Nota técnica de esclarecimento sobre vacinação contra COVID-19 e mamografia

Comissão Nacional de Mamografia- CBR, SBM e FEBRASGO

Ginecologista Dra Claudiani Branco fala sobre a relação entre a vacina contra a COVID-19 e mamografia em nota de esclarecimento da comissão Nacional de Mamografia.

Recentemente a Comissão Nacional de Mamografia que reúne representantes do Colégio Brasileiro de Radiologia, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia publicou orientações em relação à realização da mamografia e a vacinação contra a Covid-19. Nessa nota gostaríamos de esclarecer algumas dúvidas e notícias falsas publicadas em redes sociais que tem funcionado como barreiras ao rastreamento do câncer de mama e a vacinação contra Covid 19:

  1. As vacinas contra Covid-19 NÃO causam câncer de mama ou quaisquer outras doenças na mama. 
  2. As vacinas contra Covid-19 algumas vezes causam inchaço passageiro de gânglios embaixo do braço que podem aparecer nos exames de mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética das mamas. Por isso, quando fizer seus exames de mama informe se foi vacinada, quando e em qual braço tomou a vacina para evitar equívocos de interpretação por parte do médico.
  3. Inchaço transitório de gânglios embaixo do braço também pode ocorrer com outras vacinas, após depilação a laser da axila e inflamações no ombro, entre outras causas. Trata-se de uma reação de defesa normal do corpo.
  4. As pacientes que foram vacinadas contra Covid-19, em particular aquelas que estiverem com atraso na realização da sua mamografia rotina, NÃO devem postergar ainda mais o exame de mamografia. Em 2020, entre 30% e 50% das mulheres deixaram de realizar suas mamografias devido a pandemia de Covid 19. Estima-se que esse retardo terá impacto futuro na mortalidade pelo câncer de mama.
  5. Aguardar quatro semanas após a vacinação é uma sugestão para mulheres com os exames em dia quando este prazo não prejudicar sua avaliação para o diagnóstico de câncer de mama. 
  6. Em hipótese nenhuma mulher com câncer de mama diagnosticado ou com sintomas que possam representar câncer de mama como, por exemplo, nódulos palpados ou saída de líquido no mamilo devem retardar sua avaliação médica e os exames solicitados por terem sido vacinadas recentemente. 
  7. Por fim, no atual contexto da pandemia NENHUMA mulher deve abdicar da vacinação por medo de que ela possa causar doenças na mama ou afetar seus exames na mama. E NENHUMA mulher deve abdicar de realizar seus exames de rastreamento do câncer de mama, pois lembramos que ele ainda é o mais frequente entre as mulheres no Brasil e no mundo.

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Vacina Covid-19 para gestante é segura?

Vacinas autorizadas pela ANVISA e em uso no Brasil:

Dra Claudiani Branco fala sobre as atualizações da ANVISA da Vacina de COVID-19 para Gestantes. Imagem: Mohammad Shahhosseini no Unsplash.

CoronaVac

A vacina do Butantan utiliza a tecnologia de vírus inativado (morto), uma técnica consolidada há anos e amplamente estudada. Ao ser injetado no organismo, esse vírus não é capaz de causar doença, mas induz uma resposta imunológica. Os ensaios clínicos da CoronaVac no Brasil foram realizados exclusivamente com profissionais da saúde, ou seja, pessoas com alta exposição ao vírus.

AstraZeneca

Foi desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a universidade de Oxford. No Brasil, é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A tecnologia empregada é o uso do chamado vetor viral. O adenovírus, que infecta chimpanzés, é manipulado geneticamente para que seja inserido o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2. 

Pfizer

O imunizante da farmacêutica Pfizer em parceria com o laboratório BioNTech se baseia na tecnologia de RNA mensageiro, ou mRNA. O RNA mensageiro sintético dá as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do novo coronavírus, que estimulam a resposta do sistema imune.

Janssen

Do grupo Johnson & Johnson, a vacina do laboratório Janssen é aplicada em apenas uma dose. Assim como o imunizante da Astrazeneca, também se utiliza da tecnologia de vetor viral, baseado em um tipo específico de adenovírus que foi geneticamente modificado para não se replicar em humanos. 

O governo de São Paulo decidiu incluir gestantes e puérperas com e sem comorbidade no plano estadual de imunização contra Covid-19, utilizando-se das vacinas Butantan/Sinovac Biotech (Coronavac®) ou Pfizer Biontech: (Cominarty®). 

Sobre Mortalidade Materna

Na análise dos dados públicos do SIVEP GRIPE houve aumento importante da mortalidade materna por Covid-19, no Brasil, sendo notificados até o dia 02 de Junho de 2021, 455 casos em 2020 e 814 em 2021, o que representa 10 mortes maternas por semana em 2020 e 38 mortes maternas por semana em 2021. 

Na comparação entre os anos 2020 e 2021, a mortalidade materna semanal aumentou em 283% e a mortalidade da população geral aumentou em 105%, confirmando os achados do CDC de que gestantes constituem grupo de maior risco de intubação oro traqueal, de internação em Unidades de Terapia Intensiva e de óbito. 

Na análise dos dados públicos do SIVEP GRIPE, relativos ao Estado de São Paulo, observa-se notificação de 78 mortes maternas por COVID-19 em 2020 e 152 mortes em 2021, ou seja 1,7 óbitos por semana em 2020 e 7,2 óbitos por semana em 2021.

IMPORTANTE!

A SOGESP, diante do expressivo aumento da mortalidade materna no Brasil e no estado de São Paulo e dos dados e estudos disponíveis atualmente, recomenda que:

  • Todas as gestantes e puérperas, do Estado de São Paulo, sejam vacinadas contra Covid-19, independente de apresentarem comorbidades;
  • Não seja exigido relatório ou prescrição médica ou ainda qualquer outro documento além daqueles que comprovam a gestação ou o puerpério, assim como ocorre na vacinação contra gripe e outras;

Se você tem mais dúvidas sobre a vacina e sobre a sua gravidez, converse comigo usando os canais abaixo:

Vacina da Covid19 para gestantes e lactantes.

Claudiani Branco, com apoio da FEBRASGO fala sobre o uso da vacina de COVID 19 e Gestantes e Lactantes. Foto por Daniel Schludi no Unsplash.

Com a autorização da ANVISA e revisão de literatura, a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) recomenda:

  • A segurança e eficácia das vacinas não foram avaliadas em gestantes e lactantes, no entanto estudos em animais não demonstraram risco de malformações.
  • Para as gestantes e lactantes pertencentes ao grupo de risco, a vacinação poderá ser realizada após avaliação dos riscos e benefícios em decisão compartilhada entre a mulher e seu médico prescritor.
  • As gestantes e lactantes devem ser informadas sobre os dados de eficácia e segurança das vacinas conhecidos assim como os dados ainda não disponíveis. A decisão entre o médico e a paciente deve considerar: o nível de potencial contaminação do vírus na comunidade; a potencial eficácia da vacina; o risco e a potencial gravidade da doença materna, incluindo os efeitos no feto e no recém nascido e a segurança da vacina para o binômio materno-fetal.
  • O teste de gravidez não deve ser um pré requisito para a administração das vacinas nas mulheres com potencial para engravidar e que se encontram em condições de risco.
  • As gestantes e lactantes do grupo de risco que não concordarem em serem vacinadas, devem ser apoiadas em sua decisão e instruídas a manterem medidas de proteção como higiene das mãos, uso de máscaras e distanciamento social.
  • Os eventos adversos esperados devem ser monitorados
  • As vacinas não são de vírus vivos e têm tecnologia conhecida e usada em outras vacinas que já fazem parte do calendário das gestantes como as vacinas do tétano, coqueluche e influenza.
  • Para as mulheres que foram vacinadas inadvertidamente e estavam gestantes no momento da administração da vacina, o profissional deverá tranquilizar a gestante sobre a baixa probabilidade de risco e encaminhar para o acompanhamento pré-natal. A vacinação inadvertida deverá ser notificada no sistema de notificação e-SUS notifica como um “erro de imunização” para fins de controle. [Informe Técnico]

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O Parto

Um turbilhão de emoções, mas que nos conecta com a existência, o momento em que o bebê deixa o útero da mãe, finalizando o período de gestação. O mais importante é que a futura mamãe tem que ser muito bem acolhidaseja feita uma pesquisa com informações comprovadas e de qualidade sobre cada tipo de parto.


Quando o parto é normal, aparecem contrações (a barriga endurece e volta ao normal – esse processo se repete em intervalos de tempo). O útero contrai com maior frequência. Quando entra em ritmo de trabalho de parto ocorre dilatação total do colo uterino finalizando com a expulsão do bebê do ventre materno.

No parto humanizado, a mulher possui autonomia, fazendo escolhas de como será o ambiente, quem estará ao seu lado.

Na cesariana ou cesárea é uma intervenção cirúrgica e pode ser solicitada pela futura mamãe ou recomendada pelo médico em casos onde há algum tipo de risco para a mãe ou o bebê. É um procedimento que dura até 1h e faz-se o uso de anestesia.

Leite Materno

Essa semana tivemos o dia Internacional da Doação de Leite Humano (leite materno). O Brasil é um dos países com o melhor sistema de coleta e doação de leite materno, servindo de modelo para mais de 25 países.

Ao doar, contribuímos para o fortalecimento do sistema imunológico dos bebês e para o desenvolvimento inicial das crianças.

O Ministério da Saúde tem uma página interessante que explica como doar o seu leite, veja como fazer esse lindo gesto aqui.

Leite Materno e COVID19

O consenso mundial durante a pandemia de Coronavírus, é de que as mamães devem continuar com o aleitamento materno e mesmo a doação. Devido a presença de diversos anticorpos, os benefícios da proteção oferecida pelo leite materno superam os de contágio pelo COVID. No entanto, valem os cuidados de higiene de sempre: lavar as mãos antes de tocar no rosto do bebê e uso de máscara facial.