Os distúrbios da tireoide podem levar a alterações na menstruação. Mulheres que sofrem de hipotireoidismo, podem ter uma menstruação mais abundante e com mais cólicas, enquanto no hipertiroidismo, é mais comum uma redução do sangramento, que pode mesmo ser ausente.
Estas alterações menstruais podem acontecer porque os hormônios da tireoide influenciam diretamente os ovários, causando irregularidades menstruais.
Como a Tireoide afeta a Menstruação
As possíveis alterações que podem acontecer no ciclo menstrual podem ser:
Alterações em caso de hipotireoidismo
Quando a tireoide produz menos hormônios do que deveria, pode ocorrer:
Aparecimento da menstruação antes dos 10 anos, que pode acontecer porque o TSH aumentando tem um pequeno efeito semelhante aos hormônios FSH e LH, que são responsáveis por regular a menstruação.;
Menstruação antecipada, ou seja, a mulher que tinha um ciclo de 30 dias, pode passar a ter de 24 dias, por exemplo, ou a menstruação pode vir fora de hora;
Aumento do fluxo menstrual, chamada de menorragia, sendo necessário trocar o absorvente mais vezes ao longo do dia e, além disso, o número de dias da menstruação pode aumentar;
Cólicas menstruais mais intensas, chamadas de dismenorreia, que causa dor pélvica, dor de cabeça e mal-estar, podendo ser necessário tomar analgésicos para alívio da dor.
Outra alteração que pode acontecer é a dificuldade para engravidar, porque há uma diminuição da fase lútea. Além disso, pode ainda ocorrer galactorreia, que consiste na saída de ‘leite’ pelos mamilos, ainda que a mulher não esteja grávida.
Alterações em caso de hipertireoidismo
Quando a tireoide produz mais hormônios do que deveria, pode surgir:
Atraso da 1ª menstruação, quando a menina ainda não teve sua menarca e já apresenta hipertiroidismo na infância;
Menstruação atrasada, devido a alterações no ciclo menstrual, que pode ficar mais espaçado, havendo um maior intervalo entre os ciclos;
Diminuição do fluxo menstrual, que pode ser percebido nos absorventes, porque há menos sangramento por dia;
Ausência da menstruação, que se pode prolongar por vários meses.
A tireoide é uma glândula localizada na frente dos anéis da traqueia, entre o pomo de adão e a base do pescoço e pesa entre 15 e 25 gramas no adulto. Tem a forma de um H ou de um escudo e consiste num istmo central com dois lobos, um de cada lado. Está fixada à laringe por um tecido conjuntivo e se movimenta com a deglutição.
Produz os hormônios tireoidianos (T3 e T4), responsáveis por diversos controles do organismo, como os batimentos cardíacos, os movimentos intestinais, a capacidade de concentração do cérebro, o tônus da musculatura, a regulação dos ciclos menstruais, do humor e da respiração celular. Controla, também, o armazenamento e a utilização de iodo e cálcio.
A tireoide também recebe comandos de outra glândula, a hipófise, que fica no cérebro e libera o hormônio estimulador da tireoide (TSH).
Essas siglas não merecem ser conhecidas à toa. Em geral, se os níveis de TSH não batem com o que é esperado para os hormônios tireoidianos, se suspeita de algo errado — são exames de sangue que apuram isso. TSH alto com T3 e T4 baixos é sinal de hipotireoidismo, desequilíbrio que, pelas estimativas, afeta um em cada dez brasileiros. No hipertireoidismo, presente em 2% da população, acontece o contrário: há tanto T3 e T4 no sangue que o TSH, que instiga a tireoide a trabalhar, é menos necessário e acaba diminuindo.
As projeções sobre o número de pessoas acometidas por esses problemas não são precisas, pois os critérios utilizados nos estudos e as características do grupo examinado podem variar —pessoas com uma dieta deficiente em iodo, por exemplo, correm maior risco, tanto é que o mineral é adicionado ao sal de cozinha.
