Exames que o recém-nascido deve fazer

Logo após o nascimento o bebê precisa realizar uma série de exames com o objetivo de identificar alterações que indiquem a presença de doenças genéticas ou metabólicas, como fenilcetonúria, anemia falciforme e hipotireoidismo congênito, por exemplo. Além disso, esses exames podem ajudar a identificar problemas de visão e de audição e a presença de língua presa, por exemplo.

Ginecologista e obstetra Dra Claudiani Branco fala sobre os exames que o recém nascido deve fazer.

Os testes obrigatórios para o recém-nascido são o teste do pezinho, a tipagem sanguínea, o teste da orelhinha, do olhinho, do coraçãozinho e da linguinha e são indicados logo na primeira semana de vida, de preferência ainda na maternidade, pois caso seja identificada qualquer alteração, o tratamento pode ser iniciado logo em seguida, promovendo o desenvolvimento normal e a qualidade de vida do bebê.

1. Teste do pezinho

O teste do pezinho é um exame obrigatório, indicado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. O exame é feito  a partir de gotas de sangue tiradas do calcanhar do bebê e serve para identificar doenças genéticas e metabólicas, como a fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita, fibrose cística e deficiência de biotinidase.

Existe também o teste do pezinho ampliado, que é indicado quando a mãe teve alguma alteração ou infecção durante a gravidez, sendo importante que o bebê seja testado para outras doenças. Este exame não faz parte dos exames gratuitos obrigatórios e deve ser realizado em clínicas particulares.

2. Teste da orelhinha

O teste da orelhinha, também chamado de triagem auditiva neonatal, é um exame obrigatório e oferecido gratuitamente pelo SUS que tem como objetivo identificar alterações auditivas no bebê.

Esse exame é feito ainda na maternidade, de preferência entre 24 a 48 horas de vida do bebê, e não causa dor ou desconforto no bebê, sendo muitas vezes realizado durante o sono.

3. Teste do olhinho

O teste do olhinho, também conhecido como teste do reflexo vermelho, normalmente é oferecido gratuitamente pela maternidade ou postos de saúde e é feito para detectar problemas de visão, como catarata, glaucoma ou estrabismo. Esse teste costuma ser realizado na maternidade pelo pediatra.

4. Tipagem sanguínea

A tipagem sanguínea é um teste importante para identificar qual o tipo de sangue do bebê, que pode ser A, B, AB ou O, positivo ou negativo. O teste é realizado com o sangue do cordão umbilical, assim que o bebê nasce.

Neste exame, é possível rastrear o risco de incompatibilidade sanguínea, ou seja, quando a mãe tem o RH negativo e o bebê nasce com o RH positivo ou, ainda, quando a mãe tem o tipo sanguíneo O e o bebê, o tipo A ou B. Dentre os problemas de incompatibilidade sanguínea, podemos destacar o possível quadro de icterícia neonatal.

5. Teste do coraçãozinho

O teste do coraçãozinho é obrigatório e gratuito, feito ainda na maternidade entre 24 e 48 horas após o nascimento. O exame consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do recém-nascido com o auxílio de um oxímetro, que é uma espécie de pulseirinha, colocada no pulso e no pé do bebê.

Caso alguma alteração seja detectada, o bebê é encaminhado para fazer um ecocardiograma, que é um exame que detecta defeitos no coração do bebê.

6. Teste da linguinha

O teste da linguinha é um exame obrigatório feito por um fonoaudiólogo para diagnosticar problemas no freio da língua de recém-nascidos, como a anquiloglossia, popularmente conhecida como língua presa. Esta condição pode prejudicar a amamentação ou comprometer o ato de engolir, mastigar e falar, por isso se detectada logo é possível já indicar o tratamento mais adequado.

7. Teste do quadril

O teste do quadril é um exame clínico, no qual o pediatra examina as perninhas do bebê. É geralmente realizado na maternidade e na primeira consulta com o pediatra.

O objetivo do teste é identificar alterações no desenvolvimento do quadril que podem resultar posteriormente em dor, encurtamento do membro ou osteoartrose.

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Você sabe qual a idade máxima para engravidar?

Já ficou para trás o tempo em que o destino da mulher era cuidar apenas da família. Hoje ela domina o mercado de trabalho e deseja crescer na carreira e alcançar a estabilidade financeira. Mas se engana quem acha que com toda essa correria a mulher renunciou à maternidade, pelo contrário, esse desejo algumas vezes é adiado em nome da realização profissional. Agora resta saber o quão vantajoso ou perigoso pode ser o fato de a mulher adiar a hora de desacelerar e ser mãe.

