Vacina Covid-19 para gestante é segura?

Vacinas autorizadas pela ANVISA e em uso no Brasil:

Dra Claudiani Branco fala sobre as atualizações da ANVISA da Vacina de COVID-19 para Gestantes. Imagem: Mohammad Shahhosseini no Unsplash.

CoronaVac

A vacina do Butantan utiliza a tecnologia de vírus inativado (morto), uma técnica consolidada há anos e amplamente estudada. Ao ser injetado no organismo, esse vírus não é capaz de causar doença, mas induz uma resposta imunológica. Os ensaios clínicos da CoronaVac no Brasil foram realizados exclusivamente com profissionais da saúde, ou seja, pessoas com alta exposição ao vírus.

AstraZeneca

Foi desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a universidade de Oxford. No Brasil, é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A tecnologia empregada é o uso do chamado vetor viral. O adenovírus, que infecta chimpanzés, é manipulado geneticamente para que seja inserido o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2. 

Pfizer

O imunizante da farmacêutica Pfizer em parceria com o laboratório BioNTech se baseia na tecnologia de RNA mensageiro, ou mRNA. O RNA mensageiro sintético dá as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do novo coronavírus, que estimulam a resposta do sistema imune.

Janssen

Do grupo Johnson & Johnson, a vacina do laboratório Janssen é aplicada em apenas uma dose. Assim como o imunizante da Astrazeneca, também se utiliza da tecnologia de vetor viral, baseado em um tipo específico de adenovírus que foi geneticamente modificado para não se replicar em humanos. 

O governo de São Paulo decidiu incluir gestantes e puérperas com e sem comorbidade no plano estadual de imunização contra Covid-19, utilizando-se das vacinas Butantan/Sinovac Biotech (Coronavac®) ou Pfizer Biontech: (Cominarty®). 

Sobre Mortalidade Materna

Na análise dos dados públicos do SIVEP GRIPE houve aumento importante da mortalidade materna por Covid-19, no Brasil, sendo notificados até o dia 02 de Junho de 2021, 455 casos em 2020 e 814 em 2021, o que representa 10 mortes maternas por semana em 2020 e 38 mortes maternas por semana em 2021. 

Na comparação entre os anos 2020 e 2021, a mortalidade materna semanal aumentou em 283% e a mortalidade da população geral aumentou em 105%, confirmando os achados do CDC de que gestantes constituem grupo de maior risco de intubação oro traqueal, de internação em Unidades de Terapia Intensiva e de óbito. 

Na análise dos dados públicos do SIVEP GRIPE, relativos ao Estado de São Paulo, observa-se notificação de 78 mortes maternas por COVID-19 em 2020 e 152 mortes em 2021, ou seja 1,7 óbitos por semana em 2020 e 7,2 óbitos por semana em 2021.

IMPORTANTE!

A SOGESP, diante do expressivo aumento da mortalidade materna no Brasil e no estado de São Paulo e dos dados e estudos disponíveis atualmente, recomenda que:

  • Todas as gestantes e puérperas, do Estado de São Paulo, sejam vacinadas contra Covid-19, independente de apresentarem comorbidades;
  • Não seja exigido relatório ou prescrição médica ou ainda qualquer outro documento além daqueles que comprovam a gestação ou o puerpério, assim como ocorre na vacinação contra gripe e outras;

Se você tem mais dúvidas sobre a vacina e sobre a sua gravidez, converse comigo usando os canais abaixo:

Atualização: recomendações sobre vacinas covid-19 em gestantes, puérperas e lactantes

Dra Claudiani Branco fala sobre a Atualização da Norma Técnica do Ministério do Trabalho sobre a vacina de covid-19 e gestantes. Foto por freestocks no Unsplash.

Por meio da nota técnica 01/2021, divulgada em 15 de março, o Ministério da Saúde elencou orientações referentes à administração de vacinas covid-19 em gestantes, puérperas e lactantes.

Faz um ano que enfrentamos a Covid-19. Hoje, 16 de março, os óbitos se aproximam dos 300.000 no Brasil e os casos estão para somar 12 milhões.  É uma doença severa, causada pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2.

A Covid-19 possui espectros clínicos distintos: de infecções assintomáticas a quadros graves. A Organização Mundial da Saúde informa que a maioria (cerca de 80%) dos pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas reduzidos.

Um entre cada 5 casos detectados exige atendimento hospitalar em virtude de dificuldade respiratória. Destes, 5% podem requerer suporte ventilatório.

Focando especificamente no grupo de gestantes e puérperas, o Sistema de Vigilância do Ministério da Saúde vem estudando a evolução de óbitos. Em Boletim Epidemiológico Especial, divulgou que “a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em gestantes foi 0,9% e ocorreram 199 óbitos por SRAG em gestantes. Em 135 (67,8%) desses óbitos, a SRAG foi causada por SARS-CoV-2”.  

A nota técnica 01/2021, registra que no Brasil, as mortes maternas associadas a Covid-19 são mais comuns no 3º trimestre ou no puerpério. Alerta o quadro recente da pandemia, entre 8 a 11% das gestantes e lactantes infectadas pelo SARS-CoV-2 necessitam de hospitalização; de 2% a 5% são casos de internação em unidades de terapia intensiva, com risco objetivo de morte.

Ainda aponta que os óbitos maternos são mais usuais em gestantes e puérperas com comorbidades preexistentes associadas: obesidade, diabetes mellitus, doenças autoimunes, doença cardiovascular, entre outras.

SOBRE VACINAS

Diz a NT que as vacinas Covid-19 disponíveis no País ainda não passaram por testagem em gestantes, puérperas e lactantes. Daí não haver dados e informações consolidados sobre efeitos específicos. Porém, pela urgência “de se posicionar sobre essa parcela da população mesmo com a ausência de evidências, surge da necessidade mundial de combater a pandemia causada pelo SARS-CoV-2 e, principalmente, no caso das gestantes, devido ao maior risco de complicações que elas e seus bebês enfrentam quando infectados pelo vírus, podendo-se citar a maior probabilidade de parto prematuro”.

Agende uma consulta: