Incontinência urinária

Incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. Distúrbio mais frequente no sexo feminino, pode manifestar-se tanto na quinta ou sexta década de vida quanto em mulheres mais jovens.

Dra Claudiani Branco fala sobre a Incontinência Urinária. Foto: Max Bohme no Unsplash.

Atribui-se essa prevalência ao fato de a mulher apresentar, além da uretra, duas falhas naturais no assoalho pélvico: o hiato vaginal e o hiato retal. Isso faz com que as estruturas musculares que dão sustentação aos órgãos pélvicos e produzem a contração da uretra para evitar a perda urinária e o músculo que forma um pequeno anel em volta uretra sejam mais frágeis nas mulheres.

CAUSAS

A eliminação da urina é controlada pelo sistema nervoso autônomo, mas pode ser comprometida nas seguintes situações:

  • Comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico;
  • Gravidez e parto;
  • Tumores malignos e benignos;
  • Doenças que comprimem a bexiga;
  • Obesidade;
  • Tosse crônica dos fumantes;
  • Quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal;
  • Bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador;

TIPOS E SINTOMAS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA

  • Incontinência urinária de esforço: O sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se;
  • Incontinência urinaria de urgência. Mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro;
  • Incontinência mista: Associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra.

DIAGNÓSTICO

São dados importantes para o diagnóstico o levantamento da história dos pacientes e a elaboração de um diário miccional onde eles devem registrar as características e frequência da perda urinária.

Outro recurso para firmar o diagnóstico é o exame urodinâmico, que é pouco invasivo e registra a ocorrência de contrações vesicais e a perda urinaria sob esforço.

TRATAMENTO

O tratamento da incontinência urinária por esforço é basicamente cirúrgico, mas exercícios ajudam a reforçar a musculatura do assoalho pélvico. Atualmente, a cirurgia de Sling, em que se coloca um suporte para restabelecer e reforçar os ligamentos que sustentam a uretra e promover seu fechamento durante o esforço, é a técnica mais utilizada e a que produz melhores resultados.

Para a incontinência urinária de urgência, o tratamento é farmacológico e fisioterápico. O farmacológico pressupõe o uso ininterrupto de várias drogas que contêm substâncias anticolinérgicas para evitar a contração vesical. Esses remédios provocam efeitos colaterais, como boca seca, obstipação e rubor facial.

Um dos métodos mais modernos é o laser íntimo. Por meio da termoterapia (aplicação terapêutica de calor), ele atua de forma local no estímulo da vascularização do canal vaginal. Com o procedimento, foi observada uma melhora significativa em mais de 60% das mulheres com incontinência urinária leve.
 
A aplicação do laser é rápida, indolor, sem sangramento e, imediatamente, a paciente retorna às atividades normais. As sessões, que podem variar de duas a três, vão de acordo com o perfil de cada pessoa e duram cerca de 15 minutos.

RECOMENDAÇÕES

  • Procure um médico para diagnóstico e identificação da causa e do tipo de perda urinária que você apresenta;
  • Não pense que incontinência urinária é um mal inevitável na vida das mulheres depois dos 50, 60 anos. Se o distúrbio for tratado como deve, a qualidade de vida melhorará muito;
  • Considere os fatores que levam à incontinência urinária do idoso – uso de diuréticos, ingestão hídrica, situações de demência e delírio, problemas de locomoção – e tente contorná-los. Às vezes, a perda de urina nessa faixa de idade é mais um problema social do que físico;
  • Evitar a obesidade e o sedentarismo, controlar o ganho de peso durante a gestação, praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvico, são medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência urinária.

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A importância do ácido fólico na gestação.

O ácido fólico é uma vitamina do complexo B (vitamina B9) que atua no processo de multiplicação das células e na formação de proteínas estruturais da hemoglobina. Sua forma natural, o folato, pode ser encontrada em vegetais de folhas verde escuras, como couve, brócolis e espinafre, mas ele é mal absorvido pelo organismo. Por isso, a forma sintética (ácido fólico) é a alternativa mais eficaz e prática para a mulher.

A ingestão dessa vitamina pode reduzir em até 75% o risco de má formação no tubo neural (estrutura que dará origem ao sistema nervoso central do bebê, incluindo cérebro e coluna) do feto, o que previne casos de anencefalia, paralisia de membros inferiores, incontinência urinária e intestinal nos bebês, além de diferentes graus de retardo mental e de dificuldades de aprendizagem escolar.

A Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) recomenda que as mulheres consumam uma suplementação de 400 microgramas de ácido fólico por dia um mês antes da gravidez e durante os três primeiros meses de gestação.