Ginecologista e obstetra Dra Claudiani Branco explica a idade máxima para a mulher engravidar.

Com o passar dos anos as chances de engravidar por vias naturais reduzem, pois os óvulos nascem com as mulheres e envelhecem, ficando escassos e comprometendo as chances de sucesso na hora da fecundação. Após os 40 anos torna-se mais difícil engravidar naturalmente, pois há uma menor quantidade de óvulos disponíveis. também há um aumento discreto do risco de aborto espontâneo e má formação, já que alguns óvulos mais maduros podem possuir defeitos de cromossomos.

Mesmo realizando tratamento para a fertilização artificial, como a fertilização in vitro, os riscos ainda existem. Segundo a revista Fertility and Sterility, apenas 25% das mulheres com 40 anos conseguem gerar filhos com seus próprios óvulos e esse número cai para 1,6% para mulheres com mais de 44 anos. A solução para esse problema é utilizar óvulos doados ou o congelamento de óvulos para uso mais tarde. ambos ainda são tabus para muitas famílias, mas podem representar a esperança de ser mãe.

Há também o lado bom de adiar a maternidade. a mulher mais madura consegue apreciar mais esse momento por não ter que se preocupar tanto com problemas financeiros e por muitas vezes já terem um relacionamento mais estável, o que proporciona um ambiente mais seguro para o bebê. Se você pensa em adiar o momento de ser mãe, converse com seu ginecologista e conheça melhor as possibilidades que a medicina oferece para quem deseja ser mãe depois dos 40.

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Chance de engravidar de acordo com a idade do casal

Um casal considerado saudável, que não apresenta nenhum problema de fertilidade, tem uma chance de, aproximadamente, 17% de chance de engravidar, por cada ciclo fértil feminino. Quando a mulher possui até 35 anos de idade, as chances de gravidez após 3 meses de tentativa são, em média, de 57%. Quando esse tempo de tentativa passa para 6 meses de tentativa, essa chance de engravidar aumenta para 72%. Após 1 ano de tentativas, as chances de sucesso chegam a 85%.

Ginecologista e obstetra Dra Claudiani Branco fala sobre a chance de casais engravidarem de acordo com a idade.

Por esse motivo, quando o casal é saudável, e passam mais de um ano em tentativas sem sucesso, os médicos especialistas passam a indicar exames mais detalhados para investigar o que é responsável pela infertilidade.

Entretanto, quando a mulher tem mais de 35 anos, o período de tentativas é menor, de 6 meses, já que a saúde fértil da mulher tende a diminuir. Assim, sua chance de engravidar em cada faixa etária também costumam ser diferentes.

Confira a variação das probabilidades de gravidez de acordo com a faixa etária da mulher: até os 20 anos, essa chance é de 25% por mês; já para mulheres entre 21 e 30 anos passa para 20%; na faixa de 31 a 35 anos, a porcentagem é de 15%; para mulheres entre 36 e 39 anos, cai para 10%; entre 40 e 44 anos, 5%; e entre mulheres com 45 anos ou mais, as chances não chegam a 3%.

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Parto Humanizado

Ginecologista e obstetra Dra Claudiani Branco comenta o parto humanizado

Seu significado nada mais é que respeitar mãe e bebê em todas as etapas, mas o tema ainda é cercado de dúvidas.

Nos últimos anos, cresceu o debate sobre o parto humanizado, que prega o nascimento da maneira mais natural possível e dá à mulher uma boa dose de autonomia no processo.

Segundo a OMS e diversas pesquisas científicas, nascer em um ambiente acolhedor e na hora certa (sinalizada pelo início do trabalho de parto) geralmente é a melhor maneira de vir ao mundo. Durante esse momento tão importante, a mãe pode escolher se quer receber anestesia, em que posição o parto ocorrerá, quem deseja ter ao lado durante todo o processo, o que comer e beber, inclusive tem o direito de tomar banho e se movimentar.

Que fique claro, o parto humanizado não é o oposto de uma cesariana. Aliás, o nascimento por métodos naturais também pode ser extremamente desumano em algumas situações.

Todo parto normal é humanizado?

Para ser humanizado, ele precisa ocorrer com total respeito à mulher e ao bebê, sem nenhum tipo de violência obstétrica. A realização desnecessária da episiotomia durante um parto normal — um corte na vagina para facilitar a passagem do bebê — ou a manobra de Kristeller, quando o profissional de saúde sobe em cima da mulher para empurrar a barriga, são dois exemplos de atitudes inadequadas.

Para ser humanizado, o parto deve ser normal?

O parto humanizado preconiza a segurança. Quando ela está ameaçada, devemos fazer a cesárea. A questão é fazer uma boa indicação desse procedimento. Sua realização indiscriminada — especialmente quando agendada sem uma razão clara e justificável — traz mais riscos do que benefícios.

Como qualquer cirurgia, há a possibilidade de hemorragias e complicações na anestesia, além de uma maior probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido. O ideal é esperar o trabalho de parto começar e, se houver dificuldades, o bebê estiver sofrendo ou a mãe decidir, aí sim partir para a cesárea.

Outra indicação certeira da operação é a placenta prévia, condição que aumenta o risco de sangramentos. Sem ela, o quadro ameaça a vida de mãe e filho.

 A cesárea não pode ser humanizada?

O conceito de parto humanizado está muito ligado ao método normal. Mas, se isso realmente não for possível — o que é uma exceção, e não regra — algumas medidas humanizam a cirurgia.

Exemplos: ter a presença do acompanhante, controlar ruído e luz, colocar o filho para mamar assim que ele nasce e orientar bem a mulher sobre o processo.

A mulher não tem direito à anestesia no parto humanizado?

Ela pode receber remédios específicos para amenizar a dor sempre que desejar. A diferença é que uma equipe com foco no parto humanizado investe em técnicas não-farmacológicas antes de partir para a analgesia tradicional.

Entre elas, destacamos massagens, banhos quentes, movimentos relaxantes se nada disso funcionar e a dor for intensa, tudo bem optar pela anestesia.

A recuperação do parto humanizado é melhor?

não poderia deixar de ser, uma cirurgia — como a cesariana — exige um tempo de reabilitação maior. Contudo, o parto humanizado também traz mais vantagens do que um natural sem esses cuidados.

Podemos, por exemplo, evitar o corte da episiotomia e os medicamentos. Isso diminui o tempo de recuperação.

Outro fator que colabora para o restabelecimento das forças da mulher é o contato pele a pele com o pequeno, que favorece a amamentação. Quando o aleitamento ocorre numa boa, o corpo materno libera mais ocitocina, hormônio responsável pelas contrações uterinas que ajudam o órgão a voltar ao tamanho normal.

O parto humanizado é um direito da mulher?

Ele é preconizado pelo Ministério da Saúde, que tem diretrizes sobre o tema.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula os planos de saúde, também delineou normas de incentivo ao parto normal. Por outro lado, não desenhou uma regulamentação que coíba as cesarianas desnecessárias.

O parto humanizado é mais perigoso para o bebê?

Esperar o trabalho de parto começar e a criança vir ao mundo naturalmente é considerado o método de nascimento mais seguro. O processo pode demorar muitas horas, porém terá como limite o bem-estar e a segurança materna e fetal. Sempre que ela estiver ameaçada, será preciso intervir.

No parto e em qualquer situação de saúde, todas as decisões precisam ser compartilhadas. Qualquer intercorrência tem que ser abordada de maneira clara e verdadeira para a mulher.

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Ultrassonografia obstétrica

Dra Claudiani Branco Ginecologista e Obstetra fala sobre a Ultrassonografia obstétrica. Foto em Canva.com.

A ultrassonografia obstétrica usa ondas sonoras para produzir imagens de um bebê (embrião ou feto) que está dentro de uma mulher grávida. Também é possível visualizar o útero e os ovários da mãe.

O ultrassom não usa radiação ionizante, não tem efeitos prejudiciais conhecidos e é o método preferido para monitorar mulheres grávidas e seus bebês em gestação.

Preparação da gestante para o exame

Este procedimento não requer preparação especial.

Uma vez que apenas a área abdominal inferior precisa ser exposta para este exame, você pode usar uma roupa folgada de duas peças.

Fatores como batimentos cardíacos fetais e malformações podem ser avaliados e as medições podem ser feitas com precisão nas imagens exibidas na tela.

Tais medidas formam a pedra angular na avaliação da:

  • idade gestacional;
  • tamanho;
  • crescimento do feto.

A forma como é feito o ultrassom obstétrico pode exigir uma bexiga cheia quando a varredura abdominal é feita no início da gravidez. Com isso, pode haver algum desconforto devido à pressão na região.

O gel condutor não mancha, mas pode dar a sensação de frio e umidade. Não há nenhuma sensação vinda das ondas de ultrassom.

Por que o Ultrassom é usado na gravidez?

Não se trata, apenas, de um momento emocionante no qual você tem o primeiro contato visual do seu filho. O Ultrassom Obstétrico é feito dentro do Pré-Natal, várias vezes ao longo das semanas de gestação, com o objetivo de:

  • garantir que a saúde do bebê e da gestante esteja em ordem;
  • diagnosticar alterações de uma série de características do seu bebê e mais.

Atualmente, a forma como é feita a Ultrassonografia Obstétrica é considerada uma investigação segura, não invasiva e precisa.

Tornou-se progressivamente uma ferramenta obstétrica indispensável e desempenha um papel importante no cuidado de toda mulher grávida.

Os principais usos da Ultrassonografia Obstétrica são:

1. Diagnóstico e confirmação da gravidez

O saco gestacional pode ser visualizado a partir de 4 semanas e meia de gestação e o saco vitelino em cerca de 5 semanas.

O ultrassom também é muito importante para confirmar que a gravidez está dentro da cavidade do útero.

2. Sangramento vaginal no início da gravidez

Um outro uso comum do ultrassom é para casos de sangramento.

Uma vez que o batimento cardíaco é detectado pela ultrassonografia entre a 6ª e 7ª semana, mesmo que ocorra um sangramento, é possível verificar se está tudo em ordem com o feto.

A frequência cardíaca fetal tende a variar com a idade gestacional nas primeiras fases da gravidez. A frequência cardíaca normal na 6ª semana é de cerca de 90-110 batimentos por minuto (bpm) e na 9ª semana é de 140-170 bpm.

3. Determinação da idade gestacional e avaliação do tamanho do feto

As medidas corporais fetais refletem a idade gestacional do feto. Isto é particularmente verdadeiro no início da gestação.

Em pacientes com último período menstrual incerto, tais medidas devem ser feitas o mais cedo possível na gravidez para se chegar a uma data correta para o paciente.

Na última parte da gravidez, a medição dos parâmetros corporais permitirá a avaliação do tamanho e do crescimento do feto e ajudará muito no diagnóstico e no manejo do retardo do crescimento intrauterino (RCIU).
As seguintes medições são geralmente feitas:

  • O comprimento da coroa-nádega (CRL): feita entre 7 e 13 semanas e fornece uma estimativa muito precisa da idade gestacional.
  • O diâmetro biparietal (DBP): é o diâmetro entre os dois lados da cabeça. Isso é medido após 13 semanas.
  • O comprimento do fêmur (FL): mede o osso mais longo do corpo e reflete o crescimento longitudinal do feto.
  • A circunferência abdominal (CA): a medida mais importante a ser feita no final da gravidez. Ele reflete mais o tamanho e o peso fetal do que a idade. Medições em série são úteis no monitoramento do crescimento do feto.

4. Diagnóstico de malformação fetal

A maneira como é feita a Ultrassonografia Obstétrica permite ao médico encontrar alterações estruturais que o feto possa vir a ter.

Elas podem ser diagnosticadas de forma confiável por meio de um ultrassom, e geralmente podem ser feitas antes de 20 semanas.

Exemplos comuns de malformação incluem:

  • hidrocefalia;
  • anencefalia;
  • mielomeningocele;
  • acondroplasia e nanismo;
  • espinha bífida e mais.

Com equipamentos mais recentes, condições como fissura labiopalatina e alterações cardíacas congênitas são mais prontamente diagnosticadas e em uma idade gestacional mais precoce.

Os marcadores ultrassônicos “soft” indicam diferenças cromossômicas, como síndrome de Down.

A ultrassonografia ainda pode auxiliar em outros diagnósticos pré-natal.

5. Localização placentária

A ultrassonografia tornou-se indispensável na localização da placenta e na determinação de suas bordas inferiores.

Outras alterações placentárias em condições como diabetes, hidropisia fetal, isoimunização de Rh e retardo grave do crescimento intrauterino, também podem ser avaliadas.

6. Gravidez múltipla

Nessa situação, a ultrassonografia é inestimável na determinação de:

  • número de fetos;
  • corionicidade;
  • apresentações fetais,
  • presença de placenta prévia e outras análises.

