Cisto na mama pode virar câncer?

O cisto na mama, também conhecido por cisto mamário, é uma alteração quase sempre benigna que aparece na maior parte das mulheres, entre os 15 e os 50 anos de idade. A maioria dos cistos de mama são do tipo simples e, por isso, são preenchidos apenas por líquido, não trazendo qualquer perigo para a saúde.

Ginecologista Dra Claudiani Branco esclarece a dúvida sobre cisto na mama e câncer de mama no OUtubro Rosa.

No entanto, existem mais dois tipos principais de cistos:

  • Cisto mamário espesso: contém um líquido mais espesso, semelhante à gelatina;
  • Cisto mamário de conteúdo sólido: tem no seu interior uma massa dura.

Destes tipos de cisto, o único que apresenta algum risco de virar câncer é o cisto sólido, que também pode ser conhecido como carcinoma papilífero, e que precisa ser avaliado através de biópsia para identificar se existem células cancerígenas no seu interior.

Na maioria das vezes, o cisto não dói e dificilmente é percebido pela mulher. Em geral, só se percebe um cisto na mama quando ele é muito grande e a mama fica mais inchada e mais pesada.

Como diagnosticar o cisto de mama

O cisto na mama pode ser diagnosticado através do ultrassom mamário ou da mamografia, e não requer tratamento específico. No entanto, mulheres que possuem um cisto muito grande que causam dor e desconforto podem beneficiar-se de uma punção para a retirada do líquido que forma o cisto, dando um fim ao problema.

É importante também fazer regularmente o auto-exame da mama.

Quando o cisto na mama pode ser grave

Quase todos os cistos da mama são benignos e, por isso, o risco de desenvolver câncer a partir dessa alteração é muito baixo. No entanto, todos os cistos sólidos devem ser avaliados através de uma biópsia, já que possuem algum risco de ser câncer.

Além disso, o cisto também pode ser analisado por biópsia se estiver aumentando muito de tamanho ou se surgirem sintomas que possam indicar câncer como:

  • Coceira frequente na mama;
  • Liberação de líquido pelos mamilos;
  • Aumento de tamanho de uma das mamas;
  • Alterações na pele da mama.

Mesmo que todos os exames indiquem que o cisto é benigno, a mulher deve fazer a mamografia 1 a 2 vezes por ano, de acordo com a orientação do seu médico, pois continua a apresentar o mesmo risco que qualquer outra mulher de ter câncer da mama.

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Exame BRCA1 e BRCA2 para câncer de mama

Ginecologista Dra Claudiani Branco comenta sobre os exames BRCA1 e BRCA2 para prevenção ao Câncer de Mama no Outubro Rosa.

O teste genético para o câncer de mama possui como objetivo principal verificar o risco de desenvolvimento do câncer de mama, além de permitir que o médico saiba qual a mutação associada à alteração cancerígena.

Esse tipo de teste normalmente é indicado para pessoas que possuem parentes próximos que foram diagnosticados com câncer de mama antes dos 50 anos de idade, câncer de ovário ou câncer de mama masculino. O teste consiste em um exame de sangue que, por meio de técnicas de diagnóstico molecular, identifica uma ou mais mutações associadas à susceptibilidade ao câncer de mama, sendo os principais marcadores solicitados no teste o BRCA1 e o BRCA2.

Como é feito

O teste genético para câncer de mama é feito a partir da análise de uma pequena amostra de sangue, que é enviada para o laboratório para análise. Para fazer o exame não é necessário preparação especial e nem jejum e não causa dor, o máximo que pode acontecer é um leve desconforto no momento da coleta.

Esse teste tem como objetivo principal avaliar os genes BRCA1 e BRCA2, que são genes supressores de tumor, ou seja, impedem que as células cancerígenas se proliferem. No entanto, quando há mutação em algum desses genes, a função de parar ou atrasar o desenvolvimento do tumor é prejudicada, havendo a proliferação das células tumorais e, consequentemente, desenvolvimento do câncer.

O tipo de metodologia e mutação a ser pesquisada é definida pelo médico, podendo ser indicada a realização de:

  • Sequenciamento completo, em que é visto todo o genoma da pessoa, sendo possível identificar todas as mutações que possui;
  • Sequenciamento por genoma, em que apenas regiões específicas do DNA é sequenciado, identificando mutações presentes naquelas regiões;
  • Pesquisa de mutação específica, em que o médico indica qual a mutação que deseja saber e são feitos testes específicos que permitem identificar a mutação desejada, sendo esse método mais indicado para pessoas que possuem familiares com alguma alteração genética já identificada para câncer de mama;
  • Pesquisa isolada de inserções e deleções, em que são verificadas alterações em genes específicos, sendo essa metodologia mais indicada para quem já fez o sequenciamento, mas necessita de complementação.
  • O resultado do teste genético é enviado para o médico e no laudo consta o método utilizado de detecção, bem como a presença dos genes e da mutação identificada, caso esteja presente. Além disso, dependendo da metodologia utilizada, pode ser informado no laudo o quanto a mutação ou gene está expresso, o que pode ajudar o médico a verificar o risco de desenvolvimento de câncer de mama.

