e pode variar de intensidade. Em alguns casos ela pode ser tão forte que incapacita as mulheres de seguir com suas rotinas, podendo causar até mesmo transtornos gastrointestinais e cefaleia.

Nesses casos mais severos é preciso procurar um ginecologista para que, através de exames clínicos e laboratoriais, possa realizar um diagnóstico correto sobre o motivo das fortes dores. Cólicas sem causa patológica, ou seja, que são exclusivamente provocadas pelas contrações uterinas normais do período menstrual, têm início de 6 a 12 meses após a primeira menstruação e ocorrem de 8 a 72 horas do início do fluxo sanguíneo e são diagnosticadas através do exame clínico em consultório e conversa com a paciente. Quando a dor é muito intensa e foge dos padrões de duração anteriormente mencionados é preciso realizar alguns exames como ultrassonografia pélvica ou transvaginal, tomografia computadorizada ou bacterioscopia da secreção vaginal para investigar possíveis patologias como inflamações do colo do útero, miomas, endometriose, entre outras.

Procurar ajuda médica quando as cólicas menstruais passam de um simples incômodo para um problema que afeta sua rotina é o primeiro passo para obter um diagnóstico. As dores muitas vezes escondem problemas que podem até mesmo afetar a fertilidade feminina, mas que quando diagnosticados precocemente são resolvidos com o uso de medicamentos ou intervenções cirúrgicas simples.

Exames

A cólica menstrual é um dos motivos mais frequentes de visitas aos consultórios ginecológicos. Conhecida também como dismenorreia, ela consiste na dor pélvica antes ou durante a menstruação que atinge cerca de 90% das mulheres em idade reprodutiva, sendo que 10% dessas sentem dores incapacitantes.

A cólica pode coincidir apenas com o ciclo menstrual ou estar associada a alguma enfermidade orgânica. Doenças como adenomiose, inflamação pélvica e endometriose podem estar diretamente relacionadas às fortes dores que podem até mesmo causar náuseas, vômitos, cefaleia e vertigens.

Para detectar a causa desse incomodo é possível que o ginecologista realize o exame físico geral e ginecológico buscando identificar uma possível causa orgânica da dor por meio da avaliação do colo, presença de hérnia, sinais de herpes, corrimentos, inflamação do colo uterino, vaginite ou uretrite (inflamação da uretra).

Caso haja suspeita de alguma causa orgânica o médico poderá solicitar exames complementares que podem variar de exames de sangue e urina até exames de imagem, podendo, inclusive ser necessária a realização de laparoscopia, pocedimento cirúrgico que serve para entre outras coisas pesquisar e tratar a endometriose.

Prevenção

As tão indesejadas cólicas menstruais que insistem em visitar todos os meses grande parte das mulheres em idade fértil não precisam ser um transtorno eterno. Caso as fortes dores não tenham nenhuma causa orgânica ou patológica, algumas atitudes e mudanças de hábitos podem te ajudar a passar pelo período menstrual sem sofrimento. É possível prevenir ou amenizar as cólicas menstruais ao longo de todo o mês. Manter uma alimentação saudável e equilibrada, ingerindo todos os nutrientes necessários e sem pular refeições auxilia a saúde como um todo. Praticar exercícios físicos com frequência também colabora para a redução do fluxo menstrual e de possíveis processos inflamatórios graças à liberação da endorfina, o hormônio que gera a sensação de satisfação.

Uma técnica antiga, simples e eficiente é colocar uma bolsa de água quente na região pélvica quando a cólica começar a dar sinais de que está vindo, pois o calor dilata os vasos sanguíneos, relaxando e diminuindo a dor.

Procure estar atenta aos sinais do seu corpo, ele é a sua casa e conhecer onde você vive e o que pode provocar alguma dor é essencial para evitar tais comportamentos e viver melhor. Se as cólicas menstruais persistirem e se mostrarem severas procure seu ginecologista, apenas um especialista pode diagnosticar a causa dor e receitar o melhor tratamento.

