CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

O Câncer de Colo de Útero é uma lesão invasiva intrauterina ocasionada principalmente pelo HPV, o papilomavírus humano. Este pode se manifestar através de verrugas na mucosa da vagina, do pênis, do ânus, da laringe e do esôfago, ser assintomático ou causar lesões detectadas por exames complementares. É uma doença demorada, podendo levar de 10 a 20 anos para o seu desenvolvimento.

Ginecologista Dra. Claudiani Branco explica sobre o Câncer do Colo de Útero.  Foto por National Cancer Institute no Unsplash.

Alguns fatores favorecem o aparecimento dessa doença:

• Sexo desprotegido com múltiplos parceiros;
• Histórico de ISTs (HPV);
• Tabagismo;
• Idade precoce da primeira relação sexual;
• Multiparidade (Várias gestações).

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo de útero é o segundo tumor mais frequente entre as mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama.

Ao contrário do que se acredita, a endometriose e a genética não possuem relação com o surgimento desse câncer. Mas o Câncer de Colo de Útero, não tratado, pode evoluir para uma doença mais severa, o Carcinoma invasivo do colo uterino (tumor maligno).

Afeta em sua maioria mulheres entre 40 e 60 anos de idade.
Uterus – Útero
Cervix – colo do útero
Cervical Cancer – Câncer de colo do útero

Sintomas

Por ser uma doença lenta, geralmente quando os sintomas aparecem o câncer já se encontra em estágio avançado.

Os principais sintomas são:

  • Corrimento persistente de coloração amarelada ou rosa e com forte odor;
  • Sangramento após o ato sexual;
  • Dor pélvica.

Em casos mais graves há o surgimento de edemas nos membros inferiores, problemas urinários e comprometimento de estruturas extragenitais.

Diagnóstico

Para detectar o Câncer do colo de útero é necessária a realização do exame Papanicolau que pode ser complementado com colposcopia e biópsia para se confirmar o diagnóstico.

Exames

O câncer de colo de útero, considerado um problema de saúde pública, é associado ao vírus do HPV, transmitido comumente pelo contato sexual. Ao atingir o colo uterino a partir da vagina, o HPV altera a estrutura e a reprodução das células do colo e dá origem ao câncer.

O exame ginecológico preventivo, o Papanicolau – trata-se do nome próprio do inventor do exame – é a principal ferramenta para diagnosticar as lesões precursoras do câncer. Este exame é indolor e rápido. A mulher pode sentir um pequeno desconforto caso esteja tensa ou se o profissional que realizar o procedimento não tiver a delicadeza necessária. Para garantir o resultado, 48 horas antes do exame a mulher não deve ter relações sexuais mesmo com camisinha, fazer duchas vaginais, ou aplicar produtos ginecológicos (cremes, óvulos).

Para a realização desse procedimento é inserido na vagina um instrumento chamado espéculo. O médico examina visualmente o interior da vagina e o colo do útero e com uma espátula de madeira e uma pequena escova especial é realizada a descamação do colo do útero a fim de recolher as células para a análise em laboratório.

Toda mulher que tem uma vida sexualmente ativa deve realizar o exame anualmente. Após dois resultados negativos esse intervalo pode passar a ser de três anos. Caso apresente dores durante a relação sexual, sangramento fora do período menstrual ou corrimento, procure o quanto antes o seu ginecologista.

Prevenção

O câncer de colo de útero já é considerado um problema de saúde pública. Atualmente, existem diversas campanhas de conscientização sobre a importância de se prevenir dessa doença que mata tantas mulheres pelo mundo todos os anos.

A enfermidade é causada principalmente por meio da infecção pelo vírus HPV, o papiloma vírus humano, que de acordo com pesquisas, está presente em mais de 90% dos casos de câncer cervical. A principal forma de transmissão do vírus é via contato sexual, seja vaginal, oral ou anal.

Para se prevenir da doença o melhor aliado é o preservativo (camisinha), masculino ou feminino. A camisinha deve ser usada em todas as relações sexuais para garantir a proteção de ambos os parceiros.

Também é importante realizar anualmente o exame ginecológico preventivo, o popular Papanicolau. Esse procedimento é capaz de identificar as lesões precursoras do câncer de colo de útero possibilitando o diagnóstico no início da doença, aumentando assim as chances de sucesso no tratamento.

Não deixe de usar preservativo em todas as suas relações sexuais e de visitar seu ginecologista periodicamente para a realização dos exames de rotina. Simples atitudes como estas podem lhe proteger contra o câncer de colo de útero.

Tratamentos e Cuidados

O tratamento desse câncer pode ser realizado por cirurgia, radioterapia ou quimioterapia.

A cirurgia consiste na retirada do tumor e, ocasionalmente, na retirada do útero e da porção superior da vagina. De acordo com a paciente, seu modo de vida (o desejo de ter filhos) e com o estágio do câncer, é escolhida uma técnica específica para a realização da operação.

Já o tratamento por radioterapia tem a finalidade de reduzir o volume tumoral e melhorar o local, para depois realizar a radioterapia interna.

A quimioterapia é indicada para tumores em estágios avançados da doença.

Convivendo

Conviver com um câncer não é nada fácil. Na verdade é uma tarefa extremamente árdua que exige muito do corpo e da mente do paciente. Os tratamentos contra o câncer do colo de útero podem remover a lesão ou destruir as células cancerígenas, mas até seu fim e cura completa há um longo caminho a ser percorrido.

Além do choque ao receber o diagnóstico, a paciente é acometida pelas dores, enjoos e outras reações adversas devido à quimioterapia e radioterapia. Por isso, além da importância do acompanhamento do ginecologista e do oncologista, é imprescindível que sejam realizadas consultas com um psicólogo para garantir o bem-estar da mulher.

Mesmo após o termino do tratamento, é importante que o acompanhamento pelos profissionais continue, para observar o comportamento do corpo em relação a uma recidiva do câncer e reforçar a necessidade de bons pensamentos para a melhora da saúde da paciente. Além disso, para superar a doença, o apoio dos familiares é essencial.

Para saber mais sobre o câncer do Colo do Útero você pode fazer uma consulta online ou presencial através dos canais abaixo:

HPV

Dra Claudiani explica sobre os riscos do HPV para casais, quais as vacinas, tratamentos e prevenções possíveis. Foto por Alex Iby no Unsplash.

Human Papiloma Virus, ou HPV, é um vírus que vive na pele e nas mucosas dos seres humanos, tais como vulva, vagina, colo de útero e pênis. É uma infecção transmitida sexualmente (DST). A ausência de camisinha no ato sexual é a principal causa da transmissão.

Também é possível a transmissão do HPV de mãe para filho no momento do parto, quando o trato genital materno estiver infectado. Entretanto, somente um pequeno número de crianças desenvolverá a papilomatose respiratória juvenil.

O HPV pode ser controlado, mas ainda não há cura contra o vírus. Quando não é tratado, torna-se a principal causa de câncer do colo do útero e da garganta. 99% das mulheres com câncer de colo do útero foram infectadas por esse vírus.

SINTOMAS

O HPV pode ser sintomático clínico e subclínico. Quando sintomático clínico, o principal sinal da doença é o aparecimento de verrugas genitais na vagina, pênis e ânus.

É possível também o aparecimento de prurido, queimação, dor e sangramento. Espalham-se rapidamente, podendo se estender ao clitóris, ao monte de Vênus e aos canais perineal, perianal e anal. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta do homem e da mulher.

Nos homens, a maioria das lesões se encontra no prepúcio, na glande e no escroto. As verrugas apresentam um aspecto de uma couve-flor.

Já os sintomas do HPV subclínico (não visível a olho nu) podem aparecer como lesões no colo do útero, na região perianal, pubiana e ânus.

DIAGNÓSTICO

O HPV pode ser diagnosticado através do exame ginecológico e de exames laboratoriais, como Papanicolau, colposcopia, peniscopia e anuscopia.

Deve-se realizar diagnóstico diferencial com outras lesões papilomatosas, incluindo variações anatômicas (glândulas sebáceas, pápulas perláceas do pênis), outras doenças infecciosas e neoplasias.

