Condiloma acuminado (Papilomavírus Humano – HPV)

O que é

O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal) das pessoas, provocando verrugas anogenitais (na região genital e ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. A infecção pelo HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).

Formas de transmissão

A transmissão do HPV se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma de transmissão é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Portanto, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão durante o parto.

Como muitas pessoas infectadas pelo HPV não apresentam sinais ou sintomas, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo.

Sinais e sintomas

A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu).

A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões. A maioria das infecções em mulheres (sobretudo em adolescentes) tem resolução espontânea, pelo próprio organismo, em um período aproximado de até 24 meses.

As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem, aproximadamente, entre dois e oito meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção. As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.

  • Lesões clínicas – apresentam-se como verrugas na região genital e no ânus (denominadas tecnicamente condilomas acuminados e popularmente conhecidas como “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”). Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanho variável, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas). Em geral, são assintomáticas, mas pode haver coceira no local. Essas verrugas, normalmente, são causadas por tipos de HPV não cancerígenos.
  • Lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu) – podem ser encontradas nos mesmos locais das lesões clínicas e não apresentam sinais/sintomas. As lesões subclínicas podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e de alto risco para o desenvolvimento de câncer.
  • Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas e mucosas nasal, oral e laríngea.

Mais raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto podem desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe (Papilomatose Respiratória Recorrente).

Prevenção

Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para:

  • Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
  • Homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 26 anos;
  • Mulheres que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.   

Ressalta-se, porém, que a vacina não é um tratamento e não apresenta eficácia contra infecções ou lesões por HPV já existentes. A vacina não previne infecções por todos os tipos de HPV, mas é dirigida para os tipos mais frequentes: 6, 11, 16 e 18.

Exame preventivo do câncer de colo de útero: o câncer do colo do útero é causado principalmente pela infecção persistente por alguns tipos de HPV. O exame preventivo, também chamado de colpocitologia oncótica cervical ou Papanicolau, é o exame ginecológico preventivo mais comum para identificar lesões precursoras de câncer do colo do útero. Esse exame ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do HPV; no entanto, é considerado o melhor método para detectar o câncer do colo do útero e suas lesões precursoras.

Quando as alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos. Por isso, é muito importante que as mulheres façam o exame de Papanicolau regularmente, mesmo que estejam vacinadas contra HPV.

Preservativo: o uso de preservativo (camisinha) nas relações sexuais é outra importante forma de prevenção do HPV. Contudo, o seu uso, apesar de prevenir a maioria das IST, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois muitas vezes as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, períneo ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que cobre também a vulva, é mais eficaz para evitar a infecção, se utilizada desde o início da relação sexual.

Parceria sexual: é fundamental que as parcerias sexuais sejam aconselhadas e examinadas. Pode acontecer de a infecção inicial ter ocorrido na parceria sexual que não apresente qualquer sinal ou sintoma. Dessa forma, faz-se necessária a realização de consulta para o casal.

Diagnóstico

O diagnóstico do HPV é atualmente realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo das lesões (clínicas ou subclínicas).

  • Lesões clínicas – podem ser diagnosticadas por meio do exame clínico urológico (pênis), ginecológico (vulva/vagina/colo uterino), anal (ânus e região perianal) e dermatológico (pele).
  • Lesões subclínicas – podem ser diagnosticadas por exames laboratoriais, como o exame preventivo Papanicolau (Citopatologia), colposcopia, peniscopia e anuscopia, e por meio de biopsias e Histopatologia, a fim de distinguir as lesões benignas das malignas.

Tratamento

O objetivo do tratamento das verrugas anogenitais (região genital e ânus) é a destruição das lesões. Independentemente da realização do tratamento, as lesões podem desaparecer, permanecer inalteradas ou aumentar em número e/ou volume.

Sobre o tratamento:

  • Deve ser individualizado, considerando características (extensão, quantidade e localização) das lesões, disponibilidade de recursos e efeitos adversos.
  • Os tipos de tratamento são químicos, cirúrgicos e estimuladores da imunidade.
  • Podem ser domiciliares (auto aplicados: imiquimode, podofilotoxina) ou ambulatoriais (aplicados no serviço de saúde: ácido tricloroacético – ATA, podofilina, eletro cauterização, exérese cirúrgica e crioterapia), conforme indicação profissional para cada caso.
  • Podofilina e imiquimode não devem ser usadas na gestação.
  • O tratamento das verrugas anogenitais não elimina o vírus e, por isso, as lesões podem reaparecer. As pessoas infectadas e suas parcerias devem retornar ao serviço, caso se identifiquem novas lesões.
  • Além do tratamento de lesões visíveis, é necessário que os profissionais de saúde realizem exame clínico anogenital completo, pois pode haver lesões dentro de vagina e ânus não identificadas pela própria pessoa afetada.

