Bolsa Rota

O que é bolsa rota?

Dra Claudiani Branco Ginecologista e Obstetra explica o que é a Bolsa Rota durante a gravidez.

Durante a gravidez, o bebê se desenvolve dentro da bolsa amniótica, um tipo de saco cheio de líquido que protege o bebê amortecendo impactos e dando suporte para que a gestação evolua adequadamente. Constantemente, esse líquido se renova e aumenta de volume conforme as semanas vão passando, até a 34ª semana, quando passa a diminuir até o parto. 

Naturalmente, a bolsa se rompe durante o trabalho de parto ou próximo das 39 semanas e não há problema nesses casos. No entanto, quando esse rompimento acontece antes da gestante iniciar o trabalho de parto ou, pelo menos, estar próxima da reta final da gravidez, é chamada de bolsa rota ou amniorrexe. 

De qualquer maneira, independentemente do período gestacional, é muito importante entrar em contato com o (a) médico (a) obstetra assim que perceber que a bolsa estourou. Principalmente, se vier acompanhada de contrações do parto. 

Se a gestante ainda não completou 34 semanas, o mais provável é que ela seja internada e medicada para avaliar se há alguma infecção ou tentar prolongar a gestação até que o bebê tenha condições de sobreviver fora do útero, o que nem sempre é possível e um parto prematuro pode ser necessário. Nessas situações, a rotura é classificada de amniorrexe prematura ou rotura prematura das membranas.  

Da mesma forma, entre 34 e 39 semanas, o bebê ainda não terminou de se formar, portanto o (a) médico (a) irá avaliar a melhor conduta para a saúde da mãe e da criança. Sendo possível internamento e medicação para estender a gestação ou realizar um parto induzido.

De maneira geral, quando é necessário que o parto seja feito, ele costuma acontecer em até 24 horas do rompimento precoce da bolsa. 

O que causa bolsa rota?

Algumas condições fazem com que as gestantes estejam mais vulneráveis à bolsa rota prematura. Entre elas, podemos citar:

  • Histórico de rupturas prematuras da bolsa em gravidez anterior;
  • Ser fumante ou usar drogas;
  • Sangramentos vaginais;
  • Vaginose bacteriana;
  • Útero distendido por gestação múltipla de gêmeos ou mais;
  • Ter realizado procedimentos invasivos no útero; 
  • Deficiências nutricionais como vitamina C e cobre;
  • Doenças como a deficiência de alfa-1-antitripsina, anemia falciforme e síndrome de Ehlers-Danlos.

Além disso, algumas situações podem fazer com que a membrana que mantém o bebê protegido no útero se rompa, causando a bolsa rota e a necessidade do parto antes da hora, como:

Infecção vaginal

Quando a gestante apresentar algum tipo de infecção vaginal, essa condição pode causar o rompimento precoce da bolsa. Isso ocorre porque as bactérias produzem enzimas que agem nas membranas, levando ao enfraquecimento e, consequentemente, uma ruptura da bolsa.

Para identificar a infecção vaginal, é importante que a mãe esteja atenta a corrimentos com odores fortes ou cor mais escura. Qualquer alteração deve ser informada e monitorada pelo (a) médico (a) obstetra.

Colo curto

Algumas mulheres possuem o colo do útero menor do que a média. Por isso, podem ter uma ruptura prematura da bolsa. Nesses casos, as gestantes são monitoradas com mais frequência pelo (a) médico (a). 

Trabalho de parto prematuro

As contrações do trabalho de parto estimulam o rompimento da bolsa, porque ocorre uma tensão dentro do útero, que aumenta a possibilidade de rotura. 

Outras condições de saúde

A bolsa rota também pode ocorrer devido a infecções urinárias, periodontites(infecção na gengiva), gravidez múltipla (gêmeos ou mais), aumento do líquido amniótico e corrimentos genitais não tratados.

Como identificar se a bolsa rompeu?