Exame Oncotype DX

  • O exame Oncotype DX também é um exame genético para o câncer de mama, que é feito a partir da análise do material de biópsia da mama, e tem como objetivo avaliar os genes relacionados com o câncer de mama através de técnicas de diagnóstico molecular, como a RT-PCR. Dessa forma, é possível que o médico indique qual o melhor tratamento, podendo a quimioterapia ser evitada, por exemplo. 
  • Esse exame consegue identificar o câncer de mama em estágios iniciais e verificar qual o grau de agressividade e como seria a resposta ao tratamento. Assim, é possível que seja feito um tratamento mais direcionado para o câncer, evitando os efeitos colaterais da quimioterapia, por exemplo.

Quando fazer

O exame genético para o câncer de mama é recomendado para pessoas que possuem familiares diagnosticados com câncer de mama, feminino ou masculino, antes dos 50 anos ou câncer de ovário em qualquer idade. Por meio desse teste, é possível saber se há a presença de mutações no BRCA1 ou no BRCA2 e, assim, ser possível verificar a chance de desenvolvimento de câncer de mama.

Normalmente quando há indicação da presença de mutações nesses genes, é provável que a pessoa desenvolva câncer de mama ao longo da vida. Cabe ao médico identificar o risco de manifestação da doença para que sejam adotadas medidas de prevenção de acordo com o risco de desenvolvimento da doença.

Possíveis resultados

O teste genético é dito positivo quando é verificada a presença de mutação em pelo menos um dos genes, mas não indica necessariamente se a pessoa irá ter ou não câncer e nem a idade em que isso pode acontecer, sendo necessária a realização de testes quantitativos.

No entanto, quando é detectada uma mutação no gene BRCA1, por exemplo, há chance de até 81% de desenvolvimento do câncer de mama, sendo recomendado que a pessoa faça ressonância magnética anualmente, além de poder fazer a mastectomia como forma de prevenção.

O teste genético negativo é aquele em que não foram verificadas qualquer mutação nos genes analisados, mas ainda assim há chance de desenvolvimento de câncer, apesar de muito baixo, sendo necessário acompanhamento médico por meio da realização de exames regulares.

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Outubro Rosa: INCA lança a campanha de prevenção ao câncer de mama

Ginecologista Dra Claudiani Branco comenta sobre o Outubro Rosa e a campanha de prevenção ao câncer de mama do INCA.

Em 2020, mais de 2,3 milhões de mulheres no mundo descobriram que estavam com câncer de mama. Esse tipo de tumor é o que mais acomete a população feminina brasileira e representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas. Também é o câncer que mais mata. Para alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância fundamental da prevenção e do diagnóstico precoce da doença, nesta sexta-feira (1º) o Ministério da Saúde lança a campanha do Outubro Rosa.

No evento, técnicos do INCA vão detalhar os custos atualizados do câncer de mama para o Sistema Único de Saúde (SUS) e mostrar que hábitos saudáveis também ajudam na redução de riscos, e gastos, em oncologia.

 No Brasil, em 2020, cerca de oito mil casos de câncer de mama tiveram relação direta com fatores comportamentais, como consumo de bebidas alcoólicas, excesso de peso, não ter amamentado e inatividade física. O número representa 13,1% dos 64 mil casos novos de câncer de mama em mulheres com 30 anos e mais, em todo o País, de acordo com dados do INCA.

Em outro recorte, relativo a 2018, o estudo retrata que o gasto para tratamento da doença no SUS passou dos R$ 813 milhões. Os quatro principais fatores de risco representaram 12,6% de todo o custo, ou R$102,5 milhões. A inatividade física correspondeu à maior fração do valor total (4,6%), seguida pelo não aleitamento materno (4,4%), excesso de peso (2,5%) e consumo de bebida alcoólica (1,8%).

Mortalidade

Em 2019, o Brasil registrou 18.068 mortes por câncer de mama, sendo o principal tipo da doença que leva mulheres a óbito. Projeções do INCA até 2030 apontam para a estabilidade das taxas de mortalidade entre 30 e 69 anos, mas ainda estão bem distantes dos 30% de redução estabelecidos pela Organização das Nações Unidas. Uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2030 é reduzir em um terço das mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, o câncer.

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