A adenomiose é uma doença ginecológica benigna, que consiste na invasão da parede muscular do útero pelo tecido endometrial – que reveste a parte interna do útero e sofre descamação durante a menstruação. Na maioria dos casos, essa condição atinge mulheres acima dos 30 anos de idade que apresentam um histórico prévio de gravidez.
Adenomiose pode evoluir para câncer?
A adenomiose é uma doença caracterizada como benigna, assim como a endometriose. Essa condição pode aparecer em diferentes intensidades para cada mulher, mas não existe nenhuma relação entre a adenomiose e o câncer.
Sintomas de adenomiose
Entre os principais sintomas da adenomiose, estão:
- Útero amolecido e doloroso
- Cólica menstrual forte
- Irregularidade menstrual
- Dores pélvicas
- Aumento do fluxo menstrual
- Alterações gastrointestinais
- Infertilidade
O sangramento uterino anormal, chamado de S.U.A, pode se manifestar em excesso durante a menstruação, assim como fora do período menstrual. Há também a possibilidade de ocorrer um pequeno sangramento antes da menstruação.
Já as dores pélvicas podem evoluir para um quadro crônico, com duração superior a seis meses. Com isso, a mulher acaba apresentando um aumento das cólicas antes da menstruação e também dor durante a relação sexual.
Isso ocorre porque o útero é o órgão acometido por esta doença. Então, no ato sexual, o contato do pênis com o colo do útero pode provocar uma sensibilidade maior que causa dor.
A sensação de inchaço abdominal e os sintomas gastrointestinais são outros sinais comuns da adenomiose, devido a proximidade do útero com a bexiga e o intestino, pode ocorrer dor ao urinar e evacuar, além de ardência.
A adenomiose também pode afetar a concepção, causando dificuldade para engravidar e abortos espontâneos frequentes. Dessa forma, é preciso que seja feita uma consulta com um especialista para realizar o tratamento adequado para a condição.
Adenomiose e gravidez
A adenomiose não afeta a gravidez diretamente, ou seja, não causa nenhuma complicação para o feto ou torna a gestação de alto risco. Entretanto, ela pode gerar dificuldade para engravidar e fixar o embrião, aumentando as chances de abortamento precoce. Assim, após o estabelecimento da gestação, não há riscos relacionados a adenomiose.
Tratamento de adenomiose
O tratamento para adenomiose escolhido depende do histórico de saúde de cada paciente, podendo ser feito das seguintes maneiras:
- Clínico: é indicado o uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios prescritos pelo médico para melhorar a dor causada pela adenomiose
- Hormonal: é feito o uso de hormônios para diminuir o fluxo menstrual ou até mesmo cessá-lo, como a pílula anticoncepcional contínua, injeção anticoncepcional e o DIU hormonal – que faz a liberação de progesterona dentro do útero. Essas opções tratam os sintomas, não a doença em si
- Cirúrgico: caso as outras opções de tratamento não tenham surtido efeito, é possível optar pela cirurgia. Nela, o ginecologista irá visualizar possíveis lesões de adenomiose no útero. Caso a mulher tenha o desejo de engravidar, podemos retirar a lesão de forma mais superficial. Caso a mulher já tenha filhos, podemos retirar o útero inteiro”
Diagnóstico
O diagnóstico de adenomiose é realizado a partir de uma combinação de diferentes análises:
- Investigação profunda do histórico de saúde da paciente
- Diagnóstico clínico, com a apresentação dos sintomas
- Exame de toque, para entender se o útero é doloroso ao toque
- Exames de imagem, como ultrassonografia pélvica e transvaginal.
- Ressonância magnética da pelve
Causas
Ainda há muitas dúvidas sobre as possíveis causas da adenomiose. Os especialistas acreditam que ela pode surgir a partir de fatores genéticos, como uma maior predisponibilidade de desenvolver esse tipo de alteração, ou até mesmo causas multifatoriais, como fatores ambientais, hormonais e estilo de vida. As principais causas apontadas e mais investigadas são:
- Menstruação retrógrada: no sangramento menstrual, ao invés do endométrio ser expelido, ele se infiltra no miométrio por meio de uma maior vascularização
- Metaplasia: é a transformação de células. Neste caso, células do músculo poderiam se transformar em células do endométrio, caracterizando a adenomiose
- De fora para dentro: uma possível endometriose que, no sangramento menstrual, ao invés do endométrio ser expelido, ele migra para a cavidade abdominal e, a partir de lá, se infiltra na parede uterina de fora para dentro, comprometendo o miométrio.