Lesões Benignas Comuns na Pele 

  • Querastoses seborréticas – lesões hipertróficas de superfície rugosa.
  • Nevos-lesões tipicamente elevadas, porém tipos pedunculados podem ocorrer.
  • Pápulas perláceas do pênis – pápulas circunscritas, com 1 a 2mm de diâmetro, usualmente sobre a porção proximal de glande.

Neoplasias (se houver suspeita, a biópsia se faz necessária)

  • Papulose boewnóide – carcinoma in situ, pápulas rugosas únicas ou múltiplas, de 2 a 4mm de diâmetro, variando de cor da pele a vermelhos-acastanhado, recalcitrante às terapias habituais para verrugas.
  • Melanona maligno – tipicamente único, pode ser plano ou elevado com variação na cor e formato.
  • Condiloma gigante ou tumor de Buschke-Lowenstein – lesão maligna de baixo grau, localmente invasiva que pode surgir como condiloma pedunculado.  

EXAMES

O HPV pode ser identificado por meio de lesões que aparecem ao longo do trato genital, podendo chegar até o colo do útero. Ao perceber essas alterações nos exames ginecológicos comuns, o médico poderá solicitar mais exames para confirmar o diagnóstico. Conheça os principais:

Papanicolau: exame preventivo mais comum, detecta as alterações que o HPV pode causar nas células e um possível câncer, mas não é capaz de diagnosticar a presença do vírus. Recomenda-se que as mulheres realizem anualmente a partir dos 25 anos de idade. Com dois resultados negativos, a periodicidade do exame passa a ser a cada três anos, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde.

Colposcopia: feito com um aparelho chamado colposcópio, que aumenta a visão do médico de 10 a 40 vezes, o exame permite a identificação de lesões na vulva, na vagina e no colo do útero. A colposcopia é indicada nos casos de resultados anormais do exame de Papanicolau, para saber a localização precisa das lesões precursoras do câncer de colo do útero. Após a identificação das regiões com suspeita de doença, remove-se um fragmento de tecido (biópsia) para confirmação diagnóstica.

Detecção molecular do HPV

Captura Híbrida: é um teste qualitativo de biologia molecular. A técnica investiga a presença de um conjunto de HPV de alto risco, mesmo antes da manifestação de qualquer sintoma, por meio da detecção de seu DNA, confirmando ou descartando a existência da infecção pelo vírus. Para realizá-la, o médico deve obter material da região genital ou anal por meio de uma escovinha especial, que é enviada para análise laboratorial.

PCR (reação em cadeia de polimerase): por meio de métodos de biologia molecular com alta sensibilidade, esse teste detecta a presença do genoma dos HPV em células, tecidos e fluidos corporais. É capaz de identificar a presença de praticamente todos os tipos de HPV existentes.

PREVENÇÃO

Para evitar a contaminação pelo HPV recomendam-se os seguintes cuidados:

  • Uso de camisinha masculina, para todos os tipos de relações sexuais (oral, anal, genital);
  • Uso de camisinha feminina;
  • Vacina quadrivalente (previne contra o HPV 6,11,16 e 18) ou bivalente (previne contra o HPV 16 e 18);
  • Rotina do exame preventivo (Papanicolau);
  • Evitar fumar, beber em excesso e usar drogas, pois essas atividades debilitam o sistema de defesa do organismo, tornando a pessoa mais susceptível ao HPV.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

Na maioria dos casos, o HPV não causa sintomas e é eliminado espontaneamente pelo corpo. Entretanto, de 30 a 40% dos tipos existentes de HPV podem afetar as áreas genitais de ambos os sexos, provocando lesões como as verrugas genitais e as alterações pré-cancerígenas no colo do útero. A forma de tratamento deverá ser escolhida levando-se em conta a idade da paciente, o tipo de HPV, a extensão e a localização das lesões.

Verrugas genitais

O tratamento para as verrugas genitais é bastante trabalhoso, já que elas podem voltar a aparecer várias vezes em até 50% dos casos, exigindo muitas aplicações, ao longo de semanas ou meses. É importante ter disciplina e paciência. Pode ser feito por laser, crioterapia (congelamento) ou cirurgia com uso de anestésicos locais. Podem ser utilizadas substâncias químicas diretamente nas verrugas, como a podofilina e seus derivados, e o ácido tricloroacético. Além disso, existem compostos que estimulam o sistema imune quando aplicados topicamente.

Câncer de colo de útero

O tratamento depende do estágio do câncer. Em alguns casos em que o câncer está restrito ao revestimento do colo do útero, o médico pode conseguir removê-lo completamente, por meio de bisturi ou excisão eletrocirúrgica.

Como o câncer pode recidivar, os médicos aconselham as mulheres a retornarem ao controle e à realização do exame de Papanicolau e da colposcopia a cada seis meses. Após dois resultados negativos, o seguimento passa a ser a cada três anos.

Quando o câncer se encontra em um estágio mais avançado, a histerectomia radical (cirurgia para a retirada do útero e das estruturas adjacentes) e a remoção dos linfonodos são necessárias. A radioterapia é altamente eficaz no tratamento do câncer de colo do útero avançado que não se disseminou além da região pélvica. Apesar de a radioterapia geralmente não provocar muitos problemas imediatos, pode afetar o reto e a vagina. Uma lesão tardia da bexiga ou do reto pode ocorrer e, geralmente, os ovários deixam de funcionar. Quando há disseminação do câncer além da pelve, a quimioterapia é algumas vezes recomendada.

Cuidados

Usar camisinha em todas as relações sexuais é importantíssimo para prevenir a transmissão do HPV e outras doenças. No caso do HPV, existe ainda a possibilidade de contaminação por meio do contato de pele com pele, e pele com mucosa. Isso significa que qualquer contato sexual – incluindo sexo oral e masturbação – pode transmitir o vírus. O contágio também pode ocorrer por meio de roupas e objetos, o que torna a vacina um elemento relevante da prevenção, bem como a prevenção e tratamento em conjunto do casal.

A vacina contra o HPV pode prevenir diversas doenças causadas pelo vírus. Conheça as indicações aprovadas pela Anvisa no Brasil, segundo o Guia do HPV:

Vacina CepaIndicaçãoDosesPrevine qual Câncer
BivalenteHPV 16 e 18.Mulheres de 10 a 25 anos.3
(hoje, 1 mês e 6 meses)
Previne Câncer do Colo do útero em até 70% dos casos.
QuadrivalenteContra HPV 6, 11, 16 e 18.Mulheres e Homens de 9 a 26 anos.3
(hoje, 2 meses e 6 meses)
Colo do útero: até 70% dos casos.
Vulva: até 50% dos casos.
Vagina: até 60% dos casos.
Ânus: até 90% dos casos.
Verrugas genitais:
até 90% dos casos.

Conviver com qualquer doença exige responsabilidade. Muitas vezes, receber um diagnóstico de uma doença sexualmente transmissível tem um impacto emocional muito negativo. Por isso, é importante fazer o acompanhamento ginecológico recomendado e seguir o tratamento conforme orientação médica.

Além disso, busque maneiras de falar sobre isso, com amigos, familiares e profissionais de saúde de sua confiança. Para manter uma vida sexual saudável e prazerosa, é preciso cuidar de si mesmo e do parceiro, encarando as situações difíceis com responsabilidade.

CONVIVENDO

A infecção genital por HPV por si só não contraindica uma gravidez. Se existirem lesões induzidas pelo HPV (tanto verrugas genitais como lesões em vagina e colo), o ideal é tratar primeiro e depois engravidar.

Se ocorrer a gravidez na presença dessas lesões, não existem grandes problemas; porém, as verrugas podem se tornar maiores em tamanho e quantidade devido ao estímulo hormonal característico da gestação. Nessa situação, podem existir maiores dificuldades no tratamento, e o médico avaliará se é possível a realização de parto normal ou não.

Existe a possibilidade de o HPV ser transmitido para o feto ou recém-nascido e causar verrugas na laringe do recém-nascido e/ou verrugas na genitália. O risco parece ser maior nos casos de lesões como as verrugas genitais. Mesmo nesses casos, o risco de ocorrer esse tipo de transmissão é baixo.

É muito importante que a gestante informe ao seu médico, durante o pré-natal, se ela ou seu parceiro sexual já tiveram ou têm HPV.

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Cervicite ou Endocervicite

Cervicite análisada e dicas de sintomas e tratamentos por Dra. Claudiani Branco. Foto por Andrea Piacquadio no Pexels.

A cervicite, também conhecida por endocervicite, é uma inflamação do colo do útero provocada por uma variedade de organismos. Já a cervicite crônica, é uma alteração no colo do útero que não causa problemas a mulher e acomete em maior proporção mulheres após o parto e que usam pílula.

Essa inflamação pode ser causada por outras doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia, herpes, clamídia e infecções bacterianas. Outra causa possível para a Cervicite é a sensibilidade causada por determinados produtos químicos, como os dos espermicidas das camisinhas e até mesmo dos tampões vaginais.

SINTOMAS

Os sintomas da Cervicite geralmente não são observados, mas há casos em que se notam os seguintes sinais e sintomas:

  • Irritação;
  • Vermelhidão no local;
  • Corrimento (sai do colo do útero e pode se exteriorizar pela vagina);
  • Perda de sangue após a relação sexual;
  • Dor pélvica;
  • Febre.

DIAGNÓSTICO

A cervicite ou a endocervicite é um inflamação no colo do útero que normalmente surge em mulheres entre 18 a 25 anos de idade. Sua forma mais comum é a bacteriana e em muitos casos a mulher não apresenta sintomas da doença. Por esse motivo, é de grande importância que os exames ginecológicos sejam realizados no intervalo de tempo recomendado para que não haja o avanço do quadro de inflamação e possíveis complicações, como a perda da fertilidade.

A maioria das mulheres não apresenta sintomas relacionados com a doença ou estes são inespecíficos. As evidências clássicas de cervicite são dor intensa na região abdominal, dor durante as relações sexuais, febre, sangramento fora do período menstrual e secreção vaginal espessa.

O diagnóstico da doença é realizado por meio de exames ginecológicos, sendo o principal deles o Papanicolau. Durante esse exame o médico pode observar o colo do útero e colher amostras para a análise laboratorial. Trata-se de um exame simples e indolor, capaz de fornecer um diagnóstico preciso sobre a inflamação.

Ao apresentar algum dos sintomas procure imediatamente o seu ginecologista. E, mesmo que não seja notado nada de diferente, não deixe de realizar os exames ginecológicos de rotina, eles são fundamentais para a sua saúde e para a preservação da fertilidade.

EXAMES

Para diagnosticar corretamente a cervicite é indicado o exame de colo, realizado pelo colposcópio ou a olho nu. Também pode ser requerido uma cultura de secreção, mas esse procedimento deve ser realizado com cuidado para evitar o diagnóstico equivocado.

PREVENÇÃO

Para prevenir a cervicite o primeiro passo é usar camisinha em todas as relações sexuais, uma vez que muitas bactérias que causam a inflamação são transmitidas por relações sexuais. Manter a higiene sempre em dia também ajuda a evitar a contaminação por micro-organismos presentes no ânus.

Seguir uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos com regularidade são poderosas ferramentas contra as inflamações uterinas, como a cervicite. Além de fortalecer o sistema imunológico, manter a alimentação saudável e a prática de exercícios aumenta a disposição.

O exame de Papanicolaou deve ser realizado periodicamente conforme orientação do seu ginecologista. Este é um dos exames que pode auxiliar a verificar se há alguma inflamação no colo do útero, o que poderá levar a um diagnóstico preciso.

Visite seu ginecologista com regularidade e esclareça com ele todas as suas dúvidas. Somente esse profissional pode te orientar e, com a a ajuda de exames, diagnosticar e tratar doenças que podem até mesmo comprometer a sua fertilidade.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O tratamento da cervicite é realizado com o uso de antibióticos específicos contra as bactérias causadoras da infecção e durante sua realização é recomendada a interrupção de relações sexuais. O parceiro da paciente também deve ser examinado para verificar se há alguma bactéria presente no órgão genital masculino para realizar o tratamento.