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Ultrassonografia obstétrica

Dra Claudiani Branco Ginecologista e Obstetra fala sobre a Ultrassonografia obstétrica. Foto em Canva.com.

A ultrassonografia obstétrica usa ondas sonoras para produzir imagens de um bebê (embrião ou feto) que está dentro de uma mulher grávida. Também é possível visualizar o útero e os ovários da mãe.

O ultrassom não usa radiação ionizante, não tem efeitos prejudiciais conhecidos e é o método preferido para monitorar mulheres grávidas e seus bebês em gestação.

Preparação da gestante para o exame

Este procedimento não requer preparação especial.

Uma vez que apenas a área abdominal inferior precisa ser exposta para este exame, você pode usar uma roupa folgada de duas peças.

Fatores como batimentos cardíacos fetais e malformações podem ser avaliados e as medições podem ser feitas com precisão nas imagens exibidas na tela.

Tais medidas formam a pedra angular na avaliação da:

  • idade gestacional;
  • tamanho;
  • crescimento do feto.

A forma como é feito o ultrassom obstétrico pode exigir uma bexiga cheia quando a varredura abdominal é feita no início da gravidez. Com isso, pode haver algum desconforto devido à pressão na região.

O gel condutor não mancha, mas pode dar a sensação de frio e umidade. Não há nenhuma sensação vinda das ondas de ultrassom.

Por que o Ultrassom é usado na gravidez?

Não se trata, apenas, de um momento emocionante no qual você tem o primeiro contato visual do seu filho. O Ultrassom Obstétrico é feito dentro do Pré-Natal, várias vezes ao longo das semanas de gestação, com o objetivo de:

  • garantir que a saúde do bebê e da gestante esteja em ordem;
  • diagnosticar alterações de uma série de características do seu bebê e mais.

Atualmente, a forma como é feita a Ultrassonografia Obstétrica é considerada uma investigação segura, não invasiva e precisa.

Tornou-se progressivamente uma ferramenta obstétrica indispensável e desempenha um papel importante no cuidado de toda mulher grávida.

Os principais usos da Ultrassonografia Obstétrica são:

1. Diagnóstico e confirmação da gravidez

O saco gestacional pode ser visualizado a partir de 4 semanas e meia de gestação e o saco vitelino em cerca de 5 semanas.

O ultrassom também é muito importante para confirmar que a gravidez está dentro da cavidade do útero.

2. Sangramento vaginal no início da gravidez

Um outro uso comum do ultrassom é para casos de sangramento.

Uma vez que o batimento cardíaco é detectado pela ultrassonografia entre a 6ª e 7ª semana, mesmo que ocorra um sangramento, é possível verificar se está tudo em ordem com o feto.

A frequência cardíaca fetal tende a variar com a idade gestacional nas primeiras fases da gravidez. A frequência cardíaca normal na 6ª semana é de cerca de 90-110 batimentos por minuto (bpm) e na 9ª semana é de 140-170 bpm.

3. Determinação da idade gestacional e avaliação do tamanho do feto

As medidas corporais fetais refletem a idade gestacional do feto. Isto é particularmente verdadeiro no início da gestação.

Em pacientes com último período menstrual incerto, tais medidas devem ser feitas o mais cedo possível na gravidez para se chegar a uma data correta para o paciente.

Na última parte da gravidez, a medição dos parâmetros corporais permitirá a avaliação do tamanho e do crescimento do feto e ajudará muito no diagnóstico e no manejo do retardo do crescimento intrauterino (RCIU).
As seguintes medições são geralmente feitas:

  • O comprimento da coroa-nádega (CRL): feita entre 7 e 13 semanas e fornece uma estimativa muito precisa da idade gestacional.
  • O diâmetro biparietal (DBP): é o diâmetro entre os dois lados da cabeça. Isso é medido após 13 semanas.
  • O comprimento do fêmur (FL): mede o osso mais longo do corpo e reflete o crescimento longitudinal do feto.
  • A circunferência abdominal (CA): a medida mais importante a ser feita no final da gravidez. Ele reflete mais o tamanho e o peso fetal do que a idade. Medições em série são úteis no monitoramento do crescimento do feto.

4. Diagnóstico de malformação fetal

A maneira como é feita a Ultrassonografia Obstétrica permite ao médico encontrar alterações estruturais que o feto possa vir a ter.

Elas podem ser diagnosticadas de forma confiável por meio de um ultrassom, e geralmente podem ser feitas antes de 20 semanas.

Exemplos comuns de malformação incluem:

  • hidrocefalia;
  • anencefalia;
  • mielomeningocele;
  • acondroplasia e nanismo;
  • espinha bífida e mais.

Com equipamentos mais recentes, condições como fissura labiopalatina e alterações cardíacas congênitas são mais prontamente diagnosticadas e em uma idade gestacional mais precoce.

Os marcadores ultrassônicos “soft” indicam diferenças cromossômicas, como síndrome de Down.

A ultrassonografia ainda pode auxiliar em outros diagnósticos pré-natal.

5. Localização placentária

A ultrassonografia tornou-se indispensável na localização da placenta e na determinação de suas bordas inferiores.

Outras alterações placentárias em condições como diabetes, hidropisia fetal, isoimunização de Rh e retardo grave do crescimento intrauterino, também podem ser avaliadas.

6. Gravidez múltipla

Nessa situação, a ultrassonografia é inestimável na determinação de:

  • número de fetos;
  • corionicidade;
  • apresentações fetais,
  • presença de placenta prévia e outras análises.

7. Volume do líquido amniótico

Por meio do ultrassom obstétrico é possível medir a quantidade excessiva ou diminuída de líquido amniótico.

Ambas as condições podem ter efeitos adversos no feto. Nos dois casos, uma Ultrassonografia Obstétrica cuidadosa deve ser feita para excluir o retardo do crescimento intraútero e a malformação congênita no feto.

A ultrassonografia também é de grande valor em outras condições obstétricas que devem ser discutidas com o médico que está acompanhando o pré-natal.

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Gameta feminino e masculino

Dra Claudiani Branco Ginecologista fala sobre os Gametas Feminino e Masculino. Foto em Canva.com.

Gametas são células especiais que contêm a metade do número de cromossomos (23) presentes nas células do organismo. Assim, a fusão de dois gametas tem o potencial de formar um novo conjunto de células (embrião) com o número completo de cromossomos (46), que, por sua vez, têm o potencial de formar um novo indivíduo.

Para que haja uma gravidez, é preciso que ocorra a união dos gametas feminino (óvulo) e masculino (espermatozoide). Mas para que isso efetivamente aconteça, é necessário que os sistemas reprodutores tanto da mulher quanto do homem estejam em perfeito funcionamento.

Distúrbios hormonais, infecções e outras doenças são capazes de prejudicar o desenvolvimento e produção desses gametas, diminuindo sua quantidade e/ou qualidade e, consequentemente, provocando infertilidade.

Óvulos

Os óvulos são produzidos ainda na fase intrauterina, ou seja, quando a menina está se desenvolvendo no útero da mãe. Ao nascer, a mulher já conta com todos os óvulos que terá pelo resto da vida e, ao longo do tempo, a chamada reserva ovariana (“estoque” de óvulos presentes nos ovários) vai diminuindo, até terminar na menopausa, por volta dos 50 anos de idade.

Além de diminuírem em quantidade, os óvulos perdem qualidade com o tempo, por isso a fertilidade da mulher cai com a idade, especialmente a partir dos 35 anos.

Espermatozoides

Diferentemente dos óvulos, os espermatozoides começam a ser produzidos na puberdade, e essa produção segue de forma contínua, até o fim da vida do homem. Algumas doenças e condições, no entanto, podem prejudicar a produção dos gametas masculinos ou seu transporte pelo aparelho reprodutor do homem, afetando a sua quantidade e/ou qualidade.

O que pode prejudicar os gametas?

Tanto homens quanto mulheres podem ser acometidos por doenças ou condições que prejudicam a produção, transporte, qualidade, desenvolvimento ou reserva dos seus gametas. Veja abaixo alguns deles:

Mulheres

Como explicado anteriormente, a reserva ovariana das mulheres diminui naturalmente com o tempo. A quantidade, qualidade e liberação dos óvulos, no entanto, pode também ser prejudicada por outros fatores, entre eles:

  • Endometriomas: os cistos escuros nos ovários causados pela endometriose bem como a cirurgia realizada para removê-los, podem prejudicar a reserva ovariana;
  • Menopausa precoce ou falência ovariana prematura (FOP): alteração que leva ao esgotamento folicular antes dos 40 anos, que faz com que os ovários parem de produzir os hormônios sexuais e que leva à infertilidade;
  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP): doença endócrina que pode levar à anovulação (ausência de ovulação) e ciclos menstruais irregulares.

Homens

Nos homens, os problemas relacionados aos espermatozoides podem afetar a produção dos gametas ou o seu transporte. Os principais são:

  • Azoospermia: definida como a ausência de espermatozoides no sêmen, a azoospermia pode ser obstrutiva (quando o problema está em obstruções nos canais que transportam os espermatozoides) ou não obstrutiva (quando a deficiência está na produção dos espermatozoides);
  • Varicocele: varizes nos testículos, que dilatam e prejudicam a circulação sanguínea na região, afetando a produção dos espermatozoides;
  • Orquite: inflamação nos testículos, frequentemente provocada pela caxumba ou infecções sexualmente transmissíveis, que também prejudica a produção dos gametas masculinos.

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Ovários

Os ovários têm como função a produção dos hormônios sexuais femininos e a produção e armazenamento dos óvulos. Os ovários fazem parte do sistema reprodutor feminino, juntamente com o úterotubas uterinas (antes conhecidas como trompas de Falópio) vagina e vulva. Têm duas funções:

  • Produção dos hormônios sexuais femininos, progesterona e estrogênio;
  • Produção e armazenamento dos óvulos, que são liberados um a cada mês e recolhidos pelas tubas uterinas, enquanto durar a vida reprodutiva da mulher.

São duas glândulas situadas na cavidade pélvica de ambos os lados do útero, logo abaixo das tubas uterinas. Sua Forma se assemelha a uma amêndoa. Em geral, medem 3 cm de comprimento, 1,5 cm de largura e 1 cm de espessura.

Ovulação

A cada 28 dias em média, um dos ovários produz um ovócito, que se fecundado por um espermatozóide dará origem a um embrião humano.

hipófise, glândula localizada na base do cérebro, produz dois hormônios, o LH  e o FSH, que estimulam o crescimento e a liberação de um ovócito (célula germinativa feminina) do ovário. O folículo contendo o ovócito amadurece em cerca de 12 a 14 dias, quando se rompe e libera o ovócito, caracterizando a ovulação, que acontece próximo às franjas da tuba uterina.

O folículo maduro que restou é chamado de corpo lúteo e produz hormônio no ovário durante 14 dias, até começar a se degenerar, se não ocorrer a gravidez. Caso ela ocorra, o corpo lúteo será fundamental para produzir hormônios responsáveis pela manutenção do endométrio propício à gestação.

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Tipos de Osteoporose

A osteoporose é uma condição clínica associada à diminuição da massa óssea (da densidade do osso), o que se traduz em uma maior fragilidade dos ossos. Em outras palavras, os ossos ficam mais sujeitos a fraturas.

Dra Claudiani Branco fala sobre a Osteoporose, Tratamentos e prevenção.

Osteoporose primária

É a forma mais comum de osteoporose, ela tem dois tipos principais:

Tipo 1 ou osteoporose pós-menopausa: atinge o osso trabecular (parte porosa), e causa fraturas nas vértebras e rádio distal – geralmente ocorre na mulher após a menopausa.

As mulheres na menopausa são as mais atingidas pela doença porque há uma queda brusca do nível de estrógeno.

Tipo 2 ou osteoporose senil: seu desenvolvimento é facilitado pelo envelhecimento e falta de cálcio. Causa a perda proporcional de ossos cortical (parte dura e compacta) e trabecular.

Osteoporose secundária

Costuma ser causada por inflamações com alterações endócrinas, artrite reumatoide e hipertireoidismo, além do consumo em excesso de álcool e ausência de atividade física. Pode ser o resultado do consumo inadequado de vitaminas e corticoides.

Alguns fatores aumentam as chances do desenvolvimento da osteoporose:

  • CONSUMO INSUFICIENTE DE CÁLCIO E VITAMINA D
  • HISTÓRICO FAMILIAR DA DOENÇA
  • EXCESSO DE PESO
  • POUCA EXPOSIÇÃO AO SOL
  • PROBLEMAS HORMONAIS

Quais são os sintomas?

A osteoporose não provoca sintomas e por isso pode ser chamada de uma doença silenciosa.

Caso ocorram fraturas, elas podem causar dor e incapacidade, algo que costuma ser o primeiro sinal da doença. Essas fraturas podem acontecer sem nenhum trauma importante e acometem principalmente: quadril, punho e coluna.

Tratamento.

O tratamento da osteoporose envolve uso de medicamentos que diminuem ou mesmo interrompem a perda de massa óssea. Além disso são empregadas medidas para diminuir o risco de fraturas, como fortalecimento muscular, treinamento de equilíbrio e adaptações para reduzir a ocorrência de quedas.

Mulheres que já apresentaram fraturas prévias têm 27% mais chances de sofrer novas fraturas.

Existem várias classes de medicamentos que são usados no tratamento da doença. Cada uma tem suas vantagens e desvantagens, indicações e contraindicações. O tratamento deve sempre ser orientado com supervisão médica.

Como prevenir a osteoporose?

  • Atividades físicas regularmente: elas ajudam a renovar as células dos ossos, deixando-os mais fortes e menos suscetíveis a fraturas.
  • Alimentação equilibrada: tem que ser rica em alimentos com cálcio e vitamina D, pois são importantes para a saúde dos ossos.
  • Tomar sol nos horários seguros (manhã e final de tarde): o sol é uma das mais importantes fontes de vitamina D do organismo.

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Gestrinona, chip da beleza

Dra Claudiani fala sobre os perigos do Chip da Beleza.

Quando se fala em chip da beleza, na verdade há uma confusão entre os termos implante e chip, são de tecnologias bem diferentes.

O implante é um tubo de silicone e o chip é implantado, através de uma tecnologia em desenvolvimento que, teoricamente, está disponível nos Estados Unidos.

Os implantes de gestrinona – hormônio sintético feminino – vêm ganhando adeptas “fit” e preocupando associações médicas pelo uso hormonal para questões estéticas.

O implante em questão tem, como função inicial, a contracepção e até mesmo a interrupção da menstruação, é uma opção de tratamento ginecológico para endometriose, adenomiose, miomas, TPM, reposição hormonal da menopausa. O “chip” de gestrinona, entretanto, acabou ganhando uma função a mais, que o levou inclusive a ficar popularmente conhecido como “chip da beleza”. O potencial do dispositivo no ganho de massa muscular e na eliminação de celulite foram responsáveis pela fama do “chip”.

Faltam estudos sobre riscos do ‘chip’ Apesar dos benefícios que promete, há muita polêmica envolvendo o “chip da beleza”. O CFM (Conselho Federal e Medicina) não recomenda o uso de implantes hormonais para finalidades estéticas por considerar que faltam evidências científicas sobre benefícios, riscos e malefícios que trazem à saúde. Além disso, a gestrinona, não tem registro válido para fabricação no Brasil, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Isso significa que nenhum fabricante comprovou, perante o órgão, a segurança e a eficácia dessa substância.

A gestrinona tem ação androgênica, isto é, faz com que os níveis de testosterona (hormônio masculino) aumentem no corpo da mulher, podendo causar alguns efeitos colaterais, como crescimento de pêlos, oleosidade da pele, acne, e, dependendo da dose e do tempo de administração, aumento do clitóris e engrossamento da voz.

No longo prazo e dependendo da dose, os implantes podem aumentar o risco cardíaco, agravar o risco de trombose e embolia, resistência à insulina, diabetes, além de predisporem ao surgimento de tipos de câncer hormônio-dependentes.

Cabe ao médico levar essa informação de uma maneira clara para sua paciente. Sabemos dos direitos e decisões de cada um, mas o médico precisa esclarecer, dizendo o que é possível e o que é correto, para não expor a riscos desnecessários, inclusive, os riscos de vida.

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Hipogonadismo feminino

O hipogonadismo feminino pode ser caracterizado quando as mulheres produzem menos ou deixam de produzir o estrogênio e a progesterona. A doença não tem cura, apesar de ter tratamento. Geralmente, o hipogonadismo é diagnosticado durante a puberdade.

GInecologista Dra Claudiani Branco fala sobre o Hipogonadismo feminino. Imagem: Brooke Cagle on Unsplash

A doença pode ser classificada em dois tipos, o primário e o secundário. O primeiro é chamado de hipergonadotrófico, que é caracterizado pelos ovários não estarem funcionando como deveriam. Já no hipogonadotrófico, ou secundário, é caracterizado pelas partes específicas do cérebro que controlam os ovários não estarem funcionando corretamente.

Entre as causas congênitas, a síndrome de Turner é a mais comum entre as pessoas do sexo feminino. Além disso, há outras causas que podem levar ao hipogonadismo feminino, como:

  • Emagrecimento constante (principalmente em atletas);
  • Doenças autoimunes;
  • Hemocromatose, doença em que o organismo deposita ferro nos tecidos causando defeitos nas gônadas ou na hipófise;
  • Cirurgia e radiações que possam causar alterações na função gonadal.

Sintomas

Os sintomas do hipogonadismo feminino são diferentes conforme a idade da paciente. Confira aqui os principais:

Antes da puberdade, os sintomas costumam ser:

  • Ausência da menstruação;
  • Baixa estatura;
  • Pouco desenvolvimento das mamas;

Após a puberdade, os sintomas costumam ser:

  • Ondas de calor;
  • Perda de pêlos no corpo (axilas e pelos pubianos);
  • Diminuição da libido;
  • Perda de massa muscular;
  • Fogachos em mulheres com menos de 40 anos;
  • Vagina seca;
  • Dificuldade para engravidar;
  • Falhas entre os períodos menstruais ou falta da menstruação.

Além desses sintomas, o hipogonadismo feminino normalmente causa infertilidade ou problemas durante a gestação.

Gravidez e o hipogonadismo

Quando a doença inicial não é na gônada e a paciente tem a intenção de ter um filho, alguns tratamentos podem ser feitos através da utilização de medicamentos que estimulem a função dos testículos ou dos ovários.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito realizando exames:

  • Ultrassom da pelve;
  • Ressonância da hipófise;
  • Determinação do painel de hormônios (FSH, LH, estradiol e progesterona).

Tratamento

O tratamento do hipogonadismo feminino pode ser feito de três formas:

  • Reposição hormonal com progesterona e estrogênio;
  • Cirurgia;
  • Estimulação da ovulação.

Quando a mulher tem diminuição da libido, o médico pode receitar testosterona em baixos níveis.

Para conviver com a doença, é fundamental fazer o tratamento adequado com acompanhamento especializado. E para mais informações e dúvidas, agende uma consulta através dos canais abaixo:

O pré-natal começa antes da gravidez

Ginecologista Dra. Claudiani Branco fala sobre o pré-naal começar antes da gravidez.  Imagem: Mustafa Omar on Unsplash.

As consultas de pré-natal devem começar tão logo a mulher deseje engravidar. É nessa consulta que a futura gestante vai tirar suas dúvidas e verificar se tem alguma doença prévia ou condição que possa oferecer risco à sua gestação e ao seu bebê. Boa parte dessas condições, se verificadas previamente, podem ser corrigidas e garantem tranquilidade para a futura mamãe.

Hoje são preconizadas no mínimo seis consultas pré-natais ao longo da gravidez, mas o ideal é que haja consultas mensais até o sétimo mês de gestação, depois quinzenais e, chegando perto do parto, após o oitavo mês, essas consultas devem se tornar semanais.

Como o pré-natal contempla possíveis intercorrências, é uma proteção para a saúde da mulher. A gravidez é uma condição especial e, por isso, o pré-natal pode ser dividido em dois tipos: o acompanhamento de baixo risco e o acompanhamento de alto risco – não existe o risco zero!

Como é a consulta pré-natal?

Durante a consulta pré-natal, o ginecologista irá fazer um exame clínico, verificar batimentos cardíacos do bebê e pressão arterial, peso da paciente e acompanhar as queixas comuns da gravidez, estando atento às condições externas, ao histórico da paciente e às mudanças relatadas.

O mínimo indicado são dois exames de ultrassom: um logo no início da gestação, no primeiro trimestre e o outro, entre 20 e 24 semanas. Esses exames conferem se há alterações no desenvolvimento do feto.

Exames de sangue também são solicitados para o controle da glicemia, afastando riscos de diabetes gestacional e para verificação de doenças infecto-contagiosas, como sífilis, toxoplasmose, hepatite B e C, rubéola e HIV. Essas doenças devem ser observadas, pois podem levar a sequelas para o bebê.