7. Volume do líquido amniótico

Por meio do ultrassom obstétrico é possível medir a quantidade excessiva ou diminuída de líquido amniótico.

Ambas as condições podem ter efeitos adversos no feto. Nos dois casos, uma Ultrassonografia Obstétrica cuidadosa deve ser feita para excluir o retardo do crescimento intraútero e a malformação congênita no feto.

A ultrassonografia também é de grande valor em outras condições obstétricas que devem ser discutidas com o médico que está acompanhando o pré-natal.

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Embolia amniótica

Dra Claudiani Branco fala sobre a Embolia Amniótica e como prevení-la. Imagem: Jamie Coupaud on Unsplash.

A embolia de líquido amniótico é uma síndrome clínica de hipóxia, hipotensão e coagulopatia resultante da entrada de antígenos fetais na circulação materna.

A embolia de líquido amniótico é uma emergência obstétrica rara, com ocorrência estimada em 2 a 6/100.000 gestações. Ela geralmente ocorre durante a gestação tardia, mas pode ocorrer durante a interrupção de uma gestação no 1º ou 2º trimestre.

Embora as estimativas de mortalidade variem amplamente (de cerca de 20 a 90%), a síndrome apresenta claramente um risco significativo, e de mulheres que morrem de repente durante o trabalho de parto, o embolismo de líquido amniótico é uma das causas mais prováveis. A sobrevida depende do reconhecimento na fase inicial e instituição imediata do tratamento.

Fisiopatologia

O termo “embolia” do líquido amniótico consagrado implica um distúrbio principalmente mecânico, obstrutivo, como ocorre no tromboembolismo ou embolia aérea. Mas como o líquido amniótico é completamente solúvel no sangue, ele não pode causar obstrução. Além disso, as pequenas quantidades de células fetais e fragmentos de tecido que podem acompanhar o líquido amniótico na circulação materna são muito pequenos para obstruir de maneira mecânica e suficiente a árvore vascular pulmonar a fim provocar alterações hemodinâmicas acentuadas que ocorrem nessa síndrome.

Em vez disso, pensa-se atualmente que a exposição a antígenos fetais durante o parto ativa mediadores pró-inflamatórios, que desencadeiam uma cascata inflamatória impressionante e liberam substâncias vasoativas (p. ex., noradrenalina) semelhantes à síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) que ocorre na sepse e choque séptico.

A resposta inflamatória provoca danos aos órgãos, especialmente pulmões e coração, e desencadeia a cascata de coagulação, resultando em coagulação intravascular e disseminada. A hipóxia e hipotensão materna resultantes têm efeitos profundos negativos sobre o feto.

Como a exposição materna aos antígenos fetais é provavelmente bastante comum durante o trabalho de parto e o parto, não está claro por que apenas algumas mulheres desenvolvem embolia de líquido amniótico. Considera-se que os diferentes antígenos fetais em quantidades variáveis provavelmente interagem com fatores de susceptibilidade materna desconhecidos.

Fatores de risco

Muitos fatores estão associados a um risco aumentado de embolia por líquido amniótico, mas as evidências são inconsistentes. Assim como acontece com a exposição a antígenos fetais, muitos dos fatores de risco são comuns ou pelo menos muito mais prováveis do que a embolia de líquido amniótico, e não há um bom entendimento fisiopatológico da razão por que apenas algumas mulheres com fatores de risco desenvolvem a síndrome. Mas geralmente considera-se que o risco é maior por causa dos seguintes:

  • Parto cesariana
  • Idade materna avançada
  • Gestação gemelar
  • Descolamento prematuro de placenta
  • Trauma abdominal
  • Placenta prévia
  • Ruptura uterina
  • Lacerações cervicais
  • Parto com fórceps
  • Polidrâmnios
  • Indução de parto

Sinais e Sintomas

A embolia de líquido amniótico costuma se manifestar durante e logo após o parto. O primeiro sinal pode ser parada cardíaca súbita. Outras pacientes podem subitamente desenvolver dispneia e apresentar taquicardia, taquipneia e hipotensão. Insuficiência respiratória, com cianose significativa, hipóxia e crepitações pulmonares, muitas vezes sucedem-se rapidamente.

A coagulopatia se manifesta como sangramento do útero e/ou locais das incisões e venipuntura( punção de uma veia).

Hipoperfusão uterina causa atonia uterina e sofrimento fetal.

Diagnóstico

  • Avaliação clínica
  • Exclusão de outras causas

Suspeita-se do diagnóstico da embolia de líquido amniótico quando a tríade clássica se desenvolve durante o trabalho de parto ou logo após o parto:

  • Hipóxia súbita
  • Hipotensão
  • Coagulopatia

O diagnóstico é clínico e excluindo outras causas dos seguintes:

  • Parada cardíaca súbita em mulheres jovens (p. ex., dissecção da artéria coronária, doença cardíaca congênita)
  • Insuficiência respiratória aguda (embolia pulmonar, pneumonia )
  • Coagulopatia (p. ex., sepse , hemorragia pós parto, atonia uterina)

A autópsia pode detectar células escamosas fetais e cabelo na circulação pulmonar, mas esse resultado não confirma o diagnóstico. Células fetais são às vezes detectadas em pacientes que não têm embolia por líquido amniótico.

Tratamento

O tratamento da embolia de líquido amniótico é de suporte. Há indicação de transfusão de hemácias (conforme necessário para repor o sangue perdido), plasma fresco congelado e fatores da coagulação (como indicado para reverter a coagulopatia), além de suporte ventilatório e circulatório, com inotrópicos positivos conforme necessário. O fator recombinante VIIa não deve ser utilizado rotineiramente, mas pode ser administrado a mulheres que continuam a sangrar muito apesar do uso de outros fatores de coagulação. O parto cirúrgico imediato pode melhorar o desfecho materno e pode ser crucial para a sobrevivência do feto em uma idade gestacional viável.

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Como calcular a data provável do nascimento do bebê

Para calcular a data provável do parto, que deverá ser por volta das 40 semanas depois da DUM (data da última menstruação) é necessário acrescentar 7 dias à DUM, depois contar 3 meses pra trás e depois colocar o ano seguinte.

Dra Claudiani Branco ensina como calcular a data de nascimento do bebê. Imagem: Freestocks no Unsplash.

Por exemplo, se a DUM foi o dia 11 de Março de 2018, ao somar 7 dias, o resultado é 18 de Março de 2018, e a seguir diminui 3 meses o que significa 18 de Dezembro de 2017 e acrescenta mais 1 ano. Por isso neste caso a Data Prevista do Parto é 18 de Dezembro de 2018.

Este cálculo não dá a data exata do nascimento do bebê porque o bebê pode nascer entre as 37 e as 42 semanas de gestação, no entanto, a mãe já fica informada da época provável do nascimento do bebê.

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O que são as CONTRAÇÕES DE BRAXTON HICKS?

As contrações de Braxton Hicks, também conhecidas como contrações de treinamento ou falso trabalho de parto, são contrações uterinas que podem ser percebidas habitualmente a partir do terceiro trimestre de gravidez.

Dra Claudiani Branco fala sobre As contrações de Braxton Hicks. Foto: Pelayo Arbues no Unsplash.

Apesar de frequentemente causarem alguma apreensão na grávida, essas contrações são inocentes, não provocam mal ao bebê e não têm nenhuma relação como o início do trabalho de parto.

As contrações de Braxton Hicks foram descritas pela primeira vez em 1872, pelo médico John Braxton Hicks, e são consideradas uma forma do útero “treinar” para o momento do parto; elas não são contrações expulsivas e, portanto, não acarretam em risco de parto prematuro. Nenhuma gestante entra em trabalho de parto devido as contrações de Braxton Hicks.

As contrações de treinamento já podem estar presentes desde o primeiro trimestre de gravidez, porém, na maioria dos casos, elas são discretas e a grávida só passa realmente a percebê-las a partir do final do segundo trimestre. À medida que a gravidez avança, as contrações de Braxton Hicks tendem a se tornar cada vez mais comuns, estando presentes até as suas últimas semanas da gestação.

As contrações de Braxton Hicks são curtas e ocorrem em intervalos irregulares e imprevisíveis. Situações triviais podem desencadeá-las, tais como aumento da atividade por parte da mãe ou do bebê, palpação do abdômen, relações sexuais, desidratação ou ter a bexiga cheia.

DIFERENÇAS ENTRE AS CONTRAÇÕES DE BRAXTON HICKS E AS CONTRAÇÕES DO PARTO

Umas das diferenças mais marcantes entre as contrações de Braxton Hicks e as contrações do parto é o fato da primeira ser habitualmente indolor e de frequência irregular. As contrações de treinamento podem até ser incômodas em alguns casos, mas elas são bem diferentes das intensas e dolorosas contrações do trabalho de parto.

A forma de descrever as contrações de treinamento pode ser diferente de mulher para mulher. Há algumas grávidas que descrevem as contrações de treinamento como algo semelhante a leves cólicas menstruais ou cólicas intestinais, apesar desta não ser apresentação mais comum. Na maioria dos casos, o que as mulheres descrevem mesmo são apenas contrações uterinas indolores.

Como já referido, as contrações de Braxton Hicks são irregulares, os seus intervalos são imprevisíveis e elas não vão se tornando cada vez mais fortes e frequentes com o passar das horas, que é exatamente o comportamento das contrações do parto.

Outro fato que é típico das contrações de treinamento é o alívio das contrações após uma simples mudança de posição. Se a mulher está em pé, muitas vezes basta ela sentar-se ou deitar-se para que as contrações desapareçam. Deitar-se de lado também costuma ajudar.

De maneira oposta, durante o trabalho de parto, mudar de posição não tem nenhum efeito sobre as contrações. Quando se iniciam as contrações expulsivas, nada funciona para aliviá-las.

Características das contrações de Braxton Hicks:

  • São habitualmente indolores.
  • Surgem poucas vezes por dia.
  • Não surgem mais do que 2 vezes por hora.
  • São irregulares e imprevisíveis.
  • São de curtas, geralmente com duração menor que 30 segundos.
  • Não vão se tornando mais intensa com o passar das horas.
  • Quando uma contração é intensa, a contração a seguir costuma ser mais fraca.
  • Costumam estar localizadas em apenas uma parte do abdômen, geralmente na porção frontal.
  • Melhoram com mudanças de posição.
  • Melhoram com hidratação ou com micção.

Características das contrações normais do trabalho de parto:

  • São dolorosas.
  • Quando surgem, elas não param de vir.
  • Vão se tornando progressivamente mais fortes.
  • Vão se tornando progressivamente mais frequentes e previsíveis.
  • Os intervalos entre as contrações vão se tornando cada vez mais curtos.
  • Têm duração de 30 a 70 segundos.
  • Não melhoram com mudança de posição ou hidratação.
  • Costumam se localizar nas costas e na frente do abdômen (pode começar atrás e migrar para frente ou o inverso).

O QUE FAZER PARA ALIVIAR AS CONTRAÇÕES?

Apesar das contrações de Braxton Hicks serem tipicamente indolores, elas podem ser desconfortáveis. Para aliviar esse desconforto, algumas medidas podem ser tentadas:

  • Mude de posição. Se você está em pé, sente-se; se está sentada, fique em pé.
  • Beba bastante água.
  • Urine se tiver vontade.
  • Evite fazer esforços.
  • Tome um banho morno.
  • Tente comer.
  • Utilize técnicas de relaxamento (caso conheça alguma).

Não se preocupe com as contrações de treinamento. Elas são benignas e fazem parte de uma gestação saudável. E, se mesmo assim, ainda tiver dúvidas sobre o assunto, converse comigo usando os canais abaixo:

Principais fases do trabalho de parto

As fases do trabalho de parto normal ocorrem de forma seguida e, incluem, de forma geral, a dilatação do colo do útero, período expulsivo e a saída da placenta. Geralmente, o trabalho de parto inicia-se espontaneamente entre as 37 e as 40 semanas de gestação e, existem sinais que indicam que a grávida vai entrar em trabalho de parto, como a expulsão do tampão mucoso, que é a saída de um líquido gelatinoso, rosado ou acastanhado pela vagina e a rotura da bolsa das águas, que é quando começa a sair o líquido amniótico transparente.

Dra Claudiani Branco fala sobre as fases do parto. Foto: Carlo Navarro no Unsplash.

Além disso, a grávida começa a ter contrações irregulares, as quais vão se intensificando, até ficarem regulares e com intervalos de 10 em 10 minutos. 

 1ª Fase – Dilatação

A primeira fase do parto é caracterizado pela presença de contrações e ao processo de dilatação do colo do útero e do canal de parto até que atinja 10 cm.

Esta fase é dividida em latente, em que a dilatação do colo do útero é menor que 5 cm e é caracterizada pelo aumento gradual da atividade uterina, presença de contrações uterinas irregulares e aumento das secreções cervicais, havendo perda do tampão mucoso, e ativa, em que a dilatação é superior a 5 cm e a mulher já começa a apresentar contrações regulares e dolorosas.

A duração da primeira fase do trabalho do parto pode variar de mulher para mulher, no entanto dura em média 8 a 14 horas. Durante esse período é comum que a mulher sinta dores devido às contrações, que ficam mais regulares e com intervalo menor entre uma e outra à medida que é verificada maior dilatação do colo do útero e do canal vaginal.

2ª Fase – Expulsão

O seguimento da fase ativa do trabalho de parto se dá pela fase de expulsão, em que o colo do útero já atingiu a dilatação máxima e se inicia a fase do período expulsivo, que pode demorar entre 2 e 3 horas.

O início da fase de expulsão recebe o nome de período de transição, que é relativamente curta e bastante dolorosa e o colo do útero adquire uma dilatação entre 8 e 10 cm ao final do período. Ao ser verificada dilatação adequada, a mulher deve começar a fazer força para a descida da apresentação fetal. Além disso, a posição para realização do parto pode ser escolhida pela gestante, desde que esteja confortável e que favoreça a segunda fase do trabalho de parto.

 3ª Fase – Dequitação: Saída da placenta

A fase da dequitação é a fase 3 do trabalho de parto e ocorre depois do nascimento do bebê, sendo caracterizada pela saída da placenta, que pode sair espontaneamente ou ser retirada pelo médico. Nessa fase é normalmente feita a administração de ocitocina, que é um hormônio que favorece o trabalho de parto e o nascimento do bebê.

4ª Fase – Quarto período

Essa última fase é definida como a primeira hora após a saída da placenta. Trata-se de um momento de observação da mãe pela equipe médica com o objetivo de evitar hemorragias. Depois desse período, o útero já está bem contraído.  

 Algumas mães podem se sentir nas “nuvens”, pois o organismo libera ocitocina, conhecido como “o hormônio do amor” e responsável por influenciar no vínculo entre a mãe e o bebê.

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Grávidas, puérperas e lactantes são incluídas em grupo prioritário da vacina contra covid19

O Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica que prevê a inclusão de gestantes e puérperas no grupo prioritário de vacinação contra a covid19. Segundo o documento, o grupo será vacinado em duas etapas – sendo o primeiro a mulheres grávidas ou no pós-parto que tenham comorbidades. A vacinação destes grupos deve começar a ser oferecida até o final de maio, segundo o governo, mas a data exata depende da disponibilidade das doses.

Dra Claudiani Branco comenta sobre nota

A indicação das vacinas para gestantes e puérperas, segundo a nota técnica, considera que a gestação e puerpério são fatores de risco para desfechos desfavoráveis da covid-19, tanto no que diz respeito ao risco de hospitalização e óbito, mas também em desfechos gestacionais desfavoráveis como parto prematuro, abortamento entre outros.

O governo argumenta ainda que, embora a segurança e eficácia das vacinas contra a covid-19 não tenham sido avaliadas neste grupo, as vacinas de vírus inativado já são utilizadas por esse grupo de mulheres no Calendário Nacional de Vacinação. Um levantamento de evidências sobre recomendações nacionais e internacionais de vacinação com vacinas covid-19 de gestantes, puérperas e lactantes, realizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), em sua maioria defende a vacinação das mulheres nessas condições, se pertencentes a algum grupo prioritário, destaca.

Na fase 1 da vacinação de pessoas com comorbidades, serão incluídas gestantes e puérperas com comorbidades, independentemente da idade. Na fase 2, serão vacinadas todas as gestantes e puérperas, independentemente de condições pré-existentes.

Para conseguir se vacinar na fase 1, a gestante precisará apresentar exames, receitas, relatório médico ou prescrição médica que comprove a comorbidade. A vacinação poderá ocorrer independentemente da idade gestacional. No caso de lactantes, a orientação deve ser para que não interrompam o aleitamento materno. Qualquer vacina disponível poderá ser aplicada. Para aquelas que tiverem tomado a vacina contra a gripe, deverá ser respeitado um intervalo mínimo de 14 dias entre as doses.

O governo não determina uma data específica para o início da vacinação de gestantes e puérperas, e destaca que a distribuição das vacinas dependerá de sua disponibilidade. A previsão é que as primeiras doses cheguem ao grupo até o final de maio deste ano.

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