Como os sintomas nem sempre aparecem, é preciso realizar o exame ginecológico de rotina, o Papanicolau, de acordo com a recomendação médica, e eventualmente outros exames. Caso seja visualizado algum indício de cervicite, o tratamento deve ser iniciado imediatamente visando preservar a fertilidade de mulher.

Não deixe de visitar seu ginecologista regularmente e realizar todos os exames indicados. Esses procedimentos são essenciais para a manutenção da sua saúde ginecológica e garantir seu bem-estar. Agende uma consulta:

Candidíase

Também conhecida por monilíase vaginal, a candidíase vaginal é uma infecção ocasionada principalmente por um fungo denominado Candida albicans ou Monília, que causa um corrimento espesso, grumoso e esbranquiçado, acompanhada geralmente de irritação no local. A candidíase é uma doença que pode acometer várias partes do corpo humano, mas atinge mais frequentemente os órgãos genitais.

Para alguns especialistas, raramente a candidíase é uma doença sexualmente transmissível porque estudos mostram que o fungo já está na flora vaginal e, por um desequilíbrio da mesma, é que a Candidíase vem a se manifestar. A doença aparece quando a resistência do organismo cai ou quando a resistência vaginal está baixa, facilitando a multiplicação do fungo.

Estudos mostram que
alguns fatores são facilitadores dessa micose:

  • Antibióticos;
  • Gravidez;
  • Diabetes;
  • Outras infecções (por exemplo, pelo vírus HIV);
  • Deficiência imunológica;
  • Medicamentos como anticoncepcionais e corticoides;
  • Relação sexual desprotegida com parceiro contaminado;
  • Vestuário inadequado (roupas apertadas e biquínis molhados; lycra e roupa de academia que aumentam a temperatura vaginal);
  • Duchas vaginais em excesso.

Entre 20% a 25% dos casos de corrimentos genitais de natureza infecciosa têm como causa a Candidíase. Diz-se que 75% das mulheres têm essa infecção pelo menos uma vez na vida.

Sintomas

Os sinais mais comuns para essa doença são coceira, ardência ou dor ao urinar, vermelhidão, escoriações na região vulvar, dor durante as relações sexuais e corrimento branco e espesso.

Em casos extremos, a candidíase pode causar úlceras.

Diagnóstico

Para detectar corretamente a candidíase é necessário um exame clínico, isso porque os sintomas da doença podem aparecer somente no período menstrual. O diagnóstico é realizado também pelo exame microscópico do corrimento.

Exames

O método diagnóstico mais comum é o exame realizado em consultório ginecológico. O médico, com base nas queixas da paciente, no exame clínico, que identifica o tipo de corrimento característico que, combinado aos sintomas presentes e eventualmente após a realização de exames adicionais, caracteriza a enfermidade.  O fungo causador da candidíase pode ser encontrado no exame de Papanicolau, no qual é feita a raspagem do canal vaginal e colo do útero para análise laboratorial. Encontrar o fungo no laudo não significa que a paciente tenha a candidíase. A bacterioscopia, exame em que a secreção vaginal é analisada em laboratório, também pode auxiliar no diagnóstico.

Tratamentos e Cuidados

Para o tratamento da doença são recomendadas medidas simples:

  • Devem-se evitar vestuários inadequados;
  • Evitar duchas vaginais;
  • Não utilizar desodorantes íntimos;
  • Abstinência sexual durante o tratamento;
  • Usar camisinha.

Juntamente com essas medidas é recomendado o uso de antimicóticos via oral, além da utilização de creme vaginal de uso tópico. Todo tratamento deve ser indicado por um especialista.

Convivendo

A candidíase é uma condição causada pela proliferação excessiva de fungos do gênero Candida, que normalmente existem na flora vaginal em pequenas quantidades. Sua aparição recorrente, na maioria dos casos, pode ser causada por fatores não ginecológicos, como estresse, baixa imunidade, má alimentação ou alguma outra doença. Por esse motivo, quando a candidíase se torna recorrente e a mulher passa a ter que conviver e tratar constantemente o problema. Outras causas devem ser investigadas.