O médico também avalia as vacinas que devem ser feitas, como a contra o vírus influenza, que tem campanha nacional na rede pública todos os meses de maio.

Agora você é puérpera

Após o parto, a paciente, agora chamada de puérpera, continua tendo que fazer consultas no ginecologista, principalmente com a preocupação da anticoncepção, já que uma gravidez indesejada pode acontecer. A periodicidade irá depender de como está a saúde da mãe após o parto e sua adaptação à nova vida.

Sobre Amamentação

Embora a amamentação proteja a mãe de uma nova gravidez, ela não tem 100% de segurança e métodos anticoncepcionais devem ser introduzidos de acordo com a avaliação do médico, em consonância com o casal. As mães que não amamentam, em geral, voltam a ovular em 45 dias após o parto.

Volta à Forma física

Outra preocupação das novas mamães é com a volta à forma física. Por isso, nas consultas são discutidas a dieta da paciente, especialmente a que amamenta, o repouso moderado, principalmente nos casos em houve o parto por cesárea e o retorno à atividade física.

As mortalidades materna e fetal estão diretamente ligadas à qualidade do pré-natal, por isso, nenhuma mãe ou futura mãe pode deixá-lo de lado.

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Vitiligo Vulvar

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou à ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

Dra Claudiani Branco Ginecologista fala sobre o Vitiligo Vulvar. Imagem: Armin Rimoldi no Pexels.

A doença é caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, ou seja, manchas brancas na pele com uma distribuição característica.  O tamanho das manchas é variável, pode ser assintomático ou apresenta leve prurido premonitório. Os pelos podem ser brancos, não altera a morfologia vulvar.

O diagnóstico é realizado clinicamente com confirmação histopatológica se necessário.

Tratamento

Na lesão recente, o tratamento pode ser feito com corticoide tópico de média potência. Interessante contar com a opinião de um dermatologista.

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Informações sobre o Implanon

Dra Claudiani Branco Ginecologista fala sobre o contraceptivo Implanon. Imagem: Bruce Mars on Unsplash.

Implanon® é um pequeno bastão de plástico semirrígido contendo 68 mg da substância ativa etonogestrel, que é colocado diretamente sob a pele. Uma pequena quantidade de um tipo de hormônio feminino, o progestagênio etonogestrel, é liberada continuamente, passando do implante para a corrente sanguínea, resultando em efeito anticoncepcional por um período de até três anos.

Funciona de duas maneiras:

  • Impedindo a liberação do óvulo do ovário; e
  • Alterando a secreção do colo do útero e dificultando a entrada dos espermatozoides no útero.

Como deve ser inserido?

  • Para facilitar a inserção, a mulher deve deitar-se de costas, com o braço levemente dobrado no cotovelo e virado para fora.
  • Será inserido com a ajuda de um aplicador desenvolvido especialmente para essa função, na parte interna do braço.
  • O local da inserção será indicado na pele; o local será desinfetado e anestesiado.
  • A pele é distendida e a agulha inserida diretamente sob a pele. Quando a ponta da agulha estiver dentro da pele, a agulha é inserida completamente com um movimento paralelo à superfície da pele.
  • O implante permanecerá no braço quando a agulha for retirada, após a quebra do lacre.
  • O médico verificará, juntamente com você, se o implante realmente está dentro do seu braço. Em caso de dúvida, você deverá utilizar camisinha até que você e seu médico estejam completamente seguros de que o implante foi inserido. Em raros casos, o médico pode ter que utilizar exame por ultrassonografia ou ressonância magnética, ou exame de sangue, para ter certeza de que o implante foi inserido no local.
  • Será feito um curativo compressivo com uma gaze estéril para minimizar as lesões.

Como deve ser retirado?

  • A localização precisa do implante é indicada no cartão da usuária.
  • O médico localizará o final do implante. Quando o implante não puder ser localizado, o médico pode recorrer às técnicas de ultrassonografia ou ressonância magnética.
  • O braço da mulher será desinfetado e anestesiado.
  • Será feito um pequeno corte na direção longitudinal do braço, logo abaixo da ponta do implante.
  • O implante será puxado delicadamente e retirado com uma pinça.
  • Ocasionalmente, o implante pode estar encapsulado. Nesse caso, será necessário um corte pequeno na pele antes que o implante possa ser retirado.
  • O corte será fechado com curativo aproximativo e será colocada uma gaze estéril compressiva para minimizar as lesões.

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