Geralmente, o sintoma da bolsa rota é fácil de se identificar. Em síntese, ocorre uma perda súbita de grande quantidade de líquido pela vagina: esse líquido atravessa a roupa da mulher e molha o chão. No entanto, em alguns casos, há pequenos vazamentos que deixam a roupa íntima molhada e podem confundir a gestante.

Algumas mulheres podem ter dúvida se o líquido é urina ou sinal de que a bolsa rompeu, já que os escapes de urina são comuns no terceiro trimestre. No entanto, a urina costuma ser amarelada e ter um cheiro que já conhecemos.

Por outro lado, o líquido amniótico é normalmente transparente, semelhante à água de coco e tem um cheiro parecido com água sanitária. Em alguns casos, há pequenos focos de sangue no líquido, essa secreção mucosa é um sinal de que o parto é iminente. 

Também é comum que a perda do tampão mucoso seja confundido com a rotura da bolsa, mas são situações bem diferentes, já que o tampão é mais espesso e parece um catarro. 

Também algumas mulheres detectam pressão quando a bolsa se rompe e outras escutam um barulho de estalo seguido do vazamento. 

Quais são os riscos da bolsa rota? 

A bolsa rota é uma das principais situações que levam ao parto prematuro (antes das 37 semanas). Por isso, deve ser levada a sério e manter a calma é extremamente importante. Ao perceber perda de líquido, entre em contato com o (a) obstetra que te acompanha e vá para o hospital ou maternidade. 

Ao chegar ao hospital ou maternidade, a gestante realiza diversos exames que conseguem identificar a ruptura da bolsa e quais os próximos passos para preservar a saúde da mãe e do bebê. Aqui, o (a) médico (a) vai avaliar a idade gestacional, como está o bebê na bolsa, se a mulher já está em trabalho de parto e se há chances de infecção para a mãe e o bebê. 

Nesse momento, o mais importante é identificar se há líquido suficiente para o bebê continuar no útero, se há algum ponto de infecção que ofereça riscos ou se um parto de emergência é o mais indicado.

Sendo assim, é possível que a gestante (especialmente com menos de 34 semanas) seja internada para tentar prolongar a gravidez ou, se necessário, vá para uma indução de parto ou cesárea. Tudo isso precisa acontecer muito rápido, pois após a bolsa rota é importante que o parto seja feito em até 24 horas. 

Além disso, com a diminuição do líquido, é possível que o bebê entre em sofrimento fetal, com dificuldades para se movimentar, respirar e até se enrolar no cordão umbilical, o que é muito perigoso e, muitas vezes, fatal. Após o nascimento, é preciso identificar possíveis deformidades, más-formações, hemorragias ou outros problemas no desenvolvimento que podem levar o bebê à morte.

Por fim, também traz riscos para a mãe como inflamações e infecções sérias no útero que podem se espalhar para o corpo todo, como a sepse.

Cuidados e prevenção da bolsa rota

Eventualmente, alguns imprevistos e situações fogem do nosso controle, como um acidente de carro ou uma queda. Nesses casos não há como prevenir os efeitos disso e o acompanhamento médico é fundamental para avaliar a saúde da mãe e do bebê. 

No entanto, olhar para os fatores de risco e ter uma série de cuidados para evitar essa lista é um passo possível, como aumentar a ingestão de vitaminas e minerais. Por isso, a realização de um pré-natal adequado é fundamental.

Outro ponto importante é evitar realizar atividades que exijam muito esforço durante a gestação, como pegar peso. Além disso, manter bons hábitos de saúde como alimentação adequada e praticar atividade física regularmente também são ações recomendadas. 

Assim como é um momento muito especial e cheio de amor, na maioria dos casos, a gestação exige uma série de cuidados tanto para a saúde da mãe, quanto para o desenvolvimento saudável do bebê. 

Portanto, siga as orientações do seu ou seu médico (a) obstetra. Somente esse (a) profissional conhece seu histórico, riscos e necessidades.

Quer saber mais informações sobre esse e outros assuntos sobre a sua saúde e a do seu bebê? Agende uma consulta pelos canais abaixo:

O que é Aborto espontâneo?

Dra Claudiani Branco explica o aborto espontâneo.

O aborto espontâneo é a perda de uma gravidez antes da 20 ª semana. A maioria dos abortos espontâneos ocorre porque o feto não está se desenvolvendo normalmente. As causas de abortamento muitas vezes são difíceis de determinar.

O aborto espontâneo é a complicação mais comum da gravidez precoce. A frequência diminui com o aumento da idade gestacional. De 8 a 20% das gestações clinicamente reconhecidas com menos de 20 semanas de gestação sofrerão aborto, sendo 80% destes nas primeiras 12 semanas de gestação.

Há ainda a perda do bebê sem que a mãe perceba, que totalizam entre 13 e 26% de todas as gestações – no entanto, esse número pode ser ainda maior, uma vez que muitas mães podem sofrer um aborto espontâneo antes de perceberem que estão grávidas.

O aborto é uma experiência relativamente comum – mas isso não faz com que seja fácil. Pode ser necessário suporte psicológico para superar a perda do bebê.

Causas

Genes ou cromossomos anormais

A maioria dos abortos espontâneos ocorre porque o feto não está se desenvolvendo normalmente. Problemas com genes ou cromossomas do bebê são erros que ocorrem por acaso conforme o embrião se divide e cresce – dificilmente são problemas herdados dos pais.

Exemplos de anormalidades incluem:

  • Não há formação de embriões.
  • Óbito embrionário: o embrião está presente, mas parou de se desenvolver.
  • Gravidez molar: ocorre quando um conjunto extra de cromossomos paternos ou maternos em um ovo fertilizado. Este erro transforma o que poderia se tornar normalmente a placenta em uma massa crescente de cistos. Esta é uma causa rara de perda da gravidez.

Condições de saúde materna

Em alguns casos, o estado de saúde da mãe pode levar ao aborto. Os exemplos incluem:

  • Diabetes não controlada.
  • Infecções.
  • Problemas hormonais.
  • Problemas no útero ou colo do útero.
  • Doenças da tireoide.
  • Trombofilias.

O que não causa aborto

Atividades de rotina como estas não provocam um aborto espontâneo:

  • Exercícios.
  • Relações sexuais.
  • Sustos.
  • Quedas da própria altura.
  • Trabalho, desde que não haja exposição a produtos químicos ou radiação prejudiciais.

Fatores de risco

Idade

Mulheres com mais de 35 anos de idade têm um maior risco de aborto do que as mulheres mais jovens. Aos 35 anos, você tem um risco cerca de 20% maior. Aos 40 anos, o risco é de cerca de 40% maior, podendo chegar aos 80% aos 45 anos.

A idade paterna também pode desempenhar esse papel. Algumas pesquisas também sugerem que as mulheres que engravidam de homens mais velhos estão em maior risco de aborto espontâneo.

Abortos anteriores

Pessoas que tiveram dois ou mais abortos espontâneos consecutivos estão em maior risco de aborto espontâneo.

Condições crônicas

Pessoas que têm uma condição crônica, como diabetes não controlada e trombofilias, têm um maior risco de aborto espontâneo.

Problemas uterinos ou cervicais

Certas anomalias uterinas ou dos tecidos do colo do útero podem aumentar o risco de aborto.

Vícios

Vícios como fumar, ingerir álcool ou usar drogas ilícitas aumentam o risco de aborto. Pessoas que fumam durante a gravidez têm um risco maior de aborto espontâneo do que os não-fumantes. Uso abusivo de álcool e uso de drogas ilícitas também aumentam o risco de aborto.

Peso

Estar abaixo do peso ou com excesso de peso aumenta o risco de aborto espontâneo.

Testes pré-natais invasivos

Alguns testes genéticos pré-natais invasivos, como a biópsia de vilo corial e amniocentese, podem causar um pequeno risco de aborto.

Sintomas de Aborto espontâneo

A maioria dos abortos espontâneos ocorre antes da 12ª semana de gravidez, e a mulher pode não saber que sofreu um, quando este ocorrer nas primeiras seis semanas. No entanto, sinais e sintomas de um aborto espontâneo podem incluir:

  • Sangramento vaginal, com ou sem cólicas, que pode ocorrer muito cedo em sua gravidez, antes de você saber que está grávida, ou mais tarde, depois de ter conhecimento da gravidez
  • Leve a intensa dor lombar, dor abdominal ou cólicas, que podem ser constantes ou intermitentes
  • Um coágulo de sangue ou um jato de líquido claro ou rosa que passa pela vagina
  • Diminuição de sinais de gravidez, como a perda da sensibilidade da mama ou náuseas.

Tenha em mente que a maioria das mulheres que experimentam sangramento vaginal no primeiro trimestre tem gravidezes bem sucedidas.

Tipicamente, os sintomas de um aborto espontâneo tendem a piorar conforme ele progride. Pequenos sangramentos se transformam em um sangramento mais intenso; cólicas começam e se tornam mais fortes.

Exames

  • Exame pélvico, para verificar se o colo do útero começou a dilatar
  • Ultrassonografia pélvica, para verificar o batimento cardíaco fetal e determinar se o embrião está se desenvolvendo normalmente
  • Exames de sangue: se você já sofreu o aborto espontâneo, medições do hormônio da gravidez, beta HCG, podem ser úteis para determinar se você expeliu completamente o tecido placentário
  • Testes de tecidos: se você expeliu tecido, ele pode ser enviado para o laboratório a fim de confirmar se um aborto espontâneo ocorreu – e que seus sintomas não estão relacionados a uma outra causa de sangramento na gravidez.

Diagnóstico de Aborto espontâneo

Possíveis diagnósticos incluem:

  • Ameaça de aborto: se você está sangrando, mas o colo do útero não começou a dilatar, há uma ameaça de aborto. Esses tipos de gravidez podem frequentemente prosseguir sem quaisquer problemas
  • Aborto inevitável: se você está sangrando, o útero está se contraindo e seu colo do útero está dilatado, o aborto é inevitável
  • Aborto incompleto: se você expelir algum material fetal ou placenta, mas alguns restos em seu útero, é considerado um aborto incompleto
  • Aborto retido: os tecidos placentários e embrionárias permanecem no útero, mas o embrião já morreu ou nunca se formou
  • Aborto completo: se você já expeliu todos os tecidos da gravidez, é considerado um aborto completo. Isso é comum para abortos ocorridos antes das 12 semanas
  • Aborto séptico: Se você desenvolver uma infecção no útero, ele é conhecido como um aborto séptico. Esta pode ser uma infecção muito grave, que exige atendimento imediato.

Tratamento de Aborto espontâneo

Se você está sofrendo uma ameaça de aborto, o médico pode recomendar repouso até que o sangramento ou dor desapareça. Você pode ser solicitada para evitar o exercício e o sexo também.

Embora essas medidas não sejam comprovadas para reduzir o risco de aborto, elas podem melhorar o seu conforto.

Também é uma boa ideia para evitar viajar – especialmente em áreas onde seria difícil receber atendimento médico imediato.

Um exame de ultrassonografia determinará se o embrião morreu ou nunca se formou. Um resultado positivo significa que o aborto vai certamente ocorrer. Nessa situação, você pode ter várias opções:

Eliminação Natural

Se você não tem sinais de infecção, pode optar por deixar que o progresso do aborto seja natural. Geralmente isso acontece em duas semanas após determinar que o embrião tenha morrido, mas pode levar de três a quatro semanas em alguns casos.

Esse pode ser um momento emocionalmente difícil. Se expulsão a não acontece por si só, será necessário tratamento médico ou cirúrgico.

Tratamento médico

Se após um diagnóstico certo da perda de gravidez você preferir acelerar o processo, pode ser receitada uma medicação que ajuda seu corpo a expulsar o tecido da placenta.

Embora você possa tomar a medicação por via oral, o médico pode recomendar a inserção da medicação por via vaginal para aumentar a sua eficácia e minimizar os efeitos colaterais, como náuseas e diarreia.

Para a maioria das mulheres esse tratamento funciona em 24 horas.

Tratamento cirúrgico (curetagem)

Uma opção é um pequeno procedimento cirúrgico chamado dilatação e curetagem. Durante este procedimento, o médico dilata o colo do útero e remove o tecido de dentro do seu útero.

As complicações são raras, mas podem incluir os danos para o tecido conjuntivo do colo do útero ou da parede uterina.

O tratamento cirúrgico é necessário se você tiver um aborto acompanhado por sangramento ou sinais de uma infecção.

Há também a aspiração manual intrauterina (AMIU), onde é introduzida uma cânula pelo colo uterino que chega até a cavidade uterina e o material é aspirado por meio de sucção. Não é necessário dilatar o colo do útero.

Convivendo/ Prognóstico

Recuperação física

A recuperação física do aborto na maioria dos casos será de apenas algumas horas ou dias. Ligue para o seu médico se você experimentar sangramento intenso, febre ou dor abdominal. A menstruação irá retornar dentro de quatro a seis semanas.

Você pode começar a usar qualquer tipo de contracepção imediatamente após um aborto espontâneo. No entanto, o ideal é evitar ter relações sexuais ou colocar qualquer coisa em sua vagina – como um absorvente interno – nas primeiras duas semanas depois de um aborto espontâneo.

Futuras gestações

É possível engravidar após um aborto espontâneo. Mas se você e seu parceiro decidem tentar uma nova gravidez, verifique se você está fisicamente e emocionalmente pronta. Converse com o médico para obter orientação sobre quando poderá tentar engravidar.

Tenha em mente que o aborto é geralmente uma ocorrência única. A maioria das mulheres que abortam podem ter uma gravidez saudável após o aborto. Menos de 5% das mulheres têm dois abortos consecutivos, e apenas 1% têm três ou mais abortos espontâneos consecutivos.

Se você tiver vários abortos espontâneos – mais do que três em linha – considere o teste para identificar quaisquer causas subjacentes, como anomalias uterinas, problemas de coagulação ou anormalidades cromossômicas.

Em alguns casos, o médico pode sugerir o teste depois de duas ocorrências consecutivas.

Se a causa dele não for identificada, não perca a esperança. Cerca de 60% a 70% das mulheres com abortos de repetição inexplicáveis passam a ter uma gravidez saudável.

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Exames PRÉ-NATAL

Dra Claudiani Branco fala sobre a lista de Exames necessária para o Pré-Natal. Foto por Mulyadi no Unsplash.

Durante a gestação, a mulher deve realizar alguns exames para acompanhar o desenvolvimento do bebê e a sua saúde. O pré-natal é indicado para todas as mulheres grávidas, pois é ele que detectará problemas como diabetes e hipertensão.

O principal exame durante a gravidez é o ultrassom. Esse exame mostra o sexo do bebê e também informa como sua saúde funcional e anatomia. Quem determina a quantidade e a frequência com que devem ser feitos os exames é o seu médico obstetra.

Prevenção

Uma lista dos exames mais adequados para cada trimestre de gestações de baixo e alto risco. Essas orientações se aplicam a gestações consideradas saudáveis – isto é, sem fatores de risco como hipertensão ou diabetes.

Exames para uma gravidez de baixo risco

1º trimestre

  • Determinação de grupo sanguíneo e do fator Rh: prevê e evita a eritroblastose fetal (incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o feto). Quando a mãe tem o fator Rh negativo e o feto, positivo, os anticorpos dela atacam o sangue do bebê. Pode ser tratado, se diagnosticado precocemente. O exame é feito por meio de coleta sanguínea;
  • Hemograma: verifica proporções, quantidade e aspectos morfológicos do sangue. É importante para o diagnóstico de anemia;
  • Glicemia de jejum: detecta se há tendência de diabetes gestacional. Coleta de sangue em jejum para determinar a concentração de glicose no sangue;
  • Coleta de sangue para pesquisar hepatite B, toxoplasmose, HIV (o vírus que causa AIDS), rubéola e sífilis;
  • Exame de urina: avalia presença de infecção urinária;
  • Ultrassom obstétrico: é indicado para confirmar a cronologia da gestação. Também pode ser usado para prognóstico de doenças cromossômicas ou malformações;
  • Papanicolau: para detectar câncer do colo de útero.

2º trimestre

  • Repete-se o exame de sangue para avaliar existência de sífilis e, se necessário de toxoplasmose;
  • A coleta de sangue para avaliar a glicemia de jejum também é refeita, assim como o exame de tolerância à glicose. Novamente, o objetivo é avaliar se há tendência de diabetes gestacional;
  • Ultrassom obstétrico morfológico:  nessa fase, é útil para analisar a formação dos órgãos fetais.

3º trimestre

  • São repetidos os exames de sangue, como o hemograma e as sorologias que podem detectar hepatite B, toxoplasmose, HIV, rubéola e sífilis;
  • Ultrassom obstétrico: na reta final, avalia o crescimento fetal e sinaliza complicações como desnutrição ou excesso de peso;
  • Monitora também o volume de líquido amniótico e as condições da placenta.
  • Exames para uma gravidez de alto risco

Nestes casos, as consultas ao obstetra tendem a ser mais frequentes. O pré-natal é primordial para a grávida de alto risco, porque detecta algumas complicações em potencial no próprio consultório.

Podem-se identificar condições de risco no próprio exame da gestante, como a elevação dos níveis da pressão arterial, considerada a principal causadora de complicações graves para a mulher e para o bebê.  A necessidade de exames varia de acordo com o problema apresentado. Por exemplo, se a paciente é hipertensa, poderá fazer um monitoramento da pressão arterial. Se é diabética, será necessário um maior controle da glicemia.

A fim de evitar procedimentos invasivos, a ultrassonografia é uma grande aliada, sobretudo para acompanhar o crescimento e o desenvolvimento do bebê, e a quantidade de líquido amniótico. O ultrassom morfológico costuma ser recomendado para mulheres que têm casos de malformações congênitas na família (ou que já tiveram filho com problemas desse tipo), para mães com mais de 35 anos e em gravidez de gêmeos, entre outros casos. Frequentemente é feito com 20 a 24 semanas de gestação.

Em alguns casos, pode ser necessário submeter-se a procedimentos como a biópsia de vilo corial (retirada de fragmento placentário) ou a amniocentese (retirada de líquido amniótico com uma agulha), com o objetivo de detectar anomalias. Outros exames, como a cardiotocografia (registro da frequência cardíaca fetal e das contrações uterinas) e a dopplervelocimetria fetal (mede a velocidade do fluxo sanguíneo na placenta), também são empregados no acompanhamento da gravidez de alto risco.

Convivendo

O primeiro exame a ser realizado por uma mulher grávida é o teste de gravidez. Apesar de haver testes em farmácia, aconselha-se visitar um médico e realizar o exame de sangue para a confirmação.

Se a gravidez for planejada, o ideal é começar o acompanhamento antes mesmo da concepção. Desse modo, a mulher se certifica de que sua saúde está bem e que seu corpo é capaz de enfrentar uma gestação sem sustos.

A rotina de exames pode variar de acordo com o grau de risco da gestação. Ela inclui, além dos testes solicitados no primeiro trimestre de gravidez, visitas periódicas ao obstetra. Geralmente, até a 28ª semana a consulta é mensal; entre a 28ª e a 36ª, quinzenal. Da 36ª à 40ª, semanal. Caso a gestação ultrapasse esse período, são feitas duas consultas por semana.

Precisa de mais orientações quanto ao pré-Natal? Agende uma consulta:

Sexo na Gestação

As dúvidas sobre o sexo e a gestação por Dra Claudiani Branco. Foto por Ignacio Campo no Unsplash.

O sexo durante a gestação é permitido, desde que não haja contraindicação do médico obstetra, e a mulher se sinta confortável para ter relações sexuais. O contato íntimo não machuca o bebê, que está abrigado dentro do útero.

É possível que a criança se mexa ou fique quieta durante o ato, mas esse fator está mais ligado aos hormônios do que à relação sexual.

A libido da mulher pode mudar durante a gestação. No primeiro trimestre, a vontade pode ser menor devido à ansiedade, à maior percepção de odores, cansaço, enjoos, vômitos e mal-estar. No segundo trimestre, em que as náuseas diminuem e a mulher já teve tempo de se adaptar à nova fase, a libido deve voltar ao normal. No último trimestre, é possível que a vontade volte a cair devido à ansiedade pelo nascimento do bebê.

Acredita-se que praticar sexo durante esse período auxilie a mulher na hora do parto natural, pois a prática exercita os músculos vaginais. O sexo também traz benefícios aos casais que fizeram tratamentos para engravidar, pois podem parar de se preocupar e apenas desfrutar de bons momentos de intimidade e aproximação, sem pressões.

Prevenção

Se você estiver passando por complicações durante a gestação, o médico provavelmente vai recomendar que você não mantenha relações sexuais. As situações mais comuns são:

História ou ameaça de aborto espontâneo – recomenda-se evitar relações sexuais e manter-se em repouso quando a mulher tem sangramento e/ou sente contrações antes do tempo. A prática sexual pode estimular as contrações;

Pré-eclâmpsia – essa complicação pode envolver riscos de parto prematuro e convulsão, podendo até mesmo necessitar internação;

Placenta prévia – nesse caso, qualquer atividade física não é indicada, pois pode haver parto prematuro e sangramento;

Em alguns casos, o médico pode recomendar que se utilize preservativo (camisinha), pois o sêmen pode estimular, em algumas mulheres, contrações uterinas.

Convivendo

Além da predisposição feminina e o do aval médico para a realização de ato sexual, é necessário que se encontrem posições confortáveis. Aqui comentamos algumas das possíveis que podem ser mais favoráveis durante a gestação:

A mulher por cima – Nessa posição o abdômen não é pressionado e que ela controle melhor o ritmo e profundidade da penetração.

A mulher embaixo – Deitada sobre as costas, eleve os joelhos o mais perto dos peitos. O parceiro se ajoelha entre as pernas da mulher e a penetra de frente. Uma almofada embaixo dos quadris pode deixá-la mais confortável. É importante o parceiro não colocar peso sobre o abdômen da mulher. Essa posição não é recomendável a partir do quarto mês de gravidez, pois o peso pode impedir que o sangue chegue ao útero e outras partes do organismo.

O homem atrás – A mulher deverá se colocar de joelhos e se apoiar com as mãos. Ela pode usar almofadas para apoiar o ventre e o peito. O homem a penetra por trás. Nessa posição, ele controla o ritmo e o grau de penetração. Dessa forma, é recomendável uma comunicação fluente entre o casal para evitar que essa posição seja incômoda ou dolorosa para a mulher.

De lado – Com ambos deitados de lado, o homem fica atrás da mulher (a posição “conchinha”). Esta provavelmente é a posição mais confortável, pois o peso é distribuído por igual e a penetração não é profunda.

A melhor posição para o ato sexual deve ser definida pelo casal.

Mais dicas e informações detalhadas podem ser conseguidas agendando uma consulta:

A importância do ácido fólico na gestação.

O ácido fólico é uma vitamina do complexo B (vitamina B9) que atua no processo de multiplicação das células e na formação de proteínas estruturais da hemoglobina. Sua forma natural, o folato, pode ser encontrada em vegetais de folhas verde escuras, como couve, brócolis e espinafre, mas ele é mal absorvido pelo organismo. Por isso, a forma sintética (ácido fólico) é a alternativa mais eficaz e prática para a mulher.

A ingestão dessa vitamina pode reduzir em até 75% o risco de má formação no tubo neural (estrutura que dará origem ao sistema nervoso central do bebê, incluindo cérebro e coluna) do feto, o que previne casos de anencefalia, paralisia de membros inferiores, incontinência urinária e intestinal nos bebês, além de diferentes graus de retardo mental e de dificuldades de aprendizagem escolar.

A Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) recomenda que as mulheres consumam uma suplementação de 400 microgramas de ácido fólico por dia um mês antes da gravidez e durante os três primeiros meses de gestação. 

Gravidez em tempos de coronavírus

De acordo com estudos iniciais realizados especificamente sobre o novo coronavírus, não foram encontradas evidências de que grávidas tenham maior risco de desenvolver complicações graves da COVID-19. Entretanto, estudos mais recentes demonstraram que mulheres com idade gestacional superior a 34 semanas e Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 30 apresentaram mais probabilidade de complicações respiratórias no decurso da COVID-19.

Embora a transmissão vertical – ou seja, da gestante para o feto – seja pouco provável, é necessário que haja medidas para prevenir infecções neonatais. Vários estudos demonstraram que não há transmissão da mãe para o feto, entretanto, existem relatos isolados de casos em que a transmissão da COVID-19 entre a parturiente e o recém-nato apresentaram probabilidade positiva, com detecção do vírus em extratos placentários. Apesar de já existir relato de detecção de vírus no leite materno, a amamentação continua sendo recomendada desde as primeiras horas de vida do bebê.

O fato de a gestante necessitar de visitas médicas regulares ou apresentar questões obstétricas no período pré-natal que demandem visitas hospitalares, a expõe a um maior risco de contaminação pelo novo coronavírus. Assim, as medidas preventivas, como uso de máscaras, cuidados com a higiene das mãos e isolamento social tornam-se de suma importância para esta população de mulheres. Além disso, as mudanças fisiológicas ocorridas durante a gestação podem deixar as futuras mamães mais vulneráveis a infecções em geral. Tendo isso em conta, no Brasil, o Ministério da Saúde incluiu as gestantes no grupo de risco. O mesmo vale para puérperas até duas semanas após o parto, incluindo as que sofreram aborto fetal.  

Sobre a Tabela de Fertilidade

Olá, hoje vou falar com as Tentantes, aquelas mulheres que estão tentando ter seu filho. É muito importante conhecer seu ciclo menstrual(Se você quer saber um pouco mais sobre tratamento de fertilidade, talvez este POST seja para você)

Geralmente um ciclo menstrual normal pode ocorrer entre 28 e 30 dias. Então a metade desse ciclo, que seria entre o 14o e o 15o dia, coincide com o período fértil da mulher. É interessante que o coito ocorra nesse período.

Existem muitos aplicativos que podem te ajudar com a popular tabelinha de fertilidade. Aqui estão três dos  mais utilizados no Brasil (estes apps são sugestões, as informações e acompanhamento devem sempre ser obtidos com um médico de confiança):

Maia – Acompanha seus períodos, sintomas relacionados à menstruação, oscilações de humor e sua saúde.
Baixe ele aqui: Iphone (IOS) | Android

Gravidez+– Monitora a fertilidade e ajuda as mamães a acompanharem a gestação em detalhes. O app também é um guia com informações até para o trabalho de parto.
Baixe ele aqui: Iphone (IOS) | Android

Clue – O app avisa a fases para a mulher: na TPM, na janela de fertilidade ou nos dias de menstruação. Ele registra disposição, dores, emoções, horas de sono, testes de gravidez, uso de pílulas, relações sexuais e desconforto.
Baixe ele aqui: Iphone (IOS) | Android

Boa sorte!