Gestrinona, chip da beleza

Dra Claudiani fala sobre os perigos do Chip da Beleza.

Quando se fala em chip da beleza, na verdade há uma confusão entre os termos implante e chip, são de tecnologias bem diferentes.

O implante é um tubo de silicone e o chip é implantado, através de uma tecnologia em desenvolvimento que, teoricamente, está disponível nos Estados Unidos.

Os implantes de gestrinona – hormônio sintético feminino – vêm ganhando adeptas “fit” e preocupando associações médicas pelo uso hormonal para questões estéticas.

O implante em questão tem, como função inicial, a contracepção e até mesmo a interrupção da menstruação, é uma opção de tratamento ginecológico para endometriose, adenomiose, miomas, TPM, reposição hormonal da menopausa. O “chip” de gestrinona, entretanto, acabou ganhando uma função a mais, que o levou inclusive a ficar popularmente conhecido como “chip da beleza”. O potencial do dispositivo no ganho de massa muscular e na eliminação de celulite foram responsáveis pela fama do “chip”.

Faltam estudos sobre riscos do ‘chip’ Apesar dos benefícios que promete, há muita polêmica envolvendo o “chip da beleza”. O CFM (Conselho Federal e Medicina) não recomenda o uso de implantes hormonais para finalidades estéticas por considerar que faltam evidências científicas sobre benefícios, riscos e malefícios que trazem à saúde. Além disso, a gestrinona, não tem registro válido para fabricação no Brasil, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Isso significa que nenhum fabricante comprovou, perante o órgão, a segurança e a eficácia dessa substância.

A gestrinona tem ação androgênica, isto é, faz com que os níveis de testosterona (hormônio masculino) aumentem no corpo da mulher, podendo causar alguns efeitos colaterais, como crescimento de pêlos, oleosidade da pele, acne, e, dependendo da dose e do tempo de administração, aumento do clitóris e engrossamento da voz.

No longo prazo e dependendo da dose, os implantes podem aumentar o risco cardíaco, agravar o risco de trombose e embolia, resistência à insulina, diabetes, além de predisporem ao surgimento de tipos de câncer hormônio-dependentes.

Cabe ao médico levar essa informação de uma maneira clara para sua paciente. Sabemos dos direitos e decisões de cada um, mas o médico precisa esclarecer, dizendo o que é possível e o que é correto, para não expor a riscos desnecessários, inclusive, os riscos de vida.

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Ovários Policísticos

A Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida pela sigla SOP, é um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho.

É uma doença caracterizada pela menstruação irregular, alta produção do hormônio masculino e presença de micro cistos nos ovários.
Sua causa ainda não é totalmente esclarecida. A hipótese é que ela tenha uma origem genética e estudos indicam uma possível ligação entre a doença e a resistência à ação da insulina no organismo, gerando um aumento do hormônio na corrente sanguínea que provocaria o desequilíbrio hormonal.

SINTOMAS

A falta crônica de ovulação ou a deficiência dela é o principal sinal da síndrome. Em conjunto, outros sintomas podem ajudar a detectar essa doença, como:

  • Atrasos na menstruação (desde a primeira ocorrência do fluxo);
  • Aumento de pelos no rosto, seios e abdômen;
  • Obesidade;
  • Acne.

Em casos mais graves, pode predispor o desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares, infertilidade e câncer do endométrio.

DIAGNÓSTICO

Para realizar o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos são necessários o exame clínico, o ultrassom ginecológico e exames laboratoriais.

Ovário Policístico

Através do ultrassom, a doença é percebida pelo aparecimento de muitos folículos ao mesmo tempo na superfície de cada ovário. Esse ultrassom deve ser feito entre o terceiro e o quinto dia do ciclo menstrual. Não sendo a mulher virgem, deve-se dar preferência à técnica de ultrassom transvaginal.

É importante definir que esses resultados não se aplicam a mulheres que estejam tomando pílula anticoncepcional. Se houver um folículo dominante ou um corpo lúteo, é importante repetir o ultrassom em outro ciclo menstrual para realizar o diagnóstico corretamente.

Mulheres que apresentam apenas sinais de ovários policísticos ao ultrassom sem desordens de ovulação ou hiperandrogenismo não devem ser consideradas como portadoras da síndrome dos ovários policísticos.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O tratamento da síndrome dos ovários policísticos depende dos sintomas que a mulher apresenta e do que ela pretende. Cabe ao médico e à paciente a avaliação do melhor tratamento, mas para isso é fundamental questionar se a paciente pretende engravidar ou não. Os principais tratamentos são:

Anticoncepcionais orais – Não havendo desejo de engravidar, grande parte das mulheres se beneficia com tratamento à base de anticoncepcionais orais. A pílula melhora os sintomas de aumento de pelos, aparecimento de espinhas, irregularidade menstrual e cólicas. Não há uma pílula específica para o controle dos sintomas. Existem pílulas que têm um efeito melhor sobre a acne, espinhas e pele oleosa. Mulheres que não podem tomar a pílula se beneficiam de tratamentos à base de progesterona.

Cirurgia – Cada vez mais os métodos cirúrgicos para essa síndrome têm sido abandonados em função da eficiência do tratamento com anticoncepcionais orais.

Antidiabetogênicos orais – Estando a síndrome dos ovários policísticos associada à resistência insulínica, um dos tratamentos disponíveis é por meio de medicamentos para diabetes.

Dieta e atividade física – Essas pacientes devem ser orientadas em relação à dieta e atividade física, simultaneamente com as medidas terapêuticas.

Indução da ovulação – Se a paciente pretende engravidar, o médico lhe recomendará tratamento de indução da ovulação, não sem antes afastar as outras possibilidades de causas de infertilidade. Não se deve fazer esse tratamento em mulheres que não estejam realmente tentando engravidar.

Fertilidade

A partir dos 35 anos, a fertilidade feminina começa a cair bruscamente.

Com isto, as chances de engravidar após os 40 anos são muito menores, enquanto aumentam as possibilidades de ocorrência de má formação e de abortamentos.

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A idade afeta a quantidade e a qualidade dos óvulos. Na medida em
que a menopausa vai se aproximando, os ovários podem não responder bem aos hormônios responsáveis por ajudar na ovulação.