Para evitar a candidíase recorrente, além do uso de medicamentos nos momentos de crise, é preciso seguir uma dieta pobre em açúcares e carboidratos, consumir em abundância alimentos ricos em vitamina A e D. Dormir bem e levar uma vida sem estresse também são atitudes fundamentais. Lembre-se também que existem outras condições que podem provocar sintomas semelhantes aos da candidíase, somente um ginecologista poderá diagnosticar e decidir o melhor tratamento para cada caso.

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Como é a consulta com o ginecologista?

Olá meninas! Vejo algumas mulheres que gostariam de saber como são as consultas e os exames no consultório. Coloquei aqui algumas informações que podem ajudar.

Os exames no consultório são fundamentais para a prevenção de doenças e cuidado da saúde sexual e reprodutiva da mulher. A consulta ginecológica deve ser realizada uma vez ao ano, no mínimo.

Os exames que podem ser realizados no consultório ginecológico são:

  • Toque vaginal;
  • Exame especular;
  • Exame clínico das mamas;
  • Papanicolau;
  • Colposcopia;
  • Vulvocospia;
  • Videocolposcopia. 

Toque Vaginal:

Exame realizado para analisar principalmente a vagina, o colo e o corpo do útero. O médico ginecologista introduz dois dedos na vagina e, ao mesmo tempo, coloca a outra mão sob o abdômen. Assim, pode sentir o colo do útero, e por meio de movimentos de ambas as mãos examinam-se o útero, as trompas e os ovários. É fundamental para o diagnóstico de endometriose e da doença inflamatória pélvica. Mulheres virgens não podem realizar esse exame.

Exame especular:

Introduz-se um espéculo no canal vaginal para avaliar a cor e aspecto da vagina e do colo do útero (se há lesões, inflamações); presença de corrimento; e presença de hemorragias. O ideal é utilizar um espéculo descartável.

Exame clínico das mamas:

Realizado para examinar as mamas, a fim de encontrar sinais e sintomas de doenças. O médico repete os mesmos procedimentos realizados pela paciente no autoexame das mamas.

Papanicolau:

Através do material colhido no Papanicolau, é possível analisar células da vagina para detectar inflamações, displasias e doenças como HPV e o câncer de colo do útero. No exame, o médico ginecologista realiza a coleta de material (células e secreções) e encaminha para um laboratório.

Colposcopia:

Permite visualizar a vagina e o colo do útero por meio de um aparelho chamado colposcópio. Esse aparelho permite o aumento da visualização de 10 a 40 vezes o tamanho normal. É realizado fora do período menstrual. Para a realização desse exame, recomenda-se a abstinência sexual por 48 horas. Durante este exame são usados produtos químicos para realçar as áreas que serão examinadas. É indicada para mulheres que apresentam resultado anormal no Papanicolau.

Vulvocospia:

É realizada com o colposcópio, por meio do qual é examinada a Vulva.

O ideal no momento da consulta é não estar menstruada, a não ser que o motivo da consulta seja alguma sangramento anormal.

Importante!

O ginecologista nada mais é que um médico clínico da mulher, muitas vezes é ele quem descobre alguma patologia de outra especialidade, encaminhando ao especialista que dará continuidade ao tratamento, seja com medicamentos ou cirurgias.

Por isto que é necessário que haja muita empatia entre paciente e ginecologista, pois este profissional se torna um confidente dos problemas que as mulheres possam ter.

E então, já foi ao seu ginecologista este ano? Agende uma consulta:

Já fez seu exame de Papanicolau?

Papanicolau é importante para a saúde da mulher

O papanicolau é um exame ginecológico que detecta precocemente o câncer de colo do útero, um dos tumores mais comuns na população feminina e a quarta causa de mortes de mulheres por câncer no país. O exame também detecta e previne inflamações.

Todas as mulheres, com vida sexual ativa, ou a partir dos 25 anos de idade devem realizar esse exame.