Tratamentos e Cuidados

Um mal que atinge grande parte das mulheres em idade fértil, a cólica menstrual é uma dor na região pélvica que é provocada pela liberação da prostaglandina, substância que faz com que o útero se contraia para a eliminação da sua camada interna em forma de sangramento. As fortes dores podem ter como causa o ciclo menstrual ou patologias do aparelho reprodutivo, como miomas, tumores ou endometriose.

Quando as dores severas passam a ser rotina na vida de uma mulher, é preciso procurar um ginecologista para investigar o motivo desse incomodo, estabelecendo o diagnóstico correto por meio de exames clínicos e laboratoriais para iniciar o tratamento.

Se o motivo da dor é apenas reflexo dos hormônios do período menstrual, o melhor tratamento consiste em praticar exercícios físicos para a liberação de endorfina e relaxamento do corpo, ingestão e alimentos ricos em fibra e a aplicação de bolsas de água quente já são suficientes para aliviar as dores. Mas, se a for causada por alguma patologia, é necessário tomar a ingestão de medicamentos de acordo com orientação médica.

Para saber o tratamento ideal para a cólica menstrual procure um médico ginecologista para que ele possa fazer o diagnóstico correto e iniciar o melhor tratamento para você.

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HPV: Tipos de vacinas e doses

Existem 2 vacinas diferentes contra o HPV: a vacina quadrivalente e a vacina bivalente.

Ginecologista Dra. Claudiani Branco explica sobre  as diferentes vacinas que previnem o HPV. Foto por Diana Polekhina no Unsplash.

Vacina quadrivalente

  • Indicada para mulheres entre os 9 e 45 anos, e homens entre os 9 e os 26 anos de idade;
  • Protege contra os vírus 6, 11, 16 e 18;
  • Protege contra as verrugas genitais, o câncer do colo do útero na mulher e o câncer do pênis ou do ânus no caso do homem;
  • Fabricada pelo laboratório Merck Sharp & Dhome, sendo chamada comercialmente de Gardasil;
  • É a vacina oferecida pelo SUS para meninos e meninas entre os 9 e os 14 anos.
  • Doses: São feitas 3 doses, no esquema 0-2-6 meses, sendo que a segunda dose é feita após 2 meses e a terceira dose é feita após 6 meses da primeira dose. Em crianças, o efeito de proteção já pode ser obtido com apenas 2 doses, por isso algumas campanhas de vacinação podem disponibilizar apenas 2 doses.

Vacina bivalente

  • Indicada a partir dos 9 anos e sem limite de idade;
  • Protege apenas contra os vírus 16 e 18, que são os maiores causadores do câncer do colo do útero;
  • Protege contra o câncer do colo do útero, mas não contra as verrugas genitais;
  • Fabricada pelo laboratório GSK, sendo comercialmente vendida como Cervarix;
  • Doses: Quando tomada até aos 14 anos são feitas 2 doses da vacina, com intervalo de 6 meses entre si. Para pessoas acima dos 15 anos, são feitas 3 doses, no esquema 0-1-6 meses.

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Estratégias para a erradicação do câncer de colo do útero.

Ao lado da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) inicia um esforço conjunto para a erradicação do câncer de colo de útero. Altamente prevenível, a neoplasia ainda é um dos mais frequentes na população feminina brasileira. Até o final do ano de 2020, foram estimados o surgimento de 16590 novos casos da doença, sobretudo, na região norte do país. Nos últimos dez anos (2008-2018), a taxa de mortalidade decorrente de doença saltou 33%, resultando em uma vítima a cada 90 minutos, segundo dados do Ministério da Saúde.

Febrasgo e OMS estabelcem meta de erradicar o câncer de colo de útero até 2030.

Em agosto de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou uma resolução chamando a atenção e defendendo a eliminação do câncer de colo de útero. No último dia 17 de novembro, ao final da 73º Assembleia Mundial da Saúde, a OMS reforçou este compromisso e lançou oficialmente a estratégia de eliminação em um evento online.

No Brasil, a Febrasgo se engaja na responsabilidade de contribuir para as metas previstas a serem trabalhadas até 2030. A adoção da “Estratégia Global para Acelerar a Eliminação do Câncer de Colo do Útero, como um Problema de Saúde Pública”, da OMS, é baseado em três pilares. Garantir que:

1) 90% das meninas recebam a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) até os 15 anos de idade;

2) 70% das mulheres realizem um exame de rastreamento com teste efetivo até os 35 e outro até os 45 anos de idade;

3) 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras ou câncer invasivo recebam tratamento.

O compromisso da Febrasgo e OMS é rastrear, com o teste de HPV, 70% das mulheres, por duas vezes, nas idades de 35 e 45 anos. Tal ação deve acarretar a redução da mortalidade feminina em cerca de um terço.

Ações a serem feitas pela Febrasgo

Partindo do princípio que o câncer de colo de útero é uma das formas de câncer mais evitáveis e tratáveis, com medidas de prevenção primária (vacina contra o HPV) e prevenção secundária (exames de rastreamento), a Febrasgo endossa a campanha da OMS e traça como estratégia a conscientização da população. A entidade realizará diversas ações.

Para tanto, a Febrasgo elaborou um documento por meio de suas Comissões Nacionais Especializadas (CNE) em Ginecologia Oncológica, em Trato Genital Inferior e em Vacinas em que se realiza uma chamada para a eliminação do câncer de colo de útero na próxima década no Brasil. Em seu site, a entidade disponibiliza além de informações sobre a doença, um vídeo institucional explicando a parceria com a OMS.

Números e Cenário no Brasil

Apesar de ser uma doença prevenível, curável e com potencial para ser totalmente eliminada no Brasil e do Mundo, o Câncer de Colo de Útero ainda apresenta altas taxas de incidência e mortalidade. No mundo, são mais de 570.000 novos casos e morrem mais de 311.000 mulheres a cada ano. De acordo com a OMS, a maioria das mortes acontece nos países com baixo índice de desenvolvimento, como o Brasil, onde o câncer de colo uterino ocupa o terceiro lugar entre as neoplasias malignas nas mulheres, com 15,43 casos por 100.000 mulheres ao ano, e o quarto em mortalidade. A doença ocorre predominantemente em mulheres não brancas (62.7%) e com baixa escolaridade (62.1%).

O sistema público de saúde brasileiro atende 75,32% dos pacientes com câncer, ou seja, cerca de 448.959 casos de câncer foram atendidos na rede pública em 2016. O período entre o diagnóstico e o primeiro tratamento dura mais de 60 dias em 58% dos casos, ocorrendo mortes precoces em 11% delas.

Referente aos óbitos, quase nove de cada dez óbitos por câncer do colo do útero ocorrem em regiões menos desenvolvidas, onde o risco de morrer de câncer cervical antes dos 75 anos de idade é três vezes maior.

Os cânceres invasivos do colo do útero são, geralmente, tratados com cirurgia ou radioterapia combinada com quimioterapia. A escolha da melhor opção terapêutica depende do estadiamento clínico do tumor, da idade, da história reprodutiva, do estado geral da paciente e das condições disponíveis no serviço de saúde. No Brasil, aproximadamente 80% das mulheres com diagnóstico de doença invasiva, estão na fase avançada, fora de condições técnicas de cirurgia, sendo necessárias a radioterapia e a quimioterapia como tratamento, gerando, assim, um enorme custo social e financeiro.

A importância da vacinação

As vacinas para HPV são altamente efetivas e promovem uma diminuição significativa das infecções e, consequentemente, também das lesões neoplásicas do colo do útero, responsáveis pela potencial perda do órgão. Entretanto, no nosso país, a cobertura da vacinação tem sido abaixo do necessário para uma ação efetiva nas próximas décadas. As razões para explicar as baixas coberturas são principalmente as barreiras logísticas de acesso e a falta de educação contínua da população.

Em 2014, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) introduziu a vacina quadrivalente para meninas de 9 a 14 anos em esquema de duas doses com intervalo de seis meses. Em 2017, o programa passou a contemplar também os meninos de 11 a 14 anos, também no esquema de duas doses.

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Cervicite ou Endocervicite

Cervicite análisada e dicas de sintomas e tratamentos por Dra. Claudiani Branco. Foto por Andrea Piacquadio no Pexels.

A cervicite, também conhecida por endocervicite, é uma inflamação do colo do útero provocada por uma variedade de organismos. Já a cervicite crônica, é uma alteração no colo do útero que não causa problemas a mulher e acomete em maior proporção mulheres após o parto e que usam pílula.

Essa inflamação pode ser causada por outras doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia, herpes, clamídia e infecções bacterianas. Outra causa possível para a Cervicite é a sensibilidade causada por determinados produtos químicos, como os dos espermicidas das camisinhas e até mesmo dos tampões vaginais.

SINTOMAS

Os sintomas da Cervicite geralmente não são observados, mas há casos em que se notam os seguintes sinais e sintomas:

  • Irritação;
  • Vermelhidão no local;
  • Corrimento (sai do colo do útero e pode se exteriorizar pela vagina);
  • Perda de sangue após a relação sexual;
  • Dor pélvica;
  • Febre.

DIAGNÓSTICO

A cervicite ou a endocervicite é um inflamação no colo do útero que normalmente surge em mulheres entre 18 a 25 anos de idade. Sua forma mais comum é a bacteriana e em muitos casos a mulher não apresenta sintomas da doença. Por esse motivo, é de grande importância que os exames ginecológicos sejam realizados no intervalo de tempo recomendado para que não haja o avanço do quadro de inflamação e possíveis complicações, como a perda da fertilidade.

A maioria das mulheres não apresenta sintomas relacionados com a doença ou estes são inespecíficos. As evidências clássicas de cervicite são dor intensa na região abdominal, dor durante as relações sexuais, febre, sangramento fora do período menstrual e secreção vaginal espessa.

O diagnóstico da doença é realizado por meio de exames ginecológicos, sendo o principal deles o Papanicolau. Durante esse exame o médico pode observar o colo do útero e colher amostras para a análise laboratorial. Trata-se de um exame simples e indolor, capaz de fornecer um diagnóstico preciso sobre a inflamação.

Ao apresentar algum dos sintomas procure imediatamente o seu ginecologista. E, mesmo que não seja notado nada de diferente, não deixe de realizar os exames ginecológicos de rotina, eles são fundamentais para a sua saúde e para a preservação da fertilidade.

EXAMES

Para diagnosticar corretamente a cervicite é indicado o exame de colo, realizado pelo colposcópio ou a olho nu. Também pode ser requerido uma cultura de secreção, mas esse procedimento deve ser realizado com cuidado para evitar o diagnóstico equivocado.

PREVENÇÃO

Para prevenir a cervicite o primeiro passo é usar camisinha em todas as relações sexuais, uma vez que muitas bactérias que causam a inflamação são transmitidas por relações sexuais. Manter a higiene sempre em dia também ajuda a evitar a contaminação por micro-organismos presentes no ânus.

Seguir uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos com regularidade são poderosas ferramentas contra as inflamações uterinas, como a cervicite. Além de fortalecer o sistema imunológico, manter a alimentação saudável e a prática de exercícios aumenta a disposição.

O exame de Papanicolaou deve ser realizado periodicamente conforme orientação do seu ginecologista. Este é um dos exames que pode auxiliar a verificar se há alguma inflamação no colo do útero, o que poderá levar a um diagnóstico preciso.

Visite seu ginecologista com regularidade e esclareça com ele todas as suas dúvidas. Somente esse profissional pode te orientar e, com a a ajuda de exames, diagnosticar e tratar doenças que podem até mesmo comprometer a sua fertilidade.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O tratamento da cervicite é realizado com o uso de antibióticos específicos contra as bactérias causadoras da infecção e durante sua realização é recomendada a interrupção de relações sexuais. O parceiro da paciente também deve ser examinado para verificar se há alguma bactéria presente no órgão genital masculino para realizar o tratamento.

Como os sintomas nem sempre aparecem, é preciso realizar o exame ginecológico de rotina, o Papanicolau, de acordo com a recomendação médica, e eventualmente outros exames. Caso seja visualizado algum indício de cervicite, o tratamento deve ser iniciado imediatamente visando preservar a fertilidade de mulher.

Não deixe de visitar seu ginecologista regularmente e realizar todos os exames indicados. Esses procedimentos são essenciais para a manutenção da sua saúde ginecológica e garantir seu bem-estar. Agende uma consulta: