O coração da mulher

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em mulheres. A probabilidade da mulher, após a menopausa morrer de infarto é 50% maior quando comparada aos homens da mesma idade.

Ginecologista e Obstetra Dra Claudiani Branco fala sobre doenças cardíacas na mulher.

Por que o infarto é mais grave na mulher?

São diversas as razões e podemos enumerá-las:

1-Mulheres não vão ao cardiologista

Existe um mito equivocado de que doenças cardiovasculares só acometem homens.

As mulheres se preocupam muito com os exames ginecológicos, mas esquecem dos cuidados com a saúde cardiovascular, que mata mais que os cânceres de útero e de mamas somados. Apesar do alto risco, poucas mulheres visitam o cardiologista regularmente.

2-Hormônios femininos protegem a mulher só até a menopausa

Antes da menopausa, o estrógeno tem função vasodilatadora, evita o acúmulo do LDL, o colesterol ruim, e facilita a atividade do HDL, colesterol bom. Depois, as mulheres perdem esse efeito protetor do estrógeno.

Mulheres diabéticas formam uma população especial que merece atenção diferenciada, com risco sete vezes maior.

3-Mulheres vivem mais que os homens

Estatisticamente observa-se que as mulheres vivem mais do que os homens, portanto tem mais tempo para desenvolver a doença durante seu envelhecimento natural. Com o envelhecimento, a pressão arterial e o nível de colesterol tendem a aumentar. A falta de atividade física e a dieta inadequada levam ao sobrepeso e à obesidade, que também aumentam o risco cardiovascular. No momento da doença são mais velhas e possivelmente mais doentes.

4-A mulher na atualidade mudou seu estilo de vida

A mulher cada vez mais é responsável pela economia da família, o que muda seu estilo de vida. Sua jornada tripla aumentou o estresse e a ansiedade – fatores que também a deixa mais suscetível aos problemas cardíacos. Somado outras condições negligenciadas, como o crescimento da obesidade, o descontrole do diabetes e dos níveis do colesterol, tabagismo, sedentarismo, o estresse do dia a dia e a pressão arterial elevada, seu risco aumenta consideravelmente. A obesidade é um dos fatores de risco mais preocupantes, já que o número de mulheres obesas no Brasil cresceu 64% em 10 anos. Quando a mulher fuma e usa pílula anticoncepcional, os riscos cardiovasculares são triplicados.

5-Os sintomas de infarto não são característicos

As mulheres podem ter infarto silencioso ou apresentarem sintomas mascarados

enquanto nos homens, a dor no peito é um sinal clássico, elas se queixam de dor nas costas, cansaço, falta de ar, desmaio, sudorese, queimação no estômago e náusea, vômitos e associam a crise a outros problemas, retardando a procura do atendimento médico.

6-As causas de infarto são diversas

Elas apresentam maior variedade de causas, ou seja, enquanto os homens têm a doença aterosclerótica obstrutiva como origem praticamente exclusiva dos problemas cardíacos, as mulheres manifestam uma incidência maior de alterações vasculares, disfunções arteriais como a síndrome do coração partido, lesão após uma situação de estresse. Portanto, uma investigação diagnóstica detalhada é exigida, especialmente porque, embora tenham menos angina típica, as mulheres apresentam pior prognóstico.

O que podemos fazer para prevenir?

Acima dos 30 anos as mulheres já devem começar as visitas ao cardiologista, a cada dois ou três anos, em caráter preventivo e acima dos 40, melhor ir anualmente.

A maioria das doenças cardiovasculares podem ser prevenidas por meio da abordagem de fatores de risco comportamentais, como o uso de tabaco, dietas não saudáveis e obesidade, falta de atividade física e uso nocivo do álcool. Para as mulheres com doença cardiovascular estabelecida ou com alto risco cardiovascular, devido a presença de um ou mais fatores de risco como hipertensão, diabetes, hiperlipidemia é fundamental o diagnóstico e tratamento precoce, com uso adequado de medicamentos.

Quando existe o fator de risco genético, evidenciado pelo histórico familiar, é mais importante ainda controlar e tratar os demais fatores.

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Herpes Genital

Ginecologista Dra Claudiani Branco fala sobre a Herpes Genital. Foto by Canva.

Herpes genital é uma doença sexualmente transmissível de alta prevalência, causada pelo vírus do herpes simples (HSV), que provoca lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais masculinos e femininos. Uma vez dentro de um organismo, dificilmente esse vírus será eliminado, porque se aproveita do material fornecido pelas células do hospedeiro para sua replicação. Além disso, como se esconde dentro das raízes nervosas, o sistema imunológico não tem acesso a ele.

Existem dois tipos de HSV:

1) O tipo 1, responsável pelo herpes facial, manifesta-se principalmente na região da boca, nariz e olhos;

2) O tipo 2, que acomete principalmente a região genital, ânus e nádegas.

O período de incubação varia de dez a quinze dias após a relação sexual com o/a portador/a do vírus, que pode ser transmitido mesmo na ausência das lesões cutâneas ou quando elas já estão cicatrizadas.

Herpes genital na gravidez pode provocar abortamento espontâneo, uma vez que existe a transmissão vertical do vírus. E mais: herpes congênito é uma doença extremamente grave e letal.

SINTOMAS DO HERPES GENITAL

No início, a infecção pode causar

  • Ardor;
  • Coceira (prurido);
  • Formigamento;
  • Gânglios inflamados.

Em seguida surgem as bolhas características do herpes. São pequenas vesículas que se distribuem em forma de buquê nos genitais masculinos e femininos. Às vezes, elas estão presentes dentro do meato uretral ou, por contiguidade, podem atingir a região anal e perianal, de onde se disseminam se o sistema imunológico estiver debilitado.

As lesões costumam regredir espontaneamente, mesmo sem tratamento, nos indivíduos imunocompetentes. Nos imunossuprimidos, porém, elas adquirem dimensões extraordinárias.

As manchas vermelhas que aparecem alguns dias mais tarde evoluem para vesículas agrupadas em forma de buquê. Depois, essas pequenas bolhas cheias de líquido se rompem, criam casca, cicatrizam, mas o vírus migra pela raiz nervosa até alojar-se num gânglio neural, onde permanece latente até a recidiva seguinte.

PRIMEIRA INFECÇÃO E RECIDIVAS DE HERPES GENITAL

A primeira infecção pode ser muito agressiva e longa, porque o vírus HSV é um elemento estranho e não houve tempo ainda para o sistema de defesa desenvolver estratégias para combatê-lo. Já as recidivas costumam ser menos graves, porque o organismo criou anticorpos capazes de tornar a doença autolimitada, mas o risco de recidivas sempre permanece.

FATORES QUE PODEM DESENCADEAR CRISES DE HERPES GENITAL

  • Traumas na região genital
  • Exposição ao sol
  • Alterações hormonais, incluindo as que podem ocorrer no período menstrual
  • Fadiga
  • Febre
  • Uso de corticoides

TRATAMENTO DO HERPES GENITAL

O aciclovir é a principal droga usada para o tratamento do herpes genital. Ele necessita da ação enzimática do vírus para destruí-lo ou impedir que mantenha sua cadeia de replicação. No entanto, quando o vírus está recolhido no gânglio neural, esse remédio não faz efeito.

RECOMENDAÇÕES SOBRE O HERPES GENITAL

  • A melhor maneira de prevenir a doença é usar preservativo nas relações sexuais e evitar múltiplos parceiros;
  • Mesmo que a mulher não tenha lesões visíveis, deve informar o médico que é portadora do vírus do herpes genital se pretende engravidar;
  • Apesar de as lesões regredirem espontaneamente nas pessoas com resposta imune satisfatória e as recidivas serem menos graves do que a primeira infecção, elas podem continuar transmitindo o vírus do herpes genital;
  • Não toque nas lesões, pois elas carregam grande quantidade de vírus. Se você tocar nas lesões ou nos fluidos da região, lave as mãos imediatamente com água e sabão.

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OSTEOPOROSE

Osteoporose é definida como a perda acelerada de massa óssea, que ocorre durante o envelhecimento. Essa doença provoca a diminuição da absorção de minerais e de cálcio.

Três em cada quatro pacientes são do sexo feminino. Afeta principalmente as mulheres que estão na fase pós-menopausa.

Dra Claudiani esclarece diversas dúvidas a respeito da Osteoporose. Foto por Mehmet Turgut Kirkgoz no Unsplash.

A fragilidade dos ossos nas mulheres é causada pela ausência do hormônio feminino, o estrogênio, que os tornam porosos como uma esponja. É a maior causa de fraturas e quedas em idosos.

Os principais fatores de risco de desenvolvimento dessa doença são:

  • Pele branca;
  • Histórico familiar de osteoporose;
  • Vida sedentária;
  • Baixa ingestão de Cálcio e /ou vitamina D;
  • Fumo ou bebida em excesso;
  • Medicamentos, como anticonvulsivantes, hormônio tireoideano, glocorticoides e heparina;
  • Doenças de base, como artrite reumatoide, diabetes, leucemia, linfoma.

Os locais mais afetados por essa doença são a coluna, o punho e o colo do fêmur, sendo este último o mais perigoso. É considerada o segundo maior problema de saúde mundial, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares.

SINTOMAS

Além das fraturas nos ossos e quedas, a perda de massa óssea pode provocar os seguintes sintomas:

  • Dor crônica;
  • Deformidades;
  • Perda de qualidade de vida e/ou desenvolvimento de outras doenças, como pneumonia;
  • Redução da estatura;

As fraturas de quadril podem levar à imobilização da paciente, e requerer cuidados de enfermagem por longo prazo.

DIAGNÓSTICO

Geralmente, é diagnosticada somente após a ocorrência da primeira queda, pois os sintomas não são perceptíveis. O principal método para diagnosticar a osteoporose é a densitometria óssea. Esse exame mede a densidade mineral óssea da coluna lombar e no fêmur. O resultado pode ser classificado como: normal, osteopenia e osteoporose.

EXAMES

Problema comum nas mulheres após a menopausa, a osteoporose consiste na redução da massa dos ossos, com alterações em sua microestrutura. Essa doença torna mais frágil a estrutura óssea da paciente, aumentando a probabilidade de ocorrerem fraturas, que podem ter graves consequências.

Entretanto, a osteoporose é uma doença silenciosa que, na maioria das vezes, evolui sem sintomas. Mantendo acompanhamento médico regular, é possível identificá-la e iniciar o tratamento o quanto antes.

Densitometria óssea

O exame de referência para o diagnóstico da osteoporose hoje é a densitometria óssea. A medida da massa óssea permite determinar o risco de a paciente vir a ter fraturas, auxiliando a identificação da necessidade de tratamento. Também possibilita avaliar as mudanças na massa óssea com o tempo.

O diagnóstico da osteoporose é realizado por meio da avaliação dos antecedentes pessoais da paciente, da avaliação da densidade da coluna lombar e do fêmur proximal, colo femoral e/ou fêmur total e antebraço, segundo os critérios propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A densitometria óssea vai refletir a situação atual da paciente, sendo necessário fazer comparações com exames anteriores para identificar o ganho ou a perda de massa óssea, identificando a evolução da doença ou a eficácia do tratamento. O intervalo entre os exames é definido pelo próprio médico, que leva em conta diversos critérios, como sexo e idade do paciente, a precisão da tecnologia empregada, entre outros. Em geral, são recomendados exames com intervalo mínimo de um a dois anos.

As sociedades americanas National Osteoporosis Foundation (NOF) e North American Menopause Society (NAMS) recomendam a realização da densitometria óssea para:

  • Todas as mulheres com 65 anos ou mais, e nas que tenham doenças que causam perdas ósseas;
  • Nas mulheres na menopausa ou em transição, com 50 anos ou mais, que tiverem pelo menos os seguintes problemas:
    • Uma fratura após a menopausa ou após os 50 anos (exceto no crânio, face, tornozelo ou dedos);
    • Magreza ou IMC ≤ 21 kg/m2;
    • Pais com história de fratura no quadril;
    • Artrite reumatoide;
    • Fumantes atuais;
    • Ingestão excessiva de álcool (≥ três doses por dia)

Existem também outras indicações para a solicitação de exames para pesquisar de osteoporose, se você está próxima ou já entrou na menopausa procure seu médico.

PREVENÇÃO

A prevenção da osteoporose é feita adotando-se hábitos saudáveis ao longo da vida. É preciso redobrar a atenção após a menopausa, já que a queda dos níveis do hormônio estrógeno acelera o processo de perda de densidade óssea, demandando maiores cuidados para prevenir a doença.

Acredita-se que cerca de um terço das mulheres brasileiras na pós-menopausa desenvolvem a osteoporose. Apesar disso, 80% das mulheres em idade adulta no nosso país desconhecem a relação entre a menopausa e o aumento dos índices dessa doença, que pode causar fraturas e diminuir muito a qualidade de vida da paciente. Dessa forma, é preciso estar informada para os desafios que envolvem a chegada dessa fase: cuidar da saúde ao longo da vida, e ajustar os hábitos nos momentos em que o corpo pedir maiores cautelas.

Um dos elementos fundamentais para garantir a saúde dos ossos é a prática regular de atividade física desde cedo, o que permite alcançar o pico de massa óssea. Exercícios como caminhada, atividades aeróbicas e com carga contribuem para aumentar um pouco esse índice, que se mantém com a continuidade das atividades.

Por outro lado, cuidar da alimentação também pode fazer a diferença na prevenção da osteoporose. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é importante ingerir alimentos ricos em cálcio diariamente, numa quantidade de 1.000 a 1.300 mg por dia – o equivalente a cerca de três porções de leite e derivados. Por exemplo: um copo de leite (250mg de cálcio), um copo de iogurte (300mg) e uma fatia de queijo (300mg).

Tomar sol é parte importante no processo de prevenção da doença. Os raios solares são necessários para a produção de vitamina D, substância fundamental na manutenção de um esqueleto saudável. A exposição à luz solar nos horários adequados – pela manhã e ao final da tarde – pode fazer a diferença na produção da vitamina, que também pode ser encontrada em alguns alimentos e suplementos vitamínicos.

Num país tropical como o Brasil, tomar sol não é problema – ao sair às ruas para realizar as tarefas diárias, já estamos proporcionando à nossa pele as condições necessárias para produzir vitamina D. Dessa forma, é importante que as pessoas da terceira idade mantenham-se ativas, caminhando ao ar livre e repondo o cálcio através da alimentação e suplementos, quando indicado pelo médico.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

Os tratamentos atuais para a osteoporose não revertem a perda óssea completamente. Como a osteoporose é frequentemente diagnosticada somente após a instalação da doença, considera-se que uma das melhores estratégias sejam as medidas preventivas que retardam ou evitam o desenvolvimento da doença.

Para isso, durante a juventude deve-se melhorar o pico de massa óssea, reduzir as perdas ao longo da vida e evitar as quedas. As principais indicações são:

  • Alimentação balanceada, com atenção para o cálcio dietético (leite e derivados);
  • Uso de medicamentos com cálcio e vitamina D;
  • Exposição moderada ao sol, para que ocorra a síntese da vitamina D;
  • Prática regular de exercícios físicos, como caminhada – que estimula a formação óssea e previne a reabsorção;
  • Terapia hormonal (para mulheres).

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