Um exame de sangue tira a dúvida, mas, antes dos 40 anos, idade a partir da qual a encrenca se torna mais comum, é difícil fazer um check-up da tireoide. A solução passa por uma boa investigação médica em que o paciente deve informar, entre outras coisas, se tem histórico familiar de disfunções e procedimentos na glândula.
Distúrbios da Tireoide.
Hipotireoidismo
A glândula produz menos hormônio do que deveria. Como a tireoide regula o metabolismo, quando isso ocorre o organismo tende a ficar mais devagar. O tratamento é a reposição hormonal pelo resto da vida.
Sintomas:
pele ressecada;
sonolência;
dores nas articulações;
sensação de frio;
lentidão na fala;
prisão de ventre;
ressecamento ou queda de cabelo;
menstruação irregular;
inchaço facial;
pálpebras caídas;
aumento de peso;
retenção de líquido;
depressão;
palidez;
batimentos cardíacos mais lentos;
fadiga;
falhas de memória;
mãos e pés frios;
unhas frágeis;
baixa libido.
Hipertireoidismo
É o oposto: a tireoide libera hormônios demais, acelerando o metabolismo. A detecção é um pouco mais fácil, uma vez que os sintomas são mais específicos (caso da perda de peso). Remédios e outras terapias equilibram esta disfunção.
Sintomas:
alterações no ritmo cardíaco (arritmia, taquicardia ou palpitações);
insônia;
suor excessivo;
sensação de cansaço;
ansiedade;
irritabilidade;
fraqueza muscular;
menstruação irregular (por vezes muito curta ou com pouco fluxo);
diarreia;
aumento do apetite;
queda de cabelo;
tremores nas mãos;
perda de peso;
pele quente e intolerância ao calor;
dificuldade de raciocínio e concentração;
aumento visível da glândula (bócio) ou presença de nódulos na região;
agitação e hiperatividade;
olhos inchados ou saltados;
unhas quebradiças.
Nódulos
Costumam aparecer com o envelhecimento e, em geral, são benignos e pequenos, sem gerar risco nem exigir remoção. Pode ser necessário fazer acompanhamento caso aumentem de tamanho ou passem por transformações.
Câncer
Quando o nódulo é maligno, o caminho normalmente é extrair a tireoide. A maioria dos tumores ali é pouco agressiva e tem alta taxa de cura. Após a retirada da glândula, é preciso fazer reposição hormonal pela vida inteira também.
Quem deve ficar mais atento
Embora problemas na tireoide não dependam de sexo nem idade, alguns grupos são mais suscetíveis:
Mulheres
São dez vezes mais reféns de disfunções na glândula —o que pode prejudicar o sonho de ser mãe. As alterações costumam pintar na gestação e aumentam em incidência com a menopausa.
Idosos
Pessoas a partir de 65 anos devem ficar atentas, mas nem todos os casos de hipotireoidismo necessitam de tratamento, uma vez que o organismo tende a ficar mais lento com o envelhecimento.
Bebês
O teste do pezinho, feito em recém-nascidos, detecta o hipotireoidismo congênito. Se confirmada, a disfunção deve ser tratada o mais rápido possível para evitar sequelas e impactos no desenvolvimento.
Casos na família
Quem tem histórico familiar de problemas na tireoide e outras doenças autoimunes (psoríase, artrite reumatoide, diabetes tipo 1 etc.) precisa acompanhar mais de perto a situação da glândula.
Expostos à radiação
Ela eleva o risco de câncer e distúrbios na tireoide caso o indivíduo sofra muita exposição durante a infância. Os raios ionizantes utilizados em diagnósticos de imagem não são nocivos.
Profissões de risco
A preocupação rondaria pessoas que trabalham expostas cronicamente à radiação. Mas, com os devidos cuidados, médicos apontam que isso representa menos perigo que outros fatores.
PAra entender o impacto de alterações na TIreóide em mais detalhes, agende uma conversa comigo através dos canais abaixo: