APARELHO GENITAL FEMININO

O aparelho genital feminino é formado pelos órgãos genitais internos e externos. Os órgãos internos são: vagina, ovários, trompas de Falópio(ou tubas) e útero.

Dra Claudiani fala sobre o aparelho genital feminino

Os órgãos externos são: monte de Vênus (monte púbico) e vulva, que engloba os grandes lábios, os pequenos lábios e o clitóris.

O sistema reprodutor feminino, além de produzir os hormônios sexuais e óvulos, é onde se dá a fecundação. É no seu interior que o feto se desenvolve por nove meses.

A vagina é um espaço tubular fibromuscular, recoberto por uma mucosa pregueada, com aproximadamente 10 centímetros de comprimento. Ela que faz a comunicação entre a vulva e o útero. Sua função é dar saída ao fluxo menstrual, receber o pênis durante a relação sexual e formar o canal do parto. Devido a essa última função, a vagina possui grande elasticidade.

Os ovários são as gônadas femininas, e produzem os hormônios femininos (estrogênio e progesterona). São pequenas estruturas ancoradas por ligamentos como mesovário e o ligamento útero-ovárico. É neles que o óvulo se desenvolve.

Dra Claudiani fala sobre o aparelho genital feminino

O útero é um órgão oco, com paredes musculares espessas. Serve como caminho para os espermatozoides chegarem à tuba uterina para a fertilização e também abriga o feto durante o seu desenvolvimento. O seu volume pode chegar até cinco litros. Em seu interior, na parte superior, encontra-se o colo do útero. É ligado às tubas uterinas ou Trompas de Falópio.

Trompas de Falópio são tubas compostas por um canal, com forma de funil, recoberto em sua extremidade por franjas, as fímbrias, por uma ampola e por um istmo.

Dra Claudiani fala sobre o aparelho genital feminino

Fazendo parte dos genitais externos, está o monte de Vênus, ou monte púbico, uma elevação de tecido adiposo, recoberto por pelos, que protege a superfície ósseo-cartilaginosa.

Os grandes lábios são dobras constituídas de pele e tecido adiposo, recobertas por pelos. Os pequenos lábios são tecidos sem gordura. Na parte superior dos pequenos lábios encontra-se o clitóris, uma massa de tecido erétil de aproximadamente 2 cm de comprimento. O clitóris tem a função exclusiva de proporcionar prazer sexual.

Entre os pequenos lábios fica a abertura da vagina, que é recoberta por uma fina membrana altamente vascularizada chamada de hímen. É importante perceber que o hímen não “fecha” o canal: ele está presente ao redor do orifício. As mulheres que nascem com o canal obstruído por esse tecido precisam passar por cirurgia corretora, para que o fluxo menstrual possa ser eliminado do organismo. O hímen não necessariamente ainda estará presente na primeira relação sexual, pois pode desaparecer bem antes da puberdade, em atividades como abrir as pernas na ginástica, andar de bicicleta, masturbação, entre outros. Outro mito sobre o hímen é que ele será rompido na primeira relação: em muitas mulheres, a penetração vaginal não leva ao rompimento do hímen e ao sangramento, especialmente se for feita com delicadeza.

Menstruação

Dra Claudiani Branco, ginecologista, explica a menstruação. Foto por Andrea Piacquadio no Pexels.

Menstruação é a descamação das paredes internas do útero quando não há fecundação. Essa descamação faz parte do ciclo reprodutivo da mulher e acontece todo mês.

O corpo feminino se prepara para a gravidez, e quando esta não ocorre, o endométrio (membrana interna do útero) se desprende. O fluxo menstrual é composto, assim, por sangue e tecido uterino.

O período menstrual faz parte do ciclo reprodutivo da mulher, que acontece em quatro fases:

Menstruação – Perda de sangue que ocorre periodicamente. Devido a estímulos hormonais, a superfície do endométrio se rompe e é excretada pela vagina, sob a aparência de um fluido de sangue. Em geral, a primeira menstruação (menarca) ocorre aos dozes anos;

Fase pré-ovulatória – Período em que o óvulo se desenvolve para sair do ovário e o útero se prepara para receber um óvulo fecundado; 

Ovulação – Processo que ocorre entre o 13º e 15º dia antes da próxima menstruação.  Nessa fase, a mulher está fértil e tem maiores chances de engravidar

Fase pós-ovulatória – quando o óvulo não é fecundado, ele morre após 12 ou 24 horas. Após essa morte, há o início de uma nova menstruação. 

É possível evitar a menstruação a fim de melhorar os sintomas da cólica, da TPM e da endometriose com o uso dos anticoncepcionais, nos chamados regime contínuo (não há pausa) e regime estendido (a pausa é realizada após 84 dias).

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Câncer de endométrio

O câncer de endométrio é um dos tumores ginecológicos mais frequentes. Acomete principalmente mulheres após a menopausa, em geral acima dos 60 anos. Apenas 20%, ou menos, das mulheres com câncer de endométrio estão na fase de pré-menopausa. Menos de 5% estão abaixo dos 40 anos de idade. O câncer de endométrio é um tumor altamente curável na maioria das mulheres.

Anatomia

O útero, que faz parte do sistema reprodutor da mulher, situa-se no centro da pelve, tem continuidade com a vagina e está preso à bacia através de lâminas de tecido conjuntivo, que são chamados de paramétrios. De cada lado do útero, passam duas estruturas tubulares, os ureteres, que levam urina dos rins para a bexiga.

Localização do útero.

O útero se divide em duas partes, a inferior ou colo do útero, que fica em contato com a cúpula da vagina, e a superior ou corpo uterino. O corpo do útero é constituído por uma camada muscular, mais externa, chamada miométrio, e por uma cavidade interna revestida por uma mucosa conhecida como endométrio, que descama e sangra durante a menstruação.

Na porção mais superior do corpo do útero estão localizadas as tubas uterinas, que são dois canais ligados aos ovários e no interior dos quais ocorre o processo de fertilização. Pequenos ligamentos colocam o útero em contato com os ovários.

Pode-se originar numa lesão pré-maligna (hiperplasia atípica) ou instalar-se já com características malignas. Caso não seja reconhecido a tempo, o tumor crescerá localmente e, além de infiltrar superficialmente a mucosa do endométrio, poderá penetrar em direção à camada muscular do útero, o miométrio.

Depois de atravessar o miométrio, o risco de as células malignas alcançarem os linfonodos da pelve e do abdômen será maior, e o tumor pode invadir os órgãos vizinhos: vagina, colo do útero, ovários, reto, sistema urinário e o interior do abdômen. Mais raramente, as células podem atingir vasos sanguíneos e se disseminar para pulmões, fígado e osso

Carcinoma endometrioide

É o tipo mais comum, responsável por 80% a 90% dos casos. Ele se forma a partir das glândulas presentes no endométrio e costuma ser pouco agressivo.

Carcinoma seroso-papilífero

Representa o segundo tipo mais comum: aproximadamente 8% de todos os tumores endometriais. Apresenta maior agressividade e maiores chances de metástases, exigindo tratamentos mais radicais.

Carcinoma de células claras

É responsável por 1% a 3% dos casos. Costuma ser mais agressivo, mesmo quando diagnosticado em fase precoce.

Sarcomas

Correspondem a aproximadamente 3% a 5% dos tumores do corpo do útero. Originam-se na musculatura do corpo uterino (miométrio) ou no tecido que sustenta o endométrio (estroma). Em geral, são mais resistentes à quimioterapia e à radioterapia. Os sarcomas uterinos podem ser divididos nos seguintes subtipos: leiomiossarcoma, carcinossarcoma, sarcoma indiferenciado, sarcoma estromal e adenossarcoma.

Consulte um ginecologista

No entanto, apesar de todas informações acima, é de suma importância você entrar em contato com um médico ginecologista. Agende uma consulta através dos canais abaixo:

Ovários Policísticos

A Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida pela sigla SOP, é um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho.

É uma doença caracterizada pela menstruação irregular, alta produção do hormônio masculino e presença de micro cistos nos ovários.
Sua causa ainda não é totalmente esclarecida. A hipótese é que ela tenha uma origem genética e estudos indicam uma possível ligação entre a doença e a resistência à ação da insulina no organismo, gerando um aumento do hormônio na corrente sanguínea que provocaria o desequilíbrio hormonal.

SINTOMAS

A falta crônica de ovulação ou a deficiência dela é o principal sinal da síndrome. Em conjunto, outros sintomas podem ajudar a detectar essa doença, como:

  • Atrasos na menstruação (desde a primeira ocorrência do fluxo);
  • Aumento de pelos no rosto, seios e abdômen;
  • Obesidade;
  • Acne.

Em casos mais graves, pode predispor o desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares, infertilidade e câncer do endométrio.

DIAGNÓSTICO

Para realizar o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos são necessários o exame clínico, o ultrassom ginecológico e exames laboratoriais.

Ovário Policístico

Através do ultrassom, a doença é percebida pelo aparecimento de muitos folículos ao mesmo tempo na superfície de cada ovário. Esse ultrassom deve ser feito entre o terceiro e o quinto dia do ciclo menstrual. Não sendo a mulher virgem, deve-se dar preferência à técnica de ultrassom transvaginal.

É importante definir que esses resultados não se aplicam a mulheres que estejam tomando pílula anticoncepcional. Se houver um folículo dominante ou um corpo lúteo, é importante repetir o ultrassom em outro ciclo menstrual para realizar o diagnóstico corretamente.

Mulheres que apresentam apenas sinais de ovários policísticos ao ultrassom sem desordens de ovulação ou hiperandrogenismo não devem ser consideradas como portadoras da síndrome dos ovários policísticos.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O tratamento da síndrome dos ovários policísticos depende dos sintomas que a mulher apresenta e do que ela pretende. Cabe ao médico e à paciente a avaliação do melhor tratamento, mas para isso é fundamental questionar se a paciente pretende engravidar ou não. Os principais tratamentos são:

Anticoncepcionais orais – Não havendo desejo de engravidar, grande parte das mulheres se beneficia com tratamento à base de anticoncepcionais orais. A pílula melhora os sintomas de aumento de pelos, aparecimento de espinhas, irregularidade menstrual e cólicas. Não há uma pílula específica para o controle dos sintomas. Existem pílulas que têm um efeito melhor sobre a acne, espinhas e pele oleosa. Mulheres que não podem tomar a pílula se beneficiam de tratamentos à base de progesterona.

Cirurgia – Cada vez mais os métodos cirúrgicos para essa síndrome têm sido abandonados em função da eficiência do tratamento com anticoncepcionais orais.

Antidiabetogênicos orais – Estando a síndrome dos ovários policísticos associada à resistência insulínica, um dos tratamentos disponíveis é por meio de medicamentos para diabetes.

Dieta e atividade física – Essas pacientes devem ser orientadas em relação à dieta e atividade física, simultaneamente com as medidas terapêuticas.

Indução da ovulação – Se a paciente pretende engravidar, o médico lhe recomendará tratamento de indução da ovulação, não sem antes afastar as outras possibilidades de causas de infertilidade. Não se deve fazer esse tratamento em mulheres que não estejam realmente tentando engravidar.

Endometriose

Patologia em que o tecido endométrio, que normalmente reveste o útero cresce fora do útero. Na endometriose o tecido pode estar presente nos ovários, nas tubas uterinas, bexiga ou no intestino.

Comparação entre um útero saudável e um útero com áreas afetadas pela Endometriose.
Comparação entre um útero saudável e um útero com áreas afetadas pela Endometriose.

A endometriose pode comprometer a fertilidade da mulher, é umas das principais causas de infertilidade e pode comprometer muito a qualidade de vida pois pode causar dor antes ou durante a menstruação e na relação sexual, mas muitas vezes ela é assintomática.

Diante da suspeita, o exame ginecológico clínico é o primeiro passo para o diagnóstico, que pode ser confirmado pelos seguintes exames laboratoriais e de imagem: visualização das lesões por laparoscopia, ultrassom endovaginal, ressonância magnética e um exame de sangue chamado marcador tumoral CA-125, que se altera nos casos mais avançados da doença. O diagnóstico de certeza, porém, depende de uma biópsia.

A endometriose é uma doença crônica que regride espontaneamente com a menopausa, em razão da queda na produção dos hormônios femininos.

Mulheres mais jovens podem valer-se de medicamentos que suspendem a menstruação: a pílula anticoncepcional tomada sem intervalos e os análogos do GnRH. O inconveniente é que estes últimos podem provocar efeitos colaterais adversos.

Lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento.

Procure o ginecologista para avaliar e escolher o tratamento mais adequado. Se precisar, marque uma consulta comigo através dos